Vejo e revejo-me em mais estas linhas do "Pedrito" do J Negócios.
Ao ler mais este artigo do 'Pedrito' do JNegócios veio-me à ideia essa figura normativa dos projectos e/ ou participação em actividades de interesse educativo que os professores deste portugalório devem apresentar para serem devidamente avaliados. Mas já o tenho dito: são os interessados em manter o status quo educativo aqueles a quem, essencialmente, está destinado o controle da avaliação. Por outras palavras, vamos entregar a 'julgamento' muitos 'não-culpados' pelos actos ilícitos dos que os vão julgar. Ou seja, ainda, o problema da eficiência do sistema educativo não está tanto em professores que não 'cumpram', mas naqueles em quem recai a responsabilidade de controlar, sistematicamente, osz métodos, os instrumentos e os resultados, em cada ano lectivo. E ESSES NÃO CUMPREM!
Por isso, gostaria de ver até que ponto não aconteceria o mesmo a eventuais PIE's (Projectos de Interesse Educativo) que aos PIN's referidos neste artigo:
"A montanha pariu um PIN
Pedro Santos Guerreiro
psg@mediafin.pt
Ou melhor: nenhum. Três anos depois do arranque dos fabulosos Projectos de Interesse Nacional, não há que esteja a laborar. Os únicos salários que estão a ser pagos por estes “projectos de elite” são os dos construtores que os erguem e dos consultores que tratam da papelada. Os PIN são um fracasso? Não. O fracasso está no País que tomba à força da inércia.
Pedro Santos Guerreiro
psg@mediafin.pt
Ou melhor: nenhum. Três anos depois do arranque dos fabulosos Projectos de Interesse Nacional, não há que esteja a laborar. Os únicos salários que estão a ser pagos por estes “projectos de elite” são os dos construtores que os erguem e dos consultores que tratam da papelada. Os PIN são um fracasso? Não. O fracasso está no País que tomba à força da inércia.
Os PIN foram lançados como uma “Via Verde” para o investimento; pertencem à era da entrada de leão de Sócrates, quando disse ao que vinha em meia dúzia de semanas, lançando o Plano Tecnológico, os PIIP, os PIN, o PRACE ou o Simplex.
Num país onde qualquer empresário desesperava com as iterações necessárias para pôr de pé um projecto, os PIN propuseram o oásis. Em vez de mudar leis, propunham alterar o processo decisional para contornar os custos de contexto: juntavam todas as autoridades numa sala e desatavam-se todos os nós. Simples, não era?
É uma utopia. Os papéis dos PIN vão para o cimo da pilha de papéis, mas a pilha permanece. Há uma diferença abissal entre os megaprojectos anunciados por Manuel Pinho, os números fantásticos de Basílio Horta e esta realidade funil: de 147 propostas de PIN, a AICEP aceitou 77; apenas 11 estão em execução; nenhum em laboração.
Os empresários queixam-se de haver projectos de primeira e de segunda. Por causa disso, estão a querer chamar PIN a tudo. É como os remetentes de correio normal depois de aparecer o correio azul: o azul passou a ser o normal... Resultado: as direcções regionais de Economia queixam--se de uma “overdose” de PIN. Voltou-se à casa da partida.
O problema não está nem em Pinho, nem em Basílio. As empresas ainda hão-de construir uma estátua ao trabalho da API (cuja cultura e gestão, espera-se, contagiará o ex-ICEP). A questão a colocar é outra: se é assim com os investimentos que têm passadeira vermelha na Administração, como será com os milhares de projectos que não possuem cunha de ministro?"