quinta-feira, novembro 29, 2007

Das trovas, dos tempos e dos ventos ... que passam!

Depois da manhã em que tive de me dirigir às chefias subestatais inferiores, com ares de cão enraivecido pela indignidade da injustiça da cegueira burocrática, tais são as características decadentistas deste estado a que chegamos, encontro-me em casa a tomar conta, em dia livre de deveres escolares calendarizados, do meu mais novo, adoentado, que o Pai também está, no meio deste turbilhão de ventos que a demopatia vai fabricando, a tomar conta da saúde, tais são as investidas desta besta que a todos, assim, nos vai atormentando ...!
E ponho-me a ouvir Adriano Correia de Oliveira como música de fundo, enquanto vou navegando, mais um pouco porque "navegar é preciso ", pelas minhas 'ruas' da net. Depois do que já disse, vi, discuti e conversdei hoje, inspiro-me no post de meu mui citado mestre JAM, e não resisto em gritar este poema de Manuel Alegre, tão bem cantado por Adriano:
TROVA DO VENTO QUE PASSA
Pergunto ao vento que passa
Notícias do meu país
E o vento cala a desgraça
E o vento nada me diz.
Mas há sempre uma candeia
Dentro da própria desgraça
Há sempre alguém que semeia
Canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
Em tempo de servidão
Há sempre alguém que resiste
Há sempre alguém que diz não.



Qualquer semelhança entre as circunstâncias sócio-históricas que inspiraram estes versos e a presente situação vivida neste nosso bocadinho de Terra que gostávamos que fosse céu não é mera coincidência. Há inúmeras razões para que, hoje de novo, talvez mais que outrora, gritemos Venha a revolta! NÃO queremos/ podemos mais! RESISTAMOS! DIGAMOS NÃO! NÃO! NÃO! ...... MIL VEZES NÃO! ETERNAMENTE NÃO! FASCISMO NUNCA MAIS!