terça-feira, fevereiro 26, 2008

Grandes Lendas do Ecran (1)

Hepburn e Tracey, ... este Spencer que era inigualável!

Ainda a respeito d' A Casa do Lago, começo esta rúbrica com esta dupla. Poderia ser uma outra referência a qualquer actor/ actriz, mas, assim, começo por aqui. Se me mostrarem, no espectro cinematográfico, um outro olhar como o do Spencer Tracey, prometo que encontrarei forma de recompensar quem o fizer.

Palavra de Coelho

A Casa do Lago

Com saudades de meus pais!

Pois, estas coisas que, na vida, nos mostram como Einstein tinha a sua quota parte da razão, que é dizer estar com a verdade, quando nos demonstrou como no mundo tudo está ligado. Também Bertalanffy já nos tinha dito, a respeito da Teoria Geral dos Sistemas, que no cosmos tudo se encaiza como num jogo de bonecas russas ...!


Estou eu para aqui a dizer isto porque vem a respeito de meus pais estarem de tréguas e, porque eu ainda gosto de apelar às ajudas da mãezinha, encontrei-a na paz de espírito e sossêgo das bandas sadinas,à beira-mar respirado ...! E não é que me lembrei de este maravilhoso filme?




Deixo alguns dos comentários cinematográficos a quem tem competência para isso. Que tal o meu amigo José V. Mendes (ou algum dos seus colaboradores)? No entanto, não posso deixar de qualificar, mesmo no apogeu das suas carreiras, como magníficos os desempenhos de Henry Fonda, primeiro, e de Catherine Hepburn, com ele.


É por isso, certamente, um filme que permanecerá inesquecível! Mas não só: é um género que, para os mais incautos dos cinéfilos, passa bem despercebido; mas, para quem vive a capacidade das representações aproximarem o drama das atenções do público que as observa, este filme é um paradigma!
Tenho dito.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Mais dois gritos de revolta!

Duas tiradas da blogosfera.

Uma das tiradas, sem ser de reflexão pura mas de extensivos gritos de revolta, vem uma vez mais de meu mui citado mestre JAM, autêntica bic(queir)ada no cú do judas que nos amordaça a dignidade cívica e profissional: o usurpador de todas as garantias constitucionais de cidadania - o Governo dos espertos, entendido este em puro sentido lato, que é como quem diz em sentido sociológico e não apenas político-constitucional. Mas, em todo o caso, sempre usurpador, pelas mais variadas razões que, aqui e agora, não é lícito explanar.
Sobre esta primeira, ainda, teria muito para contar. Não crendo que a questão docente tenha tanta ind(o)centice no superior quanto tem nos escalões pré-universitários (sobretudo no secundário), tenho informações e registado presencialmente testemunhos de quantas barbaridades se possam imaginar a acontecer aos professores, de que eu próprio, também, tenho sido vítima (neste momento estou, mais uma vez, de baixa médica, por motivos directamente relacionados com as kafkianices do costume processualista dos jacobinos marchatrasados, sempre bem colocados, nessa sua luta escalonada pelo poder, nos orgãos de administração escolar).
E, resta-nos saber, neste preciso momento em que a TV estatal promove mais um sermão mediatizado sobre os prós e contras da política educativa do nosso government, no que vai dar este novo regime de administração escolar (...)!!!
Enfim, vale a pena atender a mais este grito de revolta:
Quando o poder ameaça destruir a independência do saber e os professores correm o risco de extinção
A segunda tirada é do nosso amigo pedrito (o já aqui várias vezes referenciado Pedro Santos Guerreiro), do JN.Sobre a TV do futuro. Gostei, pá! Mais uma vez, Pedro, não me enganas, és um talento. Continua a escrever assim. Portugal precisa disso, de muitos mais assim. És um exemplo de servidor público, mesmo que não tenhas esse vínculo formal, estando aí (penso que bem) onde estás a exercer essa função informativa. Por mim, mais uma vez, obrigado!
A televisão é toda sua

sábado, fevereiro 23, 2008

"Portugal não é um país, é um sítio mal frequentado"!

Públicos tostões, sacos de milhões!

Deparo com mais esta conclusão queirosiana de uma colunista crítica já aqui apresentada, sobre estas novelas de ontem que, muito certamente, não têm amanhã certo:

"Isto não é um país
Luisa Bessa

Foi em 2002 que tudo começou. Santana Lopes, então presidente da Câmara de Lisboa, propunha-se salvar o Parque Mayer, já então em acentuada decadência. Assim nasceu a ideia de um casino em Lisboa, para ajudar a financiar o projecto de recuperação do Parque Mayer. Para encabeçar o projecto, Santana começou por falar em Norman Foster, mas quem depois aterrou em Lisboa foi Frank Gehry, que ainda apresentou uma maqueta.

Como quem não tem dinheiro não tem vícios (ou não devia ter, a acreditar no passivo entretanto acumulado), a Câmara acabou por deixar cair o projecto de Gehry que, naturalmente, facturou pela concepção do projecto qualquer coisa como 2,5 milhões de euros.

Caiu a recuperação do Parque Mayer, pelo caminho a Câmara acordou com a Bragaparques a permuta por uma parcela dos terrenos da Feira Popular, mas, de todo esse desenrolar frenético de grandes projectos, só uma coisa pegou de estaca: um novo casino em Lisboa.

Começou por ser no Parque Mayer mas acabou a circular, no terreno das hipóteses publicadas, pelo Cais do Sodré ou pelo Jardim do Tabaco, entre uma miríade de localizações. Até aterrar no Pavilhão do Futuro da Expo 98.

A decisão de instalar um casino no centro da cidade sempre foi polémica. Mais polémica ainda foi a extensão da concessão da zona de jogo do Estoril à cidade de Lisboa, sem concurso, decisão a que os restantes operadores do sector nunca se resignaram.

De polémica em polémica, o melhor estava guardado para o fim. A entrega do casino à Estoril Sol foi acompanhada de uma alteração à Lei do Jogo. Dois pareceres da Inspecção Geral de Jogos, em sentido contrário num curto espaço de tempo, permitiram à concessionária reclamar a posse do imóvel do casino, contrariando o princípio geral da reversibilidade para o Estado no final da concessão. O ministro do Turismo à época, Telmo Correia, teve dúvidas sobre a interpretação final da Inspecção Geral de Jogos e, não querendo comprometer-se, limitou-se a “tomar conhecimento”, o que foi suficiente para a empresa defender os seus interesses.

Em escutas telefónicas no âmbito do processo Portucale, segundo o “Expresso”, há conversas entre Abel Pinheiro, dirigente do CDS responsável pelas finanças do partido, Mário Assis Ferreira, presidente da Estoril-Sol, e Paulo Portas, onde é pedido que Telmo Correio apenas “tome conhecimento”.

Soube-se, entretanto, que os pedidos da Estoril Sol chegaram directamente ao primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, e que quem pede orienta os termos em que a decisão deve ser tomada, para evitar o relacionamento de uma lei geral com o caso concreto.

De tudo o que foi descrito, há várias coisas irrefutáveis. A Estoril-Sol ganhou a extensão da concessão da zona de jogo para Lisboa, pressionou dois governos (o de Barroso e o de Santana) para garantir a propriedade plena do Pavilhão do Futuro e o Parque Mayer continua a sua morte lenta.

O caso é exemplar da forma como se tomam em Portugal decisões que deveriam ser de interesse público. Mesmo para quem não acredita em bruxas, há coincidências a mais neste encadeamento de factos à volta do Casino de Lisboa.

Quem sai mais prejudicado desta lamentável história são os dois partidos da oposição. Não é com episódios destes que o PSD ganha credibilidade para se bater com Sócrates daqui a um ano. Mas o episódio mina a credibilidade da classe política como um todo, pois poucos ousarão pôr as mãos no fogo pelo actual executivo. Afinal, os podres demoram algum tempo a vir à superfície.

Apetece desabafar, como Eça, que Portugal não é um país, é um sítio mal frequentado."

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Notícias sobre a desinformação nas escolas portuguesas

Do que grassa pelos meandros pseudo-jacobinistas dos assentados no poder escolar português!

Já aqui o tenho afirmado algumas vezes que, nesta luta escalonada pelo poder das subestatais cadeirinhas de poderes semiocultos, andam pelas escolas portuguesas essas pseudo-kafkianas figuras todas democraticazinhas, carbonariamente intencionados q. b., a gerir informações e formações para-sindicalizantes de interesses muito particularizados da coisa pública, quer dizer, a levar muita água ao seu moínho, sempre sob a batuta democraturista radicalizante do que deve ser a gestão técnico-pedagógica e, mesmo, pseudo-científica das respectivas escolas. Arre que já estou, mesmo, a ficar farto.

Aqui vai mais esta:

"Aplicação do novo Estatuto do Aluno - Lei 3/2008

Face à desinformação que inopinadamente “caiu” nalgumas escolas, por obra e graça de conhecidos profissionais da desestabilização nos estabelecimentos de ensino, mais preocupados com a sua própria carreira profissional e manutenção de privilégios, do que garantir a qualidade do ensino, cumpre-nos informar as Associações de Pais que é uma grosseira falsidade que a aplicação do novo Estatuto do Aluno tenha sido suspensa até final do ano lectivo.
Assim, esclareça-se o seguinte: 1. O Art. 3.° da Lei 3/2008, “Norma de aplicação no tempo”, consagra que “as alterações à Lei N.° 30/2002, de 20 de Dezembro operadas pela presente lei aplicam-se apenas às situações ocorridas após a sua entrada em vigor”, ou seja, no 5.° dia após a sua publicação, a 23 de Janeiro;
2. Contudo, a sua aplicação determina que os regulamentos internos de cada escola sejam adaptados ao que naquele diploma legal se estatui, por força do Art. 2.º, “Norma transitória”: “Os regulamentos internos das escolas em vigor à data do início da vigência das alterações ao Estatuto do Aluno, operadas pela presente lei, devem ser adaptados ao que nela se estatui, nos termos estabelecidos no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio, até ao final do ano lectivo em curso”.
3. Mais se esclarece que, quanto à aplicação do disposto no Art. 22.° da Lei 3/2008, resulta do disposto no n.° 3 do Art. 24.° e dos números 2, 6 e 7 do Art. 26.° que, na aplicação de medida correctiva, há que considerar o que nessa matéria se encontra consagrado no regulamento interno. Ou seja, a aplicação do disposto no Art. 22.° da Lei no 3/2008 só se poderá efectivar após a adaptação dos regulamentos internos das escolas ao que nela se dispõe.
4. Concluindo,
a) Enquanto a adaptação não ocorrer em sede de regulamento interno, aplica-se o constante da Lei N.° 30/2002, de 20 de Dezembro;
b) Os regulamentos internos de cada escola devem ser adaptados ao previsto na Lei n° 3/2008, de 18 de Janeiro, impreterivelmente, até ao final do ano lectivo de 2007/2008.
A CONFAP exorta as Associações de Pais, através dos seus representantes em Conselho Pedagógico, a participarem de forma activa na elaboração das respectivas adaptações dos regulamentos internos, por forma a contribuírem para uma correcta aplicabilidade das normas.
O CE da CONFAP
22 de Fevereiro de 2008"

Da profilaxia educativa. Presente?!!!

Mais uma reguada do Sr. Pina

Vejo que este por mim muito citado Sr. Pina está atento às ocorrências mais ... caricatas, digamos assim, que acompanhamos no dia-a-dia das nossas preocupações públicas, com ou sem consciência de prestação de um direito/ dever cívico ...!
Vejo, agora, que muito gostaria de estar no lugar deste colunista, para poder desabafar deste claustrofóbico labirinto de interesses que é o das direcções escolars, nestes meandros ministeriais em que se enreda a administração da dita EDUCAÇÃO!
Não, não estou a delirar: quatro processos disciplinares, dos quais resultaram três com penas de multa - uma com perda de vencimento mensal e duas de quatrocentos euros -, para além das ameaças de outros tantos processos kafkianamente urdidos pela camarilha do ditirambo, que subrepticiamente prolongam a gestão de tão discreto e aparente sistema democrático escolar à custa do silêncio dos inocentes ... ! E porquê? Porque sou um "tipo inconveniente"! Porque não deixo copiar ...! Porque ... NÃO DEIXO! Porque NÃO! Porque sou PROFESSOR!!!
Por isso (e muito, muito mais, que aqui e agora não importa referir), invejo esta posição do Sr. Pina, com as suas opinadelas que corroboro e, assim (penso que ele não se importará), faço também minhas.
Força, amigo! Dá-lhe sempre, com o meu total apoio, admiração e aplauso!
É para isso que serve o jornalismo, em particular o jornalismo de opinião, talvez a mais genuína forma de liberdade de expressão mediática!
Tenho dito!
"O Ministério desmente
Por outras, palavras,
Manuel, António, Pina
Desmente o Ministério da Educação hoje no JN que a equipa de Maria de Lurdes Rodrigues tenha, como aqui se disse, qualificado os professores que criticam as suas politicas de "professorzecos". Acontece, porém, que isso foi notícia na comunicação social, designadamente no "Público" de 25 de Janeiro, e que o Ministério não o desmentiu.
A notícia do "Público", assinada pela jornalista Leonete Botelho, revela que, durante uma reunião com deputados socialistas que "não terá corrido bem e acabou com acusações mútuas", "a equipa do Ministério da Educação considerou que os deputados estavam a dar voz a 'professorzecos'".
Por causa do elegante epíteto (citado noutros jornais e que teve enorme sucesso na Net), a Fenprof reclamou então um pedido de desculpas à ministra. Em quem acreditar, no Ministério, insuspeito de desamor pelos professores, ou numa notícia amplamente divulgada e nunca desmentida? "Exige" afogueadamente o Ministério (muito se declina o verbo "exigir" por aquelas educativas bandas) que eu prove não sei quê.
Alguém informou mal o Ministério não sou (felizmente) funcionário do Ministério nem professor ou "professorzeco" a quem o Ministério faça exigências e dê reguadas ou ponha virado para a parede se se porta mal. Mas foi uma boa tentativa."

A Deus o que é de Deus, ...!

E porque ando zangado com todo este sistema que ultrapassa quaiquer apontamentos e/ou críticas feitas às conjunturas partidário-governativas, vem mais esta farpa do Sr. Pina, que gostei, não tanto pelo estilo que lhe observo e, frequentemente, admiro, mas pela profundidade com que atinge horizontes que ninguém gosta de referenciar. E muitos poderiam fazê-lo, não se acobardassem nas prebendas, mordomias ou, tão pouco, no comodismo balofo da retribuição a que não correspondem, no seu dia-a-dia. Aqui vai, assim, mais uma das minhas "inconvenientes" piscadelas:

"Finalmenteum sorriso
Por outras, palavras, Manuel, António, Pina

A grande "cacha" jornalística da semana veio na página 14 do "Expresso" e ninguém deu por ela. É a ministra da Educação a sorrir, o que sugere que, ao contrário das piores expectativas, ela é humana. E que talvez até a sua severa postura de mestre-escola face aos "professorzecos" (a elegante expressão é de um dos seus secretários de Estado) que dão erros nos ditados do Ministério seja humana, demasiadamente humana (coisa do vago parassimpático ou do hipocampo). De qualquer modo, a descoberta de que a ministra sorri abre perspectivas inesperadas de análise, sobretudo tendo em conta a notória falta de sentido de humor dos sindicatos, às políticas por assim dizer educativas do Ministério. Diz o Talmude que não se deve interromper a instrução das crianças nem para reconstruir o Templo. Que Maria de Lurdes Rodrigues ande há três anos a reconstruir, pedra a pedra, o Templo (Estatuto da Carreira Docente, avaliação dos professores, gestão escolar) esquecendo o ensino, e principalmente a instrução, há-de decerto ter que ver com "humor objectivo" ou algo do género. Provavelmente, como na famosa carta de Nietzsche de 6 de Janeiro de 1889, a ministra preferiria ser professora e não Deus, mas não pôde levar o seu egoísmo ao ponto de abandonar a criação do Mundo."

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Nem estóico, nem heróico! Humildemente realista!

Se as infecções sociais se limpassem com antivírus ...!?

Revejo-me, continuamente, nas palavras, insinuações e constatações de meu mui citado mestre JAM, no seu post de hoje, ao jeito das sábias contemplações de António Vieira, de quem tenho revisto algumas notas literárias. Mas, não me insinuando por extremos (nem heróico nem estóico), também me apetece recordar, "muito platonicamente, a metafísica da luz, associada ao verdadeiro conhecimento: «Quem haverá que olhe o mundo com os olhos bem abertos, que veja como todo é nada, como todo é mentira, como todo é inconstância, como hoje não são os que ontem foram, como amanhã não hão-de ser os que hoje são, como tudo acabou e tudo acaba, como todos havemos de acabar, e todos imos acabando.»



(...) a oposição entre a irregularidade do mundo humano e a regularidade do mundo da natureza, conservado por Deus como numa criação continuada, é um dos tópicos marcantes da obra de António Vieira, que dele se serve em jogo de opostos." (1)
_____________________________

(1) CALAFATE, Pedro (Dir.), História do Pensamento Filosófico Português, Vol. II - Renascimento e Contra-Reforma, Círculo de Leitores, Lisboa, 2002, pág. 705.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

António Vieira e Salazar - singularidades!

Sobre este Portugal de personalidades contrastantes!

Li hoje as últimas editoriais da Presença, de onde destaquei, como não podia deixar de ser, a reedição do livro António Vieira - O Fogo e a Rosa, romance de Seomara da Veiga Ferreira cuja sinopse se segue:

"Bento de Castro, físico-mor da Rainha Cristina Alexandra da Suécia, e grande amigo do Padre António Vieira, vem a Lisboa numa missão delicada e quase impossível - convencer o velho padre a visitar a Corte da Rainha Cristina, em Roma. Depois de ter experimentado a afeição e a beneficiência do Rei D. João, no tempo presente da história, são outros os sentimentos que assaltam Vieira. Um misto de intriga, calúnia e humilhação. No silêncio daquela cela da Grande Casa da Companhia, o padre relata ao amigo as memórias da sua vida: as muitas viagens que fez, sempre em préstimo de Deus e dos homens, o seu empenho na defesa de grupos oprimidos, cristãos-novos, judeus, índios; as suas estadas nas Cortes Europeias, as missões políticas e diplomáticas, os sermões. Um romance magnífico, que prima pela História e pela poesia, constituindo um testemunho sumptuoso da grandeza de alma daquele que foi aclamado por Fernando Pessoa o «Imperador da Língua Portuguesa».",

e o lançamento de mais uma obra histórico-biográfica sobre Salazar e o período do salazarismo, Salazar - A Cadeira do Poder, da autoria de Manuel Poirier Braz, de cuja sinopse se antevê um interessante contributo para o conhecimento deste fenómeno da nossa História recente:

"Com um cariz histórico e biográfico, esta obra oferece-nos uma análise coerente do percurso de vida de Salazar e da forma indelével como determinou o destino de um país ao longo de quase meio século. Dando primazia ao aspecto do poder, o autor descreve-nos o caminho que o estadista percorreu desde os tempos do seminário e da Universidade de Coimbra até ao Ministério das Finanças e, finalmente, à tão almejada cadeira do poder. Mas é toda uma época – aquela em que Salazar exerceu o governo – que nos é dada conhecer numa pertinente contextualização histórica, política e social do salazarismo."

Por isso, vejo nestas duas leituras o momento para um pertinente estudo comparativo destas duas figuras bem marcantes da portugalidade, apesar de qualquer das controvérsias teóricas a que possam ser sujeitas.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Mais um apelo ao exílio

Sobre as novidades do cinema, recebi esta mensagem de uma editora que lança, no nosso país, o livro escrito sobre o caso real em que se baseia este filme:



Espero comentário do JVM ou da Deuxième

Coincidências históricas

Vejo no meu mailbox esta mensagem, relativa às novidades editoriais de uma famosa editora portuguesa:

"P.S. - EU AMO-TE

Ahern, Cecelia
Quase todas as noites Holly e Gerry tinham a mesma discussão – qual dos dois se ia levantar da cama e voltar tacteando pateticamente o caminho de regresso ao apetecível leito? Comprar um candeeiro de mesa-de-cabeceira parecia não fazer parte dos planos, e assim o episódio da luz repetia-se a cada noite, num rito conjugal de pendor cómico a que nenhum desejava pôr termo. Agora, ao recordar esses momentos de pura felicidade, Holly sentia-se perdida sem Gerry. Simplesmente não sabia viver sem ele. Mas ele sabia-o, conhecia-a demasiado bem para a deixar no mundo sozinha e sem rumo. Por isso, imaginou uma forma de perpetuar ainda por algum tempo a sua presença junto da mulher, incentivando-a a viver de novo. Mas como se sobrevive à perda de um grande amor? Holly ter-nos-ia respondido: não se sobrevive! Mas Holly sobreviveu!"

Mas não sei por que razão é que esta sinopse me fez lembrar a relação entre o nosso PM com o seu PS. Talvez a propósito dos últimos capítulos da novela MA, ou da fidelidade transcendente do dito partido do Governo com a sua histórica paixão!

Francamente, esperava um pouco mais de atenção da referida editora às sinopses que, alguém, lhes redige. Assim …?! Não!

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Porque sempre morei no céu!

Deus é, simplesmente, a infinita dimensão cuja contemplação é prova da inteligência humana, por Si criada!

Eu nunca precisei de passar "Sete anos no Tibete" para alcançar essa dimensão em que se consegue contemplar, interiormente em nós, a elevação do espírito, manifesta nas coisas simples que naturalmente se observam, no dia-a-dia, desde o sorriso ou a tristeza, o Sol e a Lua e as estrelas, as nuvens, o frio e/ ou o calor, a presença e o olhar de outros animais, o ódio e o amor, a saciedade ou a carência, o orgulho ou a humildade, a arrogância e prepotência ou a simplicidade, ...! Enfim, todas essas manifestações cognoscíveis a que qualquer ser humano socialmente educado e integrado tem acesso, sobretudo se o processo do seu desenvolvimento pessoal e social decorre dentro do que é naturalmente espectável para se verificar essa integralidade do corpo e espírito, em equilíbrio e em harmonia com o tempo e espaço que vão constuindo o seu domínio de vida!



Pois é! Nascido, criado e educado, nas primeiras estruturas construídas da minha personalidade, na cidade berço desta polis chamada Portugal,



lembro-me do meu tibete tão bem como se estivesse a viver hoje: a natural chama viva de cada olhar, desde os alvores de cada manhã, até às partes do dia iluminadas pelas ténues luzes necessárias às nossas movimentações e tarefas;


desde a sensibilidade interior que tínhamos com todas as coisas, mesmo as relacionadas com a nossa cultura religiosa (que forma tão nossa de nos aproximarmos do Céu!!?) - não necessariamente as dependentes dos rituais determinados por qualquer adaptação canónica do espírito -, a comunicação com os animais, domésticos ou não (cães, gatos, gado, galinhas, coelhos, pássaros, grilos do monte, ratos, cobras-de-água, cigarras, abelhas, etc.); a forma como lidávamos com os produtos vegetais, para alimentação e não só; enfim, quem consigo mesmo não se identicaria com todos estes elementos de referência da Natura Mater, ao ponto de, com ela, se sentir elevado ao Céu? Tendo ou não disso consciência ou, melhor, cognosciência, pois há sempre quem, não tendo esse alcance de si em si mesmo, não deixa, mesmo assim, de participar nesse domínio do espírito!







Então, resta-me, há já uns tempos de meditação, esta máxima: quem está com Deus tem consciência da sua própria inteligência. Por outras palavras, viver com a consciência dessa elevação do espírito é um sinal da inteligència característica da natureza do ser humano. Não é um sinal de redução da nossa liberdade intelectual, a não ser que enveredemos por generalizações sectaristas e adaptadas dessa nossa necessidade de manifestação e contemplação do espírito!


foto ripada do Goggle, em “Comunidade Espiritual

Cá por mim, continuarei sempre fiel a esta minha dimensão, seja qual for a porta de entrada etno-cultural pela qual conceba essa minha interiorização!
(Fotos ripadas dp site da CMG)

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Ecos de outros em minh'alma ... sempre que a voz se solta ...!

Mais um justo ... Indisciplinador!

Porque será que, de cada vez que há uma voz de desencanto emitida neste tempo que passa, a minha alma se solta e revolta, dando caminho e eco às angústias por que eu, aqui, também vou passando?

Talvez porque eu, de tanto ser achincalhado, kafkianisado, ostracisado e ... já por três vezes multado (em quatro processos disciplinares e outras tantas tentativas frustradas pelos abutres do ditirambo), tenho vontade de chegar (se isso fosso possível?...) ao pé da Srª Ministra da Educação e de lhe dizer, como estas palavras de Adriano (1) já o diziam há 4 décadas atrás:


"Se V.ª Exª, [Srª Ministra]
Viesse cá almoçar mais vezes
Se um dia aqui chegasse de surpresa
Iria ver onde é a nossa mesa
(...)
Se V.ª Exª, [Srª Ministra]
Viesse cá almoçar mais vezes
Iria ouvir discursos bem diferentes
Nas bocas que hoje foram tão galantes
E ia ver como essa gente
Tão boazinha e sorridente
Como essa gente trata quem trabalha
Como nos fala aqui no dia-a-dia
Se V.ª Exª, [Srª Ministra]
Viesse cá almoçar mais vezes
Se cá viesse sem a comitiva
Então veria o que é a nossa vida
(...)
Se um dia aqui chegasse sem aviso
Então faria disto um bom juízo
(...)
Iria ver ...
que aqui quem manda faz tudo o que quer
Mas não vai ser, não vai ser sempre assim!!!
Se V.ª Exª, [Srª Ministra]"

Que começo, agora que já passei a fase do nojo e da agonia que as depressões causadas me provocaram, a ficar pronto para a luta, seja ela assumida por que forma tiver de vir a sê-lo! Agora é GUERRA AO FASCISMO? Já não é a primeira vez! Então vamos à luta! Pelo chão sagrado que é esta minha Terra Mãe! Quem tem medo que fique em casa! E se quiserem chamar-me de indisciplinador (já fui "inconveniente", para esses acomodados da sindicância intragrupal dos processos do politicamente correcto, mais concreta e literalmente falando, desses bufos e cobardes de gamela cheia, carbonariamente enfileirados no recrutamento de indigentes mentais que, à falta de outros argumentos, arranjam carreira à custa dos miseráveis de espírito que ocupam lugares de micro-poder subestatal ..., a troco de uns diplomasitos para mais tarde selar, muito hipocritamente, a sua eventual avaliação meritocrática ...!!!), então chamem-me! Cá por mim, e dentro do que me respeita em responsabilidade, NÃO DEIXO COPIAR, para esse sistema copista com que se fabricam os resultados do sucesso artificial da mediocridade e da pérfida ganância! Parece, finalmente, que não estou sozinho!!!




Pelos vistos, a visita (de surpresa?) que Sua Exª a Srª Ministra fez não faz o estilo do que é necessário averiguar: " ... Acompanhada da directora Regional da Educação do Norte ... esteve pouco mais de meia hora nas instalações da Alcaides de Faria. Visitpu as instalações, fez perguntas sobre os cursos profissionais, sobre outros aspectos do funcionamento da escola e quis saber se tudo estava a correr bem, disse ao Jornal de Barcelos fonte do Conselho Executivo. Além de rápida a visita era para ser de surpresa. O Conselho Executivo da Alcaides de Faria só soube cerca de meia hora antes." (2)
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(1) Adriano Correia de Oliveira, "Se Vossa Excelência", em A Noite dos Poetas.
(2) Jornal de Barcelos, edição de quarta-feira, 30 de Janeiro de 2008.