domingo, novembro 13, 2005

Mire On Local

Habemmus Rex

Leio com alguma confirmação do que antes ainda poderia ser apenas suposição, numa dinâmica de coerência do personalismo de Poder, que, segundo a imprensa local desta "terra condal", as competências do Presidentre do seu Executivo Camarário (ou quando delegadas em seu substituto) sofreram uma considerável ampliação.
Tal fenómeno não me é de todo estranho. Lembro-me de ter referido , na minha tese de licenciatura (em Gestão e Administração Pública, na especialização em Administração Urbana e Municipal, ISCSP, Universidade Técnica de Lisboa, Seminário de Investigação sobre Estudos de Administração Municipal, Almada - Do Ourto Lado do Rio, ), baseada nos resultados de um estágio levado a cabo na Câmara Municipal de Almada (1988/89/90), uma entrevista concedida pela respectiva Srª Presidente. Ali respondia, a uma das minhas questões sobre a necessidade de desburocratização dos serviços municipais, o que, organica e funcionalmente, passaria também pela transferência de poderes de orgãos hierarquicamente superiores para ocupantes de cargos de chefia que, mesmo em níveis inferiores, estariam em condições de poder atender e resolver, de forma muito mais célere, questões de suas competências específicas (passando a constar do Manual de Competèncias e Procedimentos). Ora, a figura jurídico-administrativa que se conhece quanto a este fenómeno é o da delegação de competências (no caso versante, da Presidente nos cargos hierarquicamente inferiores, ou seja nos restants eleitos), e que, segundo esta edil, estavam todas delegadas, tantas quantas as que a lei, no momento, permitia.

Mas o que agora vejo é que houve um conjunto de competências, supostamente atribuídas legalmente aos eleitos, que foram transferidas para o Sr. Presidente do Executivo, dado que, com uma sua maioria partidáriamente unicolor, tal "golpe" teria uma eficácia imediata. O que passa a constituir uma inferiorização das competências decisoriais dos restantes Vereadores eleitos!

É Homem! Ou é mesmo super-homem! É mesmo de Rei! Com certeza (até demonstração em contrário) com tendèncias para o absolutismo de poder. Ou então os restantes eleitos não possuem as tais capacidades para assumirem as competências que, legal e normalmente, lhes são atribuídas! Temos mãe-galinha! E temos dilema!!!

Cogitadelas 6

Quando a Crença Valia o Esforço!

Contemplações (2)
1. Este trecho que agora aqui torno público é mais uma das minhas contemplações, muito embora a contra-gosto de alguma “direita pura” que vagueia por Barcelos (e não só), pois mais parece que essa dita pseudo-neo-inquisitorialice galinácea não se ajeita lá muito bem com algumas das nossas rubricas (a saber, parece provocar náusea de esquerda o facto de se evocar, em poema, a data de 25 de Abril), assentes na contabilidade social do activo que já é pátria, porque de todos nós. Quer gostemos, quer não, pois a nossa dita não escolhe direitas ou esquerdas. Muito menos pode, de maneira alguma, ficar hipotecada nos meandros da endireitice pedincheira, porquanto o activo ou o passivo a inscrever no legado pátrio que todos construímos e legamos aos vindouros (à semelhança do que os que passaram fizeram por nós) ainda não estão sujeitos às mui almejadas contabilidades bancário-escrituradas. Se assim fosse, já não tínhamos património colectivo, mas apenas orçamentos sociais (previsionais ou de gestão). A minha n-ésima quota parte não compram. Não está à venda! Assim como, tenha a certeza, a de todos aqueles que pensam, sentem e vivem como eu.
2. Quantas vezes atravessei, de autocarro ou de ‘eléctrico’, em Lisboa, a via da Avenida da Índia para a 24 de Julho, que neste embocar era ladeada, pela esquerda, por um largo pedaço de alta parede (de cor parda em tom claro), onde aparecia, imponente, a pintura mural que a figura mostra. Esta e outras figuras representativas de forças políticas, conotadas ou não com formações partidárias (mas eram-no, geralmente), eram bem o exemplo da grandeza espiritual que marcava, para toda a sociedade portuguesa pós-25 de Abril, o tamanho da nossa esperança colectiva num futuro melhor. Que começou a ser chamada de revolução! Mas, à medida do passar do tempo (que este não engana), a esperança ganhou contornos de desilusão. Com um mesmo tamanho que, talvez, sempre tivemos vergonha de a pintar! Para isso, em Portugal todas as paredes teriam de ser enormes! Cada vez mais enormes! Como é gigantesco o pavor de estarmos a ser engolidos por uma qualquer inergúmena entidade que, implacável no disfarse, veste as inúmeras roupagens de uma espécie de Leviatã que este sistema político fabricou e vestiu.
3. Por isso, vamos novamente manchar as paredes do nosso quotidiano, talvez a começar pelas de nossa casa, com as evocações mais profundas das nossas crenças em algo melhor. Mergulhemos, novamente, nas utopias em que tudo faremos para, um dia, deixarem de o ser (!?). De preferência bem coloridas, sem falsas matizes ou imposições monocromáticas!
Venham elas, “endireitadas”, das esquerdas enviesadas! Ou de “centros” de formação de direitas, a convir às esquerdas que agora pululam de ricos como, outrora, o não faziam aqueles que criticavam! Pois tal é o estado a que o espectáculo chegou.


Mas, se não é o povo que o encenou, muito menos tem a obrigação de se constituir em seu fiel espectador! Passivo! Impotente!? Não! Aprendamos a força de sabermos quando se deve dizer”mais não”! Basta!

Pintemos estrelas, o céu, os rios, o mar, as montanhas, as flores, o amor, o pão, a água, o trabalho, etc., mas sempre com sorrisos, sem partidos, sem esquerdas nem direitas, fazendo das imagens que transmitirmos os mais ilustres ícones das causas que todos queremos defender!
Amem!!!

Mire On Local

Quando se sente na própria pele ...

Vem isto a propósito de uma necessidade de exteriorização pública, mesmo tendo sido algo que aconteceu a nível particular (neste caso, comigo mesmo), de um como que regozijo, finalmente, pela forma pacata, simples, clara, funcional, atempadamente eficaz, e acima de tudo humanamente acolhedora, com que fui tratar de fazer um pequeno tratamento à minha vertebral, sim, que isto de sermos vertebrados não faz de nós eternos engenhos sem mazelas, que isto de engrenagens ortopédicas tem muito que se lhe diga, sem muito que, sensivelmente, se consiga notar (como no meu caso, felizmente, em que não me dou por dolorosamente estragado)… .
Mas, a propósito do dito programa ou sessões de tratamento na Clínica Particular que, na nossa Urbe, se articula muito bem intra e interinstitucionalmente, ao proporcionar cuidados de saúde que, prestados por uma entidade particular, é um exemplo de gestão de intercâmbios com as entidades públicas, resultando esta articulação entre o privado e o público em vantagens para todos: os agentes, os homologantes e, principalmente (como não poderia deixar de ser), o alvo de toda a actividade em questão, que são os utentes. Por mim, em poucos dias de usufruto da referida instituição, já aprendi que: há algo, em termos de saúde, que parece funcionar modernamente por estas bandas; que, na qualidade de beneficiário dos serviços sociais em que se inscrevem os profissionais como eu (e como outros, em geral), os serviços ser- me-ão prestados (até aqui sem reparos) a custos muito acessíveis; e que a massa reaquecida que me é posta no lombo ‘queima’ mas faz bem, não à pele, mas à minha dita cervical! Bem haja!

Mire On Local

Nem sempre os círculos são perfeitos

Não basta ser-se redondo (rotundo/ a) para se ser perfeito, isto é, para ter todos os atributos que respeitem a perfeição da forma. Há rotundas inacabadas, mal acabadas, mal cavadas, mal colocadas (impertinentes), … enfim, há um elenco de inúmeras imperfeições que podem atribuir-se a muitas das formas redondas (rotundas) que no nosso burgo aparecem dia para dia. Sem que isso implique, honestamente, a presunção objectiva dos bons motivos que levaram aos respectivos empreendimentos. E, muito menos ainda, tal indagação nunca pode retirar alguma beleza (numas mais do que em outras) que patenteiam algumas das ditas já construídas. Haverá sempre, isso sim, problemas de tráfego, sobretudo humano, que nas vias urbanas nunca poderão ser ultrapassados com o recurso àquelas esfericidades.
Não julgue a edilidade que o MIRE ON LOCAL apenas serve para tecer pelo contra. Nada disso. Será sempre um observatório do que fenomenalmente seja digno de nota, dentro das nossas ‘paredes’.