quarta-feira, novembro 19, 2008

Será que temos uma "Democracia Virtual"?

Fóruns TSF, politiquices, governança, jornalistas, "crises" que a todos cuida da pança!

Vou lendo e tentando assimilar as notícias, desde a capitaleira Lisboa que já não é a mesma de outrora (ainda há dias explicava isso a um barcelense, agora de serviço na PSP por essas bandas, que lindo era viver e ser cidadão nessa capital então única no Mundo ...!), até às novas e menos más de Dili, pela pena de meu mui citado mestre JA Maltez.

Por isso lhe comunico, ainda, sinais de tudo na mesma. Continuo a ir ao café e fazer o meu Sudoku, antes de entrar nas últimas do já aqui referenciado Senhor Pina (este é dos meus "inconvenientes"). Por acaso, dou de caras com umas de "Opinião" do meu ex-colega do ISCSP Jó-Jó (Paulo Martins), ainda há uns meses atrás ali revisto ...! Não sei qual deles melhor, nisto de escrever artigos de opinião. Apenas revelo aos meus leitores que vale a pena lê-los: mestre JAM, Pina e Paulo Martins. Com todo o apreço pelos demais, aqui deixo essas referências e justificações:


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"Jurassik Park"

Ontem

Começa a ser fastidioso falar da ministra da Educação. Afinal de contas, como Brecht diria, o Sol nasce todos os dias sem querer saber dela, o trigo cresce nos campos, as estações sucedem-se. Mas que pode fazer o pobre cronista, se ela se tornou, se calhar contra a sua vontade, o lamentável protagonista do filme hoje mais visto em todas as salas do país? Desta vez, a crer na TSF, Lurdes Rodrigues "reconheceu segunda-feira a dificuldade das escolas na aplicação do processo de avaliação dos professores" e já "admite alterar o sistema".

Durante o fim-de-semana, o argumentista ter-lhe-á escrito novos diálogos, pois ainda no sábado ela garantia no "Expresso" que não se passava nada. A explicação da inesperada evolução tem, tudo o indica, 150 anos, que se comemorarão em 2009, ano de eleições. E, como Darwin mostra em "A origem das espécies", o processo evolutivo de selecção natural implica que só organismos (incluindo ministros e maiorias) capazes de adaptar-se ao ambiente (e, no caso, que ambiente!) tendem a sobreviver. Resta saber se se trata de adaptação ou só de aclimatação ao tempo que faz.

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Um simulacro de regulação

2008-11-13

Num assomo de sinceridade, que só lhe fica bem, o homem que entre Agosto de 1987 e Janeiro de 2006 presidiu à Reserva Federal norte-americana assumiu recentemente ter-se enganado acerca da eficácia da "mão invisível" do mercado. Estava firmemente convencido de que ela reconduziria o sistema à sua genuína vocação, sempre que descarrilasse, dispensando intervenção externa, mas a erupção da crise financeira abalou-lhe as convicções. A moral desta história salta à vista. A Alan Greenspan foi confiada durante 18 anos a farda de "polícia do mercado" e ele aceitou vesti-la. Mas, lá no íntimo, acreditava que o sector financeiro não precisava de vigilância, corrigia-se a si próprio. Viu-se no que deu a crença. Ele também viu.

Greenspan não é Vítor Constâncio. O norte-americano é um neo-liberal dos quatro costados, o português membro de um partido socialista. É natural que o governador do Banco de Portugal (BdP) seja adepto da regulação estatal do mercado. A questão, portanto, não reside em saber se um remexe mais do que o outro no complexo mundo financeiro ou, sequer, quem é que tem mais vontade de exercer a supervisão. A questão está em apurar a real eficácia dos mecanismos de controlo, numa época em que a intervenção do Estado é olhada de soslaio e muitos gostariam, como propalavam os neo-conservadores que Bush arregimentou no primeiro mandato, de ter um Estado tão pequeno que pudesse ser afogado na água do banho.

Ao contrário do que possa supor-se, um Estado regulador não é um Estado "mais barato" (o argumento financeiro é o mais usado, quando se fala nestas coisas). Para efectivamente fiscalizar, o Estado tem de recrutar peritos e especialistas, sob pena de ficar refém da instituição regulada. Ora o Departamento de Supervisão Bancária do BdP, como ontem revelou o jornal Público, dispõe de apenas 60 técnicos, que nem fazendo todos os dias horas extraordinárias poderiam inspeccionar as 320 instituições financeiras do país, 40 das quais bancos. A intervenção do BdP, como reconheceu o próprio Constâncio, assenta essencialmente na análise de reportes enviados. E é escassa a sua autonomia - não faltam casos de transferência de quadros de bancos para o BdP e vice-versa.

Se a supervisão funciona assim (sem meios e, por isso, com enormes deficiências, como confirma o "caso BPN"), a culpa não é de Vítor Constâncio. Ou não é exclusivamente dele, que pressurosamente se propõe agora instalar equipas de supervisão nos principais bancos. A culpa é do poder político. Por isso vale a pena perguntar: o poder político quer mesmo que as instituições reguladores sejam eficazes ou prefere manter um simulacro de regulação?"

Um abraço a ambos (um dia procurarei encontrar-me com aquele Manel, palavra)!!!

De novo "em baixa"

Não sei se são os efeitos da economia, se das afrontas que vêm dos lados das desditas de maus costumes (porque lá que as há, las hay), o certo é que estou melhorando destas maleitas que as tais me vão pregando, e os seus carrascos carbonários respectivamente vão arquivando ...!

Mas cá me vou arranjando, com a ajuda de Deus, da minha família (que são os meus) e dos santos a quem me dirijo em meditação! E não paro! Estou, nesses entretantos, a tentar construir o meu domínio (depois darei todos os links). A expensas do meu bolso (pelo menos directamente, sem subsídios estatais)!

Que hei-de fazer para poder continuar a trabalhar com tanquilidade, sem as afrontas dos jacobinos do costume? Mudar de estabelecimento de ensino, como me mandam, imperativamente, os receituários médicos? Se assim tem que ser, vamos a isso. Já não é sem tempo!


Oxalá, com a ajuda de todos quantos me quiserem e puderem ajudar, institucionalmente ou não!