por me olhares, mãe
horizonte de consolação
paisagem de céu matinal
onde o Sol, em mim
resplandece, sereno
Mas o reencontro de hoje não revê, nas mesmas ruas, as gentes que as fizeram e lhes deram côr, nesse tempo onde a memória só chega pelo sentimento que ainda permanece e não esqueceu a matriarca terra que lhes deu vida - tudo parece de outro qualquer lugar, num tempo que, por isso, não é de ninguém. Resta, apenas, a imagem daquilo que, só por si, apenas se abre para os que a conheceram com outra vida, com outro tempo, com outra vontade de viver.
ver quem sempre te levou
tão longe contigo foi
guardada no coração
tantas vezes esquecida!
As ruas, as casas, o céu, tudo o que permanece, aos olhos visível de quem passa, nada diz do que já foi: a origem citadina de um Portugal que, dali, se espraiou ao Mundo e concebeu o abraço armilar que, por toda a Terra, muitos evocam como a maior manifestação da nossa identidade perante o Mundo.
com verdades de agora
mostra que cá sentes
o Mundo que já foste
por aqui nascido e levado!
trazes contigo também
alegria, música e cena
Andaluz deste aquém
P'ra nós já foi além!
Por isso, prefiro este exemplo, àquele que ouvi em Guimarães:
Através de um importante trabalho de miscigenação da música islâmica com formas musicais do ocidente, Rabih Abou-Khalil criou uma linguagem musical universal que é apreciada e elogiada por amantes e críticos que vão desde o jazz à música clássica passando também pela world music. As participações de Khalil em festivais de jazz internacionais e nas mais prestigiadas salas de espectáculo do mundo são inúmeras. Compôs peças para quarteto gravadas pelo Kronos Quartet e Balanescu Quartet. Importantes músicos como Charlie Mariano, Steve Swallow, Sonny Fortune, Glen Moore, Miroslav Vitous, Kenny Wheeler tocaram nas suas formações e podem ser ouvidos nos seus discos.
Neste concerto, Rabih Abou-Khalil sobe ao palco do Centro Cultural Vila Flor com o pianista Joachim Kühn, nome cimeiro do jazz europeu, e o excelente percussionista americano Jarrod Cagwin. Joachim Kühn marcou o jazz contemporâneo com a sua sensibilidade, imaginação e dinâmica e todas as suas apresentações ao vivo são consideradas únicas. Kühn conseguiu hoje atingir uma maturidade invejável a nível musical e, ao mesmo tempo, encontra-se sempre aberto a novos encontros e linguagens musicais. O percussionista Jarrod Cagwin acompanha Rabih Abou-Khalil, desde 1999, nas apresentações ao vivo. Um trio de luxo que corresponderá às expectativas dos seguidores mais atentos e surpreenderá todos pela naturalidade com que as várias influências estilísticas se cruzam numa linguagem universal capaz de suplantar barreiras." (Biografia e sinopse apresentadas pela Oficina - Centro Cultural Vila Flor
Rabih Abou-khalil oud
Joachim Kühn piano
Jarrod Cagwin bateria e percussão