domingo, fevereiro 12, 2006

Letras do Pensamento

Tiradas de Reflexão Pura

Recordando Agostinho da Silva, é com Amor que vos digo ...

Muitos se estão a recordar, por diversas razões, de ideia ou por factos que o justifiquem, o que é Agostinho da Silva no espectro do pensamento da portugalidade. Por isso também aqui eu digo recordando, mas apenas o posso fazer evocando o que, muito simplesmente, tenho aprendido com a efeméride, ao dever ler o que há já muito deveria ter lido, porque, isso sim, há já muito que sinto e penso o que este evocado Mestre nos tem para ensinar! Sobretudo acerca do que é ser português, nesse enlear do ser com o amar, e do existir, com tal enleio, numa como que constante procura de um Bem maior, a que qualquer mortal não se deve envergonhar de dizer Deus, ou Amor Eterno, ou Verdade Suprema ...! Tantos já percorreram este caminho cogitado, mas muito poucos o fizeram com a terrena humildade da sapiência humana, que é a do homem simples que, por sê-lo, só pode ser uno com a totalidade, constante submissão voluntária daqueles que vislumbram o horizonte intemporal da eternidade ...!
E porque sou livre para obedecer a esa Vontade, que é essência que imana em nós, assim manifesto esse Amor que dessa obediência irradia, e me sinto próximo de Deus. É assim que sinto, é isso que penso e, portanto, é assim que tento viver!


"Agostinho da Silva dizia haver três vias para chegar à eternidade de Deus: a que nos dá a inteligência, a que nos faculta a vontade e a que nos oferece o amor. (...) Obedecer depende da nossa decisão. Pensar é uma actividade espontânea e grata. Mas o amor é um sentimento que podemos experimentar ou não. Pode mesmo acontecer ... que não nos amemos a nós próprios. (...) Mas dever amar apenas nos pode levar a um comportamento objectivamente próximo do que seria um comportamento amoroso. Por de trás desse voluntarismo haverá sempre um vazio afectivo que quase roça a fronteira da hipocrisia. Somos por isso tentados a pensar que, em termos teológicos, o amor, tal como a fé, é um imediato Dom de Deus que lhe devemos pedir com a mais humilde das humildades".

Obrigado, A. S.!