domingo, março 26, 2006

Gharb al-Ândaluz

E como cheguei a este ponto estético? Entre duas vontades expressivas: a da forma e a do conteúdo, sendo que o segundo terá de caber na primeira, cuja construção certamente teve de precedê-lo.





Entretanto, vou lendo alguns excertos da História do Pensamento Filosófico Português, para me inspirar naquilo que, seguramente, é a descrição histórica mais cabal do nosso substrato cultural:

Um exilado na terra do Magrebe
Tem o coração dividido
Entre duas afeições:
Salé tomou uma parte
Évora a outra.
[1]




E, continuando a evocar o fundo da alma com identidade pré-nacional, remeto-nos para o universalismo aristotélico de Ibn al-Sid, no poema:

Ó homem tu és um meio entre dois extremos opostos
Foste composto ao modo de uma forma num hilé
Se resistes à paixão, elevas-te às alturas
Se te submetes a ela desces ao mais baixo.



Oh, nosso belo Gharb al-Ândaluz!


[1] Isa Ibn al-Wakil.