Descobri, agora, este músico (também fusionista cultural através da música) que interpreta soberbamente a convergência mundovidente que reinou neste canto do Mundo chamado al-Andalus.
Do álbum que adquiri, de Renaud Garcia-Fons - "Navigatore" - vê-se a miscegenação instrumental, do clássico ao tradicional folk e ao moderno, onde ressaltam faixas idênticas a esta:
"(...) O Irão, onde antes se implantara o Império Sassânida, revelar-se-ia como um alfobre neste mundo medieval islâmico. A sua influência fez-se sentir no comércio, nas técnicas, nas ciências, na farmácia, na arte, nos termos literários, na música, nas técnicas agrícolas, nos gostos culinários".
"(...) Com o triunfo da Reconquista, o Andaluz surge depois aos olhos dos exilados como o paraíso perdido"
"O amor transforma o amador num pastor de estrelas e planetas:
Pastor sou de estrelas como se tivera a meu cargo
apascentar todos os astros fixos e planetas.
As estrelas na noite são o símbolo
dos fogos de amor acesos nas trevas da minha mente.
Parece que sou o guarda deste jardim vedrde escuro
do firmamento cujas altas ervas estão bordadas de narcisos.
Se Ptolomeu vivesse, reconheceria que sou
o mais douto dos homens a espiar o curso dos astros."
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(1) Autores vários, citados em História do Pensamento Filosófico Português, (Dir. de Pedro Calafate, Círculo de Leitores, vol. I (Idade Média), 2002, pp. 141 e ss.