quarta-feira, dezembro 03, 2008

Meditações do fundo da alma, para um futuro longínquo, deste Portugal sem Pátria!

Estatísticas democráticas, notícias democratizantes e meditação transdemocrática! 

Eis como se passou mais um dia, mais um espaço de tempo em que o folquelore do costume, desde as caricaturas radiofónicas do Bruno Nogueira (TSF) sobre o Congresso do PCP, a entremearem as notícias dos 60,1 % (versão W Lemos) contra os 94 % (versão da P sindical) com que sintetizam a greve dos profs; as "Oh, pinadelas" do Manel do JN sobre o socialismo de trazer na gaveta e as biscspicadas do Jó-Jó quanto aos limites da estatístico-democratura em Angola, apenas me deixa na saudade as notas soltas de desabafo deste amigo lá longe, bem longe, tão longe que, de tanto espreitar, fixo os olhos naqueles horizontes para além de todo este pseudo-neuro-democratismo, quando leio mais uma dessas notas em que também embarco, com que me solto e solidarizo, mas lamento, porque também navegar preciso ...!!!

"Quando descer sobre a luz que me faz falta, num ir além do poente, noite dentro, até sempre


(...) Confesso que não vim aqui procurar a pátria que já não há, a revolução que sempre foi perdida, quando apenas devia ter sido evitada, o falso homem do leme ou uma qualquer nau de fantasia que, envolta no mistério do exótico, seja capaz de me dar porto seguro ou refúgio face a ameaça dos piratas. Por mim, porque navegar é preciso, continuo sem contabilizar o ir não sei para onde, dos que apenas se submetem para o sobreviver e se esquecem que importa lutar, para que continuemos a viver. 

Parece que não conseguirei um conveniente heterónimo me dê refúgio e talvez  chegue mesmo à conclusão que tenho definitivamente de mudar para outra ilha qualquer, onde saiba mesmo que não haverá lugar, tanto do onde como do porquê.  Mas sempre era capaz de dizer que quando descer sobre a luz que me faz falta, quando estiver no regressar, poderei, talvez, continuar a viver assim, sem agenda, para poder ter sempre um intervalo que me dê tempo e me dê sítio. De um estar que seja ser e de um ser que não dependa do ter. Num aqui e agora,  que seja sempre acaso procurado, sem horários, sem relatórios, sem reuniões, avaliações, manual de procedimentos, num ir além do poente, até sempre, ao nascer de novo, de um dia mais dia que me  dê força, para que o amanhã seja o que Deus quer e o que homem sonha, para que volte a dizer pedra e a dizer praia, a praia de partida que o sonho todos os dias desenha no mapa da procura de quem continua a procurar."