Longe de ser uma provocação, a constatação da veracidade da afirmação em epígrafe pode ser revista nas orçamentações de mais uma campanha eleitoral (presidencial) quase toda directamente paga por todos nós.
Em teoria ou na prática, algumas das candidaturas presidenciais a que agora estamos a assistir não se propõem a eleição, porque é dado como certo (para elas próprias também) não ser possível. No entanto, é líquido que os resultados destas campanhas visam, exclusivamente, uma difusão bem sucedida da mensagem política e, mesmo, ideológico-matricial das respectivas formações onde se inscrevem os intervenientes, justificando as assim desmesuradas despesas de uma campanha de ricos, feita num país onde os receptores são, em grande maioria, os pobres que a pagam.
Estamos todos a navegar numa dimensão espacial já conquistada por apenas aqueles que puderam financiar os meios para a alcançar, e que é controlada, apenas, por aqueles que a alcançaram, repartindo os evedntuais benefícios apenas por aqueles que os podem pagar!
Se a realidade democrática não é originalmente natural (é uma característica do comportamento sócio-humano que tem de ser aprendida e aplicada), ainda menos o é quando se projecta no vácuo das proposituras declaradas por quem está representado, na mente colectiva, ao nível dos corpos celestes inacessíveis, incompreendidos ou tão somente endeusados. Estamos todos a embarcar na nova hierofania do tolerável infinito que é o universo desconhecido!