quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Vamos educar o País para não merecermos governos assim!

Afinal o "Zézito" é maroto, ah?!

Um tanto a contragosto, mas lá vou seguindo a posição do A. Lobo Xavier, na qual me revi e, pasme-se, até me fez relembrar o que já aqui disse, quanto ao golpe constitucional de que o Governo de PSL foi "vítima". Exactamente para permitir o acesso ao Poder destar nova democratura, presidida, executivamente, por uma espécie de pseudo-dirigente que, juntamente com a sua nomenclatura, adopta métodos de sustentabilidade da sua política governativa que já não enganam ninguém. É por estas e por outras equivalentes que, muito socialmente, defendo a extensividade e, ainda mais, o alargamento e a profundidade de uma efectiva CULTURA DEMOCRÁTICA, que começa, institucionalmente, nas instâncias da EDUCAÇÃO.

A. L. Xavier relembrou-me, no quadrado das conversas semanais de hoje, um muito discreto e muito mais ainda grave atentado contra a liberdade de imprensa, com linchamento (ou tentativa de) pessoal e profissional (e quem não sou eu para saber como é!?), presumivelmente tramado pelos alvos (V. I. pessoas) expostos num dos últimos números da então extinta revista mensal "Kapa" (K): após a edição desse número, a revista teve, salvo erro da minha memória, apenas mais alguns números editados. Do ME Cardoso nunca mais emergiram sinais de crítica sócio-política que, diga-se de forma imparcial, tinha algum carisma, sem qualquer prejuízo dos valores e/ ou ideias por ele manifestadas, mas com as quais, subjectivamente, muitos podemos não concordar.

Pessoalmente, desde que tive, pela primeira vez, conversa entre convivas de café (numa terra social e territorialmente pequena) sobre o assunto daquele número em apreço, nunca mais tive descanso no à vontade com que, naturalmente, me relaciono no meio a que pertenço! Nem nunca mais deixei de, profissionalmente, ser perseguido por isso, até à exaustão!!!

Sobre isso, apenas recortei, desse número da revista "K", esta passagem:

(...)

"Aí é que está. A minha geração, o Cesariny, o Virgílio Martinho, o António Luís Forte, eu, o Manuel de Lima, o Manuel de Castro…
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K: O Gonzalez…
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Não. Isso já é miséria… Não é por ser mais novo, o Gonzalez é mesmo uma miséria. Não, a nossa geração era muito agressiva, mazinha. Não havia panelinhas… E tanto que nos zangávamos todos uns com os outros. O Cesariny e o Lima de repente detestavam-se. E o António Maria Lisboa zangou-se, o Mário Henrique Leiria zangou-se… Porque essa geração, a do Café Gelo, éramos muito maus uns para os outros. Dizíamos nas caras uns dos outros, escrevíamos coisa uns contra os outros…
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K: Mas essa geração não teve poder. O Cesariny é hoje consagrado porque tem uma editora que o suporta muito…
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Não, mas ele tem público.
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K: Mas não tem poder.
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Não quer. Ele fez aquelas pinturas, mas isso é para poder gastar umas coroas ali com os meninos do Rossio. Também deve pagar muito caro porque ele está com uma cara!... Outro dia vi o gajo no Tal & Qual com o Mário Soares… Ele já não tinha os dentes desde muito novo, mas agora tirou a dentadura e está com um queixinho de velha, aquilo vai-lhe até ao nariz, coitado… O Mário teve aqui um problema chato por causa de um magala. Depois foi para Paris, onde havia tudo especializado: boites especializadas, tabelas, pensões… E o Cesariny era um poeta dos urinóis. Chegou a Paris, ia com esse hábito e botou a mão à sarda de um homem que estava a mijar – resultado, foi parar à cadeia. O chefe da esquadra perguntou-lhe: «Então como é isso la-bas? E ele disse: «É como cá»; mas não era, porque o chefe da esquadra disse: «Então você tinha para aí tantas pensões para fazer isso, era preciso ir para o urinol deitar a mão à gaita do outro?"

Que conste das minhas memórias, nenhum procedimento jurídico teve lugar contra aquela extinta revista! Possivelmente, qualquer semelhança entre a essência política de episódios desta natureza e o actual cenário político mediatizado não será, certamente, mera coincidência!

Citação retirada aqui (artigo integral aqui referido; para quem nunca o leu, não perca a oportunidade).