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sexta-feira, janeiro 02, 2009

Depois de Ché ... bebi um chá!

Precisamos de um grande grito de Ipiranga!

Há dias vi, uma vez mais, num dos canais encabelados, o resumo dos dias revolucionários de nuestro comandante Ché Guevara! De como a realidade pode manchar e desmanchar os mais puros desígnios sentidos no mais profundo dos nossos corações (...)!
E, depois de umas quantas evocações que das últimas cogitadelas se têm aqui transcrito, dou de caras com mais esta 'oh pinadela':

"Cuba en el corazón"

Não sei se acontece o mesmo com toda a gente: o meu coração vai sempre uns metros à frente da minha razão; quando a razão chega, já o coração - ou lá o que é - partiu de novo.

Daí que tenha às vezes a impressão de que a minha razão (e no entanto sou, até em excesso, comummente racional) preside a uma ausência.

Na vida, só em raros momentos felizes razão e coração batem unanimemente, sem ressentimentos, pois se a razão é complacente, poucas vezes o coração se submete às considerações da razão.

A Revolução Cubana, que faz 50 anos, é um difícil conflito que tenho comigo mesmo. Ao longo dos anos, o meu coração, transbordante de jovens rebeldes descendo da Sierra Madre de rifles na mão e corações limpos, sangrou com Padilla preso e humilhado ("Diz a verdade,/ diz, ao menos, a tua verdade./ Depois, deixa que qualquer coisa aconteça"), com Arrufat, Reynaldo Arenas, Raul Rivero… "La sangre, no quería verla", e fechava os olhos.

Mas se o coração explica tudo, mesmo o inexplicável, a razão não. Cuba é hoje a recordação de algo íntegro e novo que, se calhar, nunca aconteceu senão dentro do meu coração.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Ajuda ... só aquele cantinho do Céu lisboeta onde me tornei Homem!

De novo nas origens, em dia de vários regressos e lembranças!

Dou comigo, novamente, nesta Guimarães bercinho da grande promessa civilizacional que este meu País já foi! Ainda mais: o destino leva-me a encontrar alguém que me disse a palavra "ajuda", bem conjugada na primeira pessoa de um futuro presente incondicional! 

Depois de rever a minha querida escolinha primária, sempre bem presente na minha memória (assim como o meu professor primário, que Deus já tem há muito tempo), sempre com aquelas escadinhas, o fontanário e toda a estrutura em pedra que por este Minho abunda, 

















e vista daquela estreita rua (Stª Luzia) que eu todos os dias subia e descia (não fossem os carros estacionados seria a mesma de há 45 anos)




foi um pequeno prémio para quem luta por um rasgo que seja de justiça e de paz! Por todos nós, pois esta coisa de "educação pública" já todos sabem, tem muito que se lhe diga!

E, ao abrir este portátil, dou de caras com o alerta do aniversário de minha tia materna ...! Ora, indubitavelmente, hoje a minha querida Guimarães disse-me, mais uma vez, presente, como sempre! (Bendita sejas, "oh Guimarães, oh minha terra querida ...")!!! (?) Mas não só: chegado a este feudo condal-barcelense, de gente sempre boa mas muito distante ... (?), entro no café do meu quotidiano e dou de caras com mais esta "Oh pinadela" (nem de propósito. Sempre há Deus. Mas, ao que parece, até Ele que se cuide ...!!!):

"Vendilhões do Templo

Com os encargos de todas as obras públicas anunciadas, boa parte do nosso futuro está hipotecada; pelo presente já ninguém dá nada; resta o passado. Não se estranhará, pois, que o Governo prepare um novo regime para o património histórico e cultural que abre portas à venda mais ou menos indiscriminada de monumentos históricos. "O mote é alienar", denunciam, alarmadas, as associações de defesa do património.

Se a coisa, congeminada no Ministério das Finanças, for avante, depois do Forte de Peniche transformado em pousada, veremos um dia destes uma loja Ikea na Torre de Belém e um hotel de charme no Mosteiro de Alcobaça (e porque não no da Batalha?); Rui Rio poderá, finalmente, vender a Torre dos Clérigos em "time-sharing"; e António Costa, em Lisboa, fazer dos Jerónimos um centro comercial. Governados por mercadores sem memória e sem outra cultura que não a do dinheiro, faltava-nos ver a nossa própria História à venda. Em breve, nem Cristo (quanto mais nós) terá poderes para expulsar os vendilhões do Templo porque eles já terão comprado o Templo e já lhe terão dado ordem de expulsão a Ele."

Haja Deus! Sempre! Amen!

quarta-feira, novembro 19, 2008

Será que temos uma "Democracia Virtual"?

Fóruns TSF, politiquices, governança, jornalistas, "crises" que a todos cuida da pança!

Vou lendo e tentando assimilar as notícias, desde a capitaleira Lisboa que já não é a mesma de outrora (ainda há dias explicava isso a um barcelense, agora de serviço na PSP por essas bandas, que lindo era viver e ser cidadão nessa capital então única no Mundo ...!), até às novas e menos más de Dili, pela pena de meu mui citado mestre JA Maltez.

Por isso lhe comunico, ainda, sinais de tudo na mesma. Continuo a ir ao café e fazer o meu Sudoku, antes de entrar nas últimas do já aqui referenciado Senhor Pina (este é dos meus "inconvenientes"). Por acaso, dou de caras com umas de "Opinião" do meu ex-colega do ISCSP Jó-Jó (Paulo Martins), ainda há uns meses atrás ali revisto ...! Não sei qual deles melhor, nisto de escrever artigos de opinião. Apenas revelo aos meus leitores que vale a pena lê-los: mestre JAM, Pina e Paulo Martins. Com todo o apreço pelos demais, aqui deixo essas referências e justificações:


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"Jurassik Park"

Ontem

Começa a ser fastidioso falar da ministra da Educação. Afinal de contas, como Brecht diria, o Sol nasce todos os dias sem querer saber dela, o trigo cresce nos campos, as estações sucedem-se. Mas que pode fazer o pobre cronista, se ela se tornou, se calhar contra a sua vontade, o lamentável protagonista do filme hoje mais visto em todas as salas do país? Desta vez, a crer na TSF, Lurdes Rodrigues "reconheceu segunda-feira a dificuldade das escolas na aplicação do processo de avaliação dos professores" e já "admite alterar o sistema".

Durante o fim-de-semana, o argumentista ter-lhe-á escrito novos diálogos, pois ainda no sábado ela garantia no "Expresso" que não se passava nada. A explicação da inesperada evolução tem, tudo o indica, 150 anos, que se comemorarão em 2009, ano de eleições. E, como Darwin mostra em "A origem das espécies", o processo evolutivo de selecção natural implica que só organismos (incluindo ministros e maiorias) capazes de adaptar-se ao ambiente (e, no caso, que ambiente!) tendem a sobreviver. Resta saber se se trata de adaptação ou só de aclimatação ao tempo que faz.

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Um simulacro de regulação

2008-11-13

Num assomo de sinceridade, que só lhe fica bem, o homem que entre Agosto de 1987 e Janeiro de 2006 presidiu à Reserva Federal norte-americana assumiu recentemente ter-se enganado acerca da eficácia da "mão invisível" do mercado. Estava firmemente convencido de que ela reconduziria o sistema à sua genuína vocação, sempre que descarrilasse, dispensando intervenção externa, mas a erupção da crise financeira abalou-lhe as convicções. A moral desta história salta à vista. A Alan Greenspan foi confiada durante 18 anos a farda de "polícia do mercado" e ele aceitou vesti-la. Mas, lá no íntimo, acreditava que o sector financeiro não precisava de vigilância, corrigia-se a si próprio. Viu-se no que deu a crença. Ele também viu.

Greenspan não é Vítor Constâncio. O norte-americano é um neo-liberal dos quatro costados, o português membro de um partido socialista. É natural que o governador do Banco de Portugal (BdP) seja adepto da regulação estatal do mercado. A questão, portanto, não reside em saber se um remexe mais do que o outro no complexo mundo financeiro ou, sequer, quem é que tem mais vontade de exercer a supervisão. A questão está em apurar a real eficácia dos mecanismos de controlo, numa época em que a intervenção do Estado é olhada de soslaio e muitos gostariam, como propalavam os neo-conservadores que Bush arregimentou no primeiro mandato, de ter um Estado tão pequeno que pudesse ser afogado na água do banho.

Ao contrário do que possa supor-se, um Estado regulador não é um Estado "mais barato" (o argumento financeiro é o mais usado, quando se fala nestas coisas). Para efectivamente fiscalizar, o Estado tem de recrutar peritos e especialistas, sob pena de ficar refém da instituição regulada. Ora o Departamento de Supervisão Bancária do BdP, como ontem revelou o jornal Público, dispõe de apenas 60 técnicos, que nem fazendo todos os dias horas extraordinárias poderiam inspeccionar as 320 instituições financeiras do país, 40 das quais bancos. A intervenção do BdP, como reconheceu o próprio Constâncio, assenta essencialmente na análise de reportes enviados. E é escassa a sua autonomia - não faltam casos de transferência de quadros de bancos para o BdP e vice-versa.

Se a supervisão funciona assim (sem meios e, por isso, com enormes deficiências, como confirma o "caso BPN"), a culpa não é de Vítor Constâncio. Ou não é exclusivamente dele, que pressurosamente se propõe agora instalar equipas de supervisão nos principais bancos. A culpa é do poder político. Por isso vale a pena perguntar: o poder político quer mesmo que as instituições reguladores sejam eficazes ou prefere manter um simulacro de regulação?"

Um abraço a ambos (um dia procurarei encontrar-me com aquele Manel, palavra)!!!

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Da profilaxia educativa. Presente?!!!

Mais uma reguada do Sr. Pina

Vejo que este por mim muito citado Sr. Pina está atento às ocorrências mais ... caricatas, digamos assim, que acompanhamos no dia-a-dia das nossas preocupações públicas, com ou sem consciência de prestação de um direito/ dever cívico ...!
Vejo, agora, que muito gostaria de estar no lugar deste colunista, para poder desabafar deste claustrofóbico labirinto de interesses que é o das direcções escolars, nestes meandros ministeriais em que se enreda a administração da dita EDUCAÇÃO!
Não, não estou a delirar: quatro processos disciplinares, dos quais resultaram três com penas de multa - uma com perda de vencimento mensal e duas de quatrocentos euros -, para além das ameaças de outros tantos processos kafkianamente urdidos pela camarilha do ditirambo, que subrepticiamente prolongam a gestão de tão discreto e aparente sistema democrático escolar à custa do silêncio dos inocentes ... ! E porquê? Porque sou um "tipo inconveniente"! Porque não deixo copiar ...! Porque ... NÃO DEIXO! Porque NÃO! Porque sou PROFESSOR!!!
Por isso (e muito, muito mais, que aqui e agora não importa referir), invejo esta posição do Sr. Pina, com as suas opinadelas que corroboro e, assim (penso que ele não se importará), faço também minhas.
Força, amigo! Dá-lhe sempre, com o meu total apoio, admiração e aplauso!
É para isso que serve o jornalismo, em particular o jornalismo de opinião, talvez a mais genuína forma de liberdade de expressão mediática!
Tenho dito!
"O Ministério desmente
Por outras, palavras,
Manuel, António, Pina
Desmente o Ministério da Educação hoje no JN que a equipa de Maria de Lurdes Rodrigues tenha, como aqui se disse, qualificado os professores que criticam as suas politicas de "professorzecos". Acontece, porém, que isso foi notícia na comunicação social, designadamente no "Público" de 25 de Janeiro, e que o Ministério não o desmentiu.
A notícia do "Público", assinada pela jornalista Leonete Botelho, revela que, durante uma reunião com deputados socialistas que "não terá corrido bem e acabou com acusações mútuas", "a equipa do Ministério da Educação considerou que os deputados estavam a dar voz a 'professorzecos'".
Por causa do elegante epíteto (citado noutros jornais e que teve enorme sucesso na Net), a Fenprof reclamou então um pedido de desculpas à ministra. Em quem acreditar, no Ministério, insuspeito de desamor pelos professores, ou numa notícia amplamente divulgada e nunca desmentida? "Exige" afogueadamente o Ministério (muito se declina o verbo "exigir" por aquelas educativas bandas) que eu prove não sei quê.
Alguém informou mal o Ministério não sou (felizmente) funcionário do Ministério nem professor ou "professorzeco" a quem o Ministério faça exigências e dê reguadas ou ponha virado para a parede se se porta mal. Mas foi uma boa tentativa."

A Deus o que é de Deus, ...!

E porque ando zangado com todo este sistema que ultrapassa quaiquer apontamentos e/ou críticas feitas às conjunturas partidário-governativas, vem mais esta farpa do Sr. Pina, que gostei, não tanto pelo estilo que lhe observo e, frequentemente, admiro, mas pela profundidade com que atinge horizontes que ninguém gosta de referenciar. E muitos poderiam fazê-lo, não se acobardassem nas prebendas, mordomias ou, tão pouco, no comodismo balofo da retribuição a que não correspondem, no seu dia-a-dia. Aqui vai, assim, mais uma das minhas "inconvenientes" piscadelas:

"Finalmenteum sorriso
Por outras, palavras, Manuel, António, Pina

A grande "cacha" jornalística da semana veio na página 14 do "Expresso" e ninguém deu por ela. É a ministra da Educação a sorrir, o que sugere que, ao contrário das piores expectativas, ela é humana. E que talvez até a sua severa postura de mestre-escola face aos "professorzecos" (a elegante expressão é de um dos seus secretários de Estado) que dão erros nos ditados do Ministério seja humana, demasiadamente humana (coisa do vago parassimpático ou do hipocampo). De qualquer modo, a descoberta de que a ministra sorri abre perspectivas inesperadas de análise, sobretudo tendo em conta a notória falta de sentido de humor dos sindicatos, às políticas por assim dizer educativas do Ministério. Diz o Talmude que não se deve interromper a instrução das crianças nem para reconstruir o Templo. Que Maria de Lurdes Rodrigues ande há três anos a reconstruir, pedra a pedra, o Templo (Estatuto da Carreira Docente, avaliação dos professores, gestão escolar) esquecendo o ensino, e principalmente a instrução, há-de decerto ter que ver com "humor objectivo" ou algo do género. Provavelmente, como na famosa carta de Nietzsche de 6 de Janeiro de 1889, a ministra preferiria ser professora e não Deus, mas não pôde levar o seu egoísmo ao ponto de abandonar a criação do Mundo."

quarta-feira, janeiro 16, 2008

O caso da cabeça que mudou de corpo

Nesta última do J Notícias, Pina, Manuel António fez-me lembrar uns alunos, há uns dias atrás, quando me aturdiam com as suas habituais atuardas, mas dessa vez pude perceber que, realmente, os alunos começam a ter alguma razão. Sim! O caso não é para menos: "... antes do 25 de Abril, segundo o que os nossos pais contam, a vida era melhor ...!? Não havia tanta desigualdade e as pessoas eram mais felizes, não havia tantas coisas mas, o que se ganhava chegava ...!?" Bem, ali fiquei eu a dar-lhes a ideia que estava surpreso com tamanha afirmação, tendo em conta o que de costume se passava com algumas das suas intervenções menos próprias, mais ou menos jocosas, mais ou menos em tom de brincadeira, ... sim, que isto de leccionar mudou muito ... (?) ... e lá retorqui eu que, há uns anos, na Introdução à Economia, até havia um manual da Disciplina que referia, a páginas tantas (quando, muito pedagogicamente, explicava a importância da definição de critérios de convergência real e não, apenas, nominal - taxa de inflação, % do PIB da dívida pública e os famosíssimos 3% do défice orçamental -, a cumprir pelos países da União Europeia. Sobretudo para países menos desenvolvidos neste espaço organizacional, como era o caso de Portugal), que o poder de compra (o salário real, face ao cabaz de bens e serviços de onde se aferia o IPC) era, em 1973, superior ao de 1995/6/7 ...! O que é também certo é que o dito texto de referência aos respectivos conteúdos programáticos da Disciplina desapareceu dos manuais da dita, e não era por falta de fidedignidade das fontes (com dados do INE e do Banco de Portugal); e que o velhinho de Santa Comba, com os seus autoritarismisinhos de trazer por corredores de São Bento, com almofadas para as sonecas de fim de semana e tudo - a passar 'recadinhos' para a semana seguinte -, neste contexto, era exímio, pois até o número de ovos postos pelas galinhas do quintal das traseiras da actual Assembleia da República mandava que lhe trouxessem. Aqui sim, cumprimento total e obrigatório dos critérios de ... economicidade ...!

Bom, tudo
isto me lembra mais esta opinadela deste senhor já aqui há uns tempos apresentado:

"John Grisham arrisca-se a perder leitores em Portugal com a concorrência que lhe estão a fazer as novelas do BCP e do aeroporto. Enquanto a do BCP caminha para o último episódio e se aguardam as partes II e III, a intriga e o mistério adensam-se no "Estranho Caso do Novo Aeroporto". Os financiadores do estudo da CIP que provocou o emocionante "volte face" herói-cómico do "Alcochete Jamé" continuam encapuzados "com medo de represálias", mas o novo "plot" já tem uma inquietante personagem capaz de desencadear desencontradas emoções entre os espectadores. A Lusoponte, que tudo indica que seja um dos misteriosos encapuzados, fez em 1994 um negócio de pontes com o Estado que o Tribunal de Contas considerou ruinoso para o pobre Estado ("afigura-se bem longe de constituir qualquer ficção a ideia de que o Estado concedente tem sido o mais importante e decisivo financiador da concessão, sem a explorar"), no qual ficava ainda com o monopólio da exploração de tudo o que fosse ponte. Ora quem assinou o negócio por parte do Estado em 1994 foi (as novelas estão cheias de felizes coincidências) o… actual presidente da Lusoponte ("Meu Deus, a cabeça da Natalie Paxton no corpo da Ramona Hensley!", como dizia ontem uma "médium" noutra série). A coisa promete.”

Valham-nos Santo Agostinho, São Bento e Santa Comba Dão? Por este andar da carruagem da tal Entidade, ainda vamos parar a um Estado velho com pretensões e espasmos epilépticos de Novo! Não é preciso tanto, caramba!!!

sábado, fevereiro 03, 2007

Eu diria "Negócios da China"!(?)

Continuo a ver novidades que, na Comunicação para ler, também servem, com alguma pedagogia, a missão pública de informar para formar, valha-nos essa, entre as poucas que ainda restam, das utilidades do nosso erário afazendado (...)


Desta vez, porém, acho que o Manuel A. Pina bateu forte, fortemente, como quem chama por nós, com o intuito de fazer chegar a cada um a opinião, certamente, de muitos quantos também se encontram com o coração, se não na boca, pelo menos nas mãos, ou para o amansar, tal deve ser o estado de encolerização, ou para que não definhe com o Estado a que as coisas estão a chegar!

Mas já vou ouvindo ecos, daqueles por que muitos me atribuíram alguma autoria nas ouvidas que vão fazendo às lições que a História nos vai dando nas situações análogas às que o País, agora mais uma vez, atravessa!
Por essas e por outras, lá vou eu dizendo, novamente, que alguém está a "chamar por ele"!(?)!...


Gente não é certamente, e a vida não bate assim:

"A China da Europa

Das duas uma: ou o Governo engana todos os dias os portugueses quando lhes diz que a situação económica e financeira melhora, a "crise" está a ser ultrapassada e os sacrifícios pedidos a todos excepto à Banca (diminuição de salários reais, despedimentos, trabalho precário, incumprimento das leis, miséria) acabarão em breve, ou então contou o conto do vigário aos chineses ao convidá-los a investir em Portugal porque os salários são baixos e a hipótese de virem a aumentar é menor do que nos novos países da UE. Porque, obviamente, os chineses não farão investimentos em Portugal para durarem apenas um ano. Se a comitiva de Sócrates garantiu aos chineses expectativas altas em relação aos salários baixos dos portugueses é porque, também obviamente, o Governo tenciona prosseguir a política de "os pobres que paguem a crise", pelo menos até os bolsos dos que se alimentam da crise estarem tão cheios que alguma coisa inevitavelmente acabará por cair deles. O que o Governo foi dizer aos chineses foi que, quanto a remuneração e protecção do trabalho, Portugal é uma espécie de China da Europa, pelo que se sentirão em casa. E alguma garantia disso os chineses hão- -de ter tido, pois, segundo os jornais, assinaram já acordos de centenas de milhões de euros."

quinta-feira, julho 20, 2006

Opinão ... de Outros Sítios

E ainda ... a propósito do "Sr. Silva",
Lembra-me aquela máxima do cinema português, de meados do século passado, pela boca do saudoso Vasco Santana (virado da rua para o também e não menos saudoso António Silva), quando acicatava, teimosamente, a paciência de quem queria, pacatamente, trabalhar: "Oh Evaristo, ... tens cá disto?"
Mais uma tirada da última do Jornal de Notícias, pela pena do:

Uma aventurana Madeira
A minha ideia de aventura alucinante seria entrar na cabeça de Alberto João Jardim e ver de lá de dentro o mundo durante uma hora. Se sobrevivesse a tão terrífica experiência, haveria de escrever de uma assentada a "Viagem à Lua", de Cirano de Bergerac, o "Tartarin de Tarascon", de Alphonse Daudet e os "Flinstones", de Hanna & Barbera, acrescentados com passagens selectas das"Lições de Finanças Públicas", do sargento Jean-Bedel Bokassa. A "Weltanschauung" de Jardim divide o Universo entre quem não lhe dá dinheiro para carnavais e futebóis (os "mafiosos", os "fariseus" e as "mulas da cooperativa", como era Guterres em 1997) e os "homens intelectualmente honestos" (como passou a ser o mesmo Guterres depois de, em 1999, ter pago 610 milhões de euros de dívidas da Região). Sócrates e o ministro das Finanças pertencem à primeira categoria, por pretenderem pôr cobro ao forrobodó orçamental da Madeira (1252 milhões sem tecto!), assim revelando "falta de patriotismo". Por isso Jardim já requereu ao ainda há pouco "Sr. Silva" que os demita e forme um "Governo de unidade nacional". Além disso, apanhando a boleia do Hezbollah, declarou, dizem os jornais, "guerra aberta" ao Orçamento de Estado. Todos para os abrigos, e cuidado com a carteira!

quinta-feira, julho 13, 2006

Opinião ... de Outros Sítios

Como este colunista já não me espanta, em artigo de que também estou em (in) digestão!
Em mais uma das "última" do JN de ontem
"Festa"estragada

"Exactamente no dia em que o ministro das Finanças avisava os portugueses de que "o apertar do cinto vai continuar", Gilberto Madail, presidente da FPF, anunciou que iria pedir ao Governo que jogadores e técnicos da selecção fossem isentos de IRS sobre os prémios de participação no "Mundial" 50 mil euros cada um. Pudor (para não falar de bom senso) não é, pelos vistos, o forte de Madail. Mas pretender que profissionais milionários não paguem os mesmos impostos que pagam todos os outros portugueses só não é um insulto, como afirmou o fiscalista Saldanha Sanches, por vir de quem vem. Quantos portugueses ganham em 10 anos os mesmos 50 mil euros que cada jogador da selecção vai receber de "prémio"? OK, meteram golos e defenderam "penáltis"; e os médicos, que salvam vidas (as dos jogadores de futebol e a de Madail incluídas)?, e os professores, que formam gerações?, e os cientistas, os artistas, os empresários, os operários, todos os profissionais competentes, como os jogadores da selecção, na profissão que têm?, não são, também eles, "heróis", não prestigiam, também eles, o país, não o carregam todos os dias penosamente às costas? Madail deveria ter vergonha, mas a vergonha, no dirigismo do futebol, não tem lugar nem no banco."

quarta-feira, julho 05, 2006

Opinião ... de Outros Sítios

Simplex, complex, bem-me-quer, mal-me-quer, PS, PSD, PS, PSD, PS ... vira-o-disco e toca o mesmo ...!
Uma das cadeiras nucleares do curso superior ( a Ciência da Administração, da licenciatura em Gestão e Administração Pública) que me deu, formalmente, "licença para estudar sozinho", teve dois docentes: um, o Dr. Dá Mesquita Gonçalves, para a parte teórica geral; outro, a Drª Isabel Côrte-Real, para a parte prática, ligada à história e a uma possível pré-teorização da história da Administração Pública Portuguesa.
Nas aulas desta notável senhora e, pedagogicamente, desta exemplar docente universitária (que, como sabemos, nos anos finais da década de 80, era a Secretária de Estado Para a Modernização Administrativa, nos píncaros do cavaquismo) aprendemos, teoricamente, a filosofia então "reinante" naquela 'casa' ministerial: pelo menos no plano teórico, a modernização administrativa passaria, inequívoca e inevitavelmente, pela adopção de modelos de administração que, em síntese, se aproximariam, em muitos aspectos, aos das melhores empresas do sector privado, quer por questões de eficiência, quer nas respectivas políticas de gestão dos seus recursos humanos. Já na altura todos nós estudantes observávamos, com o decorrer dos tempos, que as intenções ministeriais não passavam disso mesmo, vá-se lá saber porquê, mas um dos princípios administrativos que também tínhamos aprendido com Dá Mesquita não deixava muito espaço para grandes perplexidades: o de que não há organização, no tempo ou no espaço, que não se socorra de procedimentos burocráticos, sempre que se pretende administrar com racionalidade(isto é, com eficiência mas, sobretudo, com a pertinência dos meios disponíveis relativamente aos fins pretendidos), com previsibilidade, isenção, competência, meritocracia, legitimidade, enfim, com muitas das características que têm de possuir os organismos de natureza e vocacionados para a prossecução de fins públicos. Disso, o Aparelho de Poder (na sua perspectiva estritamente técnico-administrativa) nunca se poderá livrar, sob pena de subvertermos a própria lógica da existência dos serviços públicos, que, como muitos de nós sabemos, tem a ver com os própios fins do Estado (a não ser que se queira transformar a natureza deste mesmo ...?).
Agora, vejamos mais uma das tiradas na "última" do JN do MA Pina, e que tem a ver com esta pequena historieta (como é um pouco do meu hábito) que acabei de vos contar:
"Um "Simplex"muito "complex"
Antes de mais, o óbvio o programa "Simplex" de simplificação administrativa e legislativa pode, de facto, operar uma verdadeira revolução nas relações entre Estado e cidadãos. Agora o menos óbvio, a resposta às questões com que abre o "site" oficial do "Simplex": "Será possível modernizar a Administração Pública? Facilitar a vida às pessoas? Dar às empresas a rapidez de que precisam?" O primeiro balanço da execução do programa mostra que possível é, mas não vai ser fácil. O principal problema de qualquer programa de desburocratização administrativa é que a desburocratização é entregue a burocratas. Talvez por isso, das 81 medidas previstas para os três primeiros meses, 25 ficaram já para trás, por motivos que vão da falta de formulários até ao facto de a "descomplicação" se ter revelado "complicada" de mais. E ainda há 251 outras medidas em lista de espera. Há uns anos, num dos governos de Cavaco Silva, uma crónica minha ganhou um "Prémio Desburocratização" da então Secretaria de Estado da Modernização Administrativa. Chegada a altura de o receber, a secretária de Estado estava desolada. Teria que me entregar um envelope vazio: por razões burocráticas não tinha conseguido (nem ela!) que o cheque fosse passado a tempo."

quarta-feira, junho 28, 2006

A Opinião dos Outros

À terceira é de vez: confesso que sigo as colunas de opinião do Manuel António Pina, na "última" do JN ("Por Outras Palavras"). Não é que o homem tem sempre uma "certa razão"?
Não quero fazer aqui a apologia de nada nem de ninguém! Apenas comecei, de há uns dias para cá, a reter mais a minha atenção (talvez, também, por uma maior disponibilidade com o términus das aulas diurnas) nesta pequena coluna de opinião.
Desta vez, calhou ao nosso ex-Primeiro, agora primeiro na estrutura eurocrática de uma União pouco unitária. Que o digam as "berranças" e os coloridos daqueles que, neste mundial de futebol, atestam pelas respectivas nacionalidades o que, para outras instâncias político-administrativas, nem em sonhos se lembrariam! E não é que o presidente dos comissários, ao que consta, nos anda a "lixar"? Então eu vou dizer a um filho meu, muito democraticamente e de cigarro na boca, que está proíbido de fumar lá em casa? Bom, ... a história é contada assim:
"Portugueses notáveis
Um leitor faz-me chegar a notícia de mais um sucesso de um português no estrangeiro, no caso o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que acaba de ganhar o Prémio Tuvalu, atribuído por três organizações ecologistas internacionais, "Agir pour l'environnement", "Action Climat" e "Transport & Environnment". O problema é que se trata de um antiprémio, destinado a denunciar os que se evidenciam por um especial contributo para o desregramento climático. Durão Barroso foi galardoado pelo facto de se passear diariamente em Bruxelas num 4X4 todo-o-terreno (!) que produz mais de 265g de dióxido de carbono (CO2) por quilómetro (sem contar com a climatização), isto é, cerca de 60 toneladas de CO2 ao longo da sua vida útil, além de consumir qualquer coisa como 13,2 litros aos 100 Km. O júri achou-o particularmente merecedor do desonroso galardão porque o próprio Durão Barroso lançou uma campanha europeia contra o aquecimento global, fixando aos automóveis o limite máximo de 120g de emissões de CO2, ou seja, menos de metade dos 265g que ele despeja diariamente no ambiente pavoneando-se no seu mini-camião VW Touareg. É sempre bom para a nossa auto-estima ver um português notabilizar-se lá fora. Nem que seja pelas piores razões."