Depois da 'tempestade' do annus horribilis (leia-se a na futurologia para 2009), vem a hipócrita bonança do "Bom Ano Novo"! "... e o Tejo, está sempre novo"!!!
Vejo que do nevoeiro continua a não sair D. Sebastião algum, nem do Tejo nem do mar ...! Apenas reparo que D. José Policarpo descobriu que a pobreza também é uma consequência dos sistemas económicos, e que em tempos de crise há que ser mais exigente (...)?!!! Ainda me resta alguma memória do que se sabe que a Igreja é capaz, em tempos de solidariedade necessária, apesar da Companhia de Jesus (e eventualmente outras entidades de merecido destaque) ter outros reparos a fazer a tão sacra organização ...!
Também me recordo dos tempos em que, segundo o que me contavam os da minha geração mas nascidos e criados em Lisboa, se tomava banho nas docas de Alcântara, que eu apenas conheci já com a primeira Ponte sobre o Tejo, então dita de Salazar, onde alguns dos dejectos avistados nas correntes do rio eram os primeiros cúmplices dos sinais da emancipação da mulher ...! O que eu ainda não posso explicar aos meus filhos, acabados de fazer a Comunhão Solene!
Porquê? Porque também me lembro de ter alinhado (já aqui o disse), muito convictamente, no movimento estudantil de então (MAEESL), que contestava muito do que por esses tempos se vivia - sobretudo o capitalismo (leia-se holigárquico-financeiro e não, ainda na altura, selvático-devoreiro, que é como quem diz, da institucionalização da plutocracia banco-burocratizada dos comunistas reciclados q.b. e dos maoistas do voyeurismo repressivo 'high tech', outrora vozes afinadas da pretendida oclocracia) e o absurdo sócio-económico da política que sustentava a guerra colonial ...!!!
Assim, se o que de então contado aos jovens de hoje pode parecer surrealista, ou cómico-trágico, já os presentes factos que temos a obrigação histórica e social de registar serão os melhores recursos pedagógicos para a sua aprendizagem sócio-cultural! Isto é, a realidade presente afigura-se-nos como a melhor das evidências empíricas para que os futuros adultos não tenham de embarcar tanto em sonhos como nós tivemos, pois pelo menos muitos de nós passaram a travessia do deserto, navegaram na utopia, alimentaram alguma (pouca ou muita) fantasia, mesmo que, depois, tenham regressado pelo Tejo (...!?).
E deste modo chegados ao presente, que temos para comprovar o mérito dos sacrifícios então assumidos?
- Que mais vale continuar a sonhar com a realidade talvez possível de, um dia, se atingir, por ora ainda pura fantasia!
- Que a nova geração tem de recuperar alguma da aprendizagem da contestação socialmente imprescindível, se ainda quiserem ter, um qualquer dia, condições de dignidade sócio-humana mais condizentes com as expectativas que os seus progenitores lhes projectaram nos afectos dos respectivos lares!
- Que, por tudo isso, lutar é preciso, erguendo a voz contra aqueles que, dizendo que fazem, apenas dizem aquilo que qualquer um de nós pode dizer melhor! Porque o sabe melhor!
Por isso, volto a repetir mais uma das 'oh pinadelas' do articulista do J Notícias, para quem, estou certo (como em muitos outros ...) Marx não era marxista (embora não jogasse às cartas em casinos, nem andava de táxi) e Mao não exportava revoluções culturais (por si, seria só para consumo interno)! De Cuba, só os 'havanos' se fumavam!