terça-feira, dezembro 30, 2008

Será que foi mais uma "Sã Paiada"?!!!?

Como na política há muitas montanhas a parir ratos!


Desta vez, ouvi. Acamado com esta gripe que anda por aí, virado para a côrte porque nesta minha janela de Lisboa o mar se estende à minha frente, lá ao longe, depois do Padrão dos Descobrimentos, de um lado, e da Trafaria, do outro, desta vez ouvi uma mensagem de um orgão político, em directo pela TV. Como já há uns anos o não fazia. Tenho tido razão para o não fazer, confirmou-o a estupefacção com que me colheu, em conclusão, a decisão tomada pelo nosso PR!

A julgar pelo tom com que o Prof. nosso PR começou a proferir toda a sua argumentação com que explicava aos portugueses a inaceitabilidade do texto legal aprovado em AR, e os perigos justificados de tal precedente (in)constitucional (plausivelmente a seu favor), eu já falava para dentro de casa: "Não me digas que, com isto tudo, não dissolve a AR"!!! 

Se o anterior PR dissolveu a anterior AR, com aquilo a que eu chamei de "um autêntico golpe constitucional", em que não podiam encontrar-se fundamentos constitucionais para a decisão que tomou, sendo um acto essencialmente político, como pode, agora, assistir-se a um atentado destes à CRP, aos princípios mais basilares da estabilidade de qualquer democracia constitucional moderna, e o PR (ainda por cima o elemento mais visado neste atentado) não dissolver aquele órgão?!!!?

Ou há aqui algo que me escapa, ou a montanha pariu ... um "absurdo"!

terça-feira, dezembro 23, 2008

Ai!!!, ...se a Srª minha Ministra me lesse, ...!!!(?)

E se os assessores (leia-se, pedagógicos) da Srª Ministra da Educação fossem todos professores (não precisava serem titulares)?!!! ...


Isto tudo não começou na era socratina! Nem na era guterrista, ou na cavaquistanista! Isto tudo começa todos os dias em que nos levantamos para viver mais um dia, uns à custa de outros, uns mais que outros! Mas em que ninguém assume as culpas, cada um a sua enésima parte de culpa, pelo estado a que chegamos! Uns por acção, outros muitos por omissão! Todos por cobardia!

Ora aqui está um adjectivo que pode chegar para começarmos a compreender uma das faces da fonte da nossa miséria social: falta de espinha dorsal, quer dizer de verticalidade, isto é, falta de coragem para assumirmos, todos, que todos nós sabemos do que se trata: todos sabemos que, mais ou menos, anteontem, ontem ou hoje, nos corrompemos ou deixamos corromper, anuímos ou fomos coniventes, mas certamente todos negligentes, face ao comodismo e ao oportunismo que as facilidades, os compadrios, os favores, prebendas e outras merendas, nos satisfizeram a todos, novamente a uns mais que a outros, quando tratamos de resolver as questões que a nós, a cada um de nós pelo seu mérito, deveria ficar entregue. E que cada um de nós sempre adiou, falseou, escondeu ou disso fugiu ou desertou!

E que tem isto a haver com a Srª Ministra da Educação? Tudo!!! Porque é disso que se trata: para atender a um fim que se justifica plenamente, seguiu e tem prosseguido por meios que, já em si, negam os fins a que se destinam! Ou seja, pede aos professores:

1º - que fiquem parados (a congelar) na carreira que os seduziu profissionalmente! Resultado organizacional: torna-se persona non grata (o titular do cargo, não a pessoa, entenda-se), e o inimigo nº 1 a abater;

2º - que se diferenciem entre si, tendo como consequência (mais uma inconstitucionalidade?) a discriminação e a injustiça funcional de alguns mais incompetentes (mas mais sistemizados) virem a assumir funções pedagogicamente fulcrais para a definição, acompanhamento e avaliação dos processos de ensino-aprendizagem !!!(...);

3º - que se avaliem, através dos tais que, para serem avaliadores, deveriam há muitos ser os primeiros a ser, especialmente, avaliados, primeiro para se atestar da sua competência para ensinar, e depois para avaliar o que os outros ensinam (e, admito-o, muitos não ensinam nada!!! Quanto a isso estou disposto, totalmente disponível, para ser avaliado e classificado, e daí assumir todas as consequências!!!);

4º - finalmente, que admitam que, para serem avaliados, têm que dizer, de sua própria justiça, o que acham que andam aqui a fazer! E o que pretendem fazer!? E quanto acham que por tanto deveriam ganhar (quanto a isso já tenho consultado ofertas de emprego no Reino Unido e na Noruega: a inferir pelos salários ali propostos, NÓS GANHAMOS MAIS QUE ESSES, QUE SÃO PROFESSORES EM PAÍSES MUITO MAIS RICOS QUE O NOSSO, com muito maiores taxas de sucesso escolar que o nosso)!!!

Então, V. Exª, Srª Ministra, não sabe que se entra para uma reun
ião (seja de que cariz for), dentro de uma escola (pelo menos pública) portuguesa, e a primeira coisa que se faz é assinar a respectiva Acta? E que acontece a um professor que, por acaso (?), até nem concorde com o seu conteúdo? A Srª Ministra acha que se vai chamar novamente uma dúzia de boas almas ensinantes e preencher, mais uma vez, aqueles papéis maçudos? Não!!! Processa-se o inssurecto, que é para ele aprender que, no ensino deste país muito finamente democratizado, quem não aprende não come!!! (?!!! Está a ver a essência da questão, não está?).

Então, a Srª Ministra, V. Exª não sabe que há órgãos de gestão, designados electivamente, que se perpetuam há mais de uma década nas mesmas cadeiras, e que gerem as coisas da feição já aqui insinuada? Mesmo que normativamente, a questão já em si, de si e só por si perniciosa, dos presidentes dos órgãos executivos acumularem a presidência pedagógica das respectivas escolas, ao mesmo tempo que presidem aos respectivos conselhos fiscais, torna as oportunidades de insucesso por acumulação de incompetência uma grande certeza! Ou seja, nas escolas públicas portuguesas, quem tem competências para fiscalizar é quem é fiscalizado! Ou vice-versa, que é o mesmo que dizer que aqueles cuja administração deve ser legalmente supervisionada são os próprios fiscalizadores!!! (Assim vai bem que não deve a quem! Percebeu?)

Só mais uma, Exª Srª Ministra: por favor, diga ao país: "eu não sabia que os professores afirmam fazer ou realizar "coisas" que (quase) ninguém faz! E todos concordam que se fez! Mesmo quem os dirige! Por isso esses também devem ser avaliados (fiscalizados e responsabilizados)! Sei que, por exemplo, muitíssimos dos alegadamente concebidos, participados e realizados (por professores e alunos) Projectos de Área-Escola, que se ratificam em Conselhos de Turma, nunca chegam a ser minimamente implementados (nalguns casos verifica-se, mesmo, que, durante todo um ano lectivo, ninguém sobre isso escreve uma única letra!!!?)! E que muitos professores que não se mostram coniventes com este estado de coisas chegam, em alguns (muitos?) casos, a ser processados, pelos mais variados e kafkianizados meios burocraticamente disponíveis!!!"

Por favor, Srª Ministra: diga-o, ou então diga ao país que eu sou um grande mentiroso (V. Exª está de acordo, não está?!!!)

Obrigado

Um Professor português, 
de uma escola de Portugal,
com votos de uma feliz e saudável quadra natalícia, para TODOS!

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Ajuda ... só aquele cantinho do Céu lisboeta onde me tornei Homem!

De novo nas origens, em dia de vários regressos e lembranças!

Dou comigo, novamente, nesta Guimarães bercinho da grande promessa civilizacional que este meu País já foi! Ainda mais: o destino leva-me a encontrar alguém que me disse a palavra "ajuda", bem conjugada na primeira pessoa de um futuro presente incondicional! 

Depois de rever a minha querida escolinha primária, sempre bem presente na minha memória (assim como o meu professor primário, que Deus já tem há muito tempo), sempre com aquelas escadinhas, o fontanário e toda a estrutura em pedra que por este Minho abunda, 

















e vista daquela estreita rua (Stª Luzia) que eu todos os dias subia e descia (não fossem os carros estacionados seria a mesma de há 45 anos)




foi um pequeno prémio para quem luta por um rasgo que seja de justiça e de paz! Por todos nós, pois esta coisa de "educação pública" já todos sabem, tem muito que se lhe diga!

E, ao abrir este portátil, dou de caras com o alerta do aniversário de minha tia materna ...! Ora, indubitavelmente, hoje a minha querida Guimarães disse-me, mais uma vez, presente, como sempre! (Bendita sejas, "oh Guimarães, oh minha terra querida ...")!!! (?) Mas não só: chegado a este feudo condal-barcelense, de gente sempre boa mas muito distante ... (?), entro no café do meu quotidiano e dou de caras com mais esta "Oh pinadela" (nem de propósito. Sempre há Deus. Mas, ao que parece, até Ele que se cuide ...!!!):

"Vendilhões do Templo

Com os encargos de todas as obras públicas anunciadas, boa parte do nosso futuro está hipotecada; pelo presente já ninguém dá nada; resta o passado. Não se estranhará, pois, que o Governo prepare um novo regime para o património histórico e cultural que abre portas à venda mais ou menos indiscriminada de monumentos históricos. "O mote é alienar", denunciam, alarmadas, as associações de defesa do património.

Se a coisa, congeminada no Ministério das Finanças, for avante, depois do Forte de Peniche transformado em pousada, veremos um dia destes uma loja Ikea na Torre de Belém e um hotel de charme no Mosteiro de Alcobaça (e porque não no da Batalha?); Rui Rio poderá, finalmente, vender a Torre dos Clérigos em "time-sharing"; e António Costa, em Lisboa, fazer dos Jerónimos um centro comercial. Governados por mercadores sem memória e sem outra cultura que não a do dinheiro, faltava-nos ver a nossa própria História à venda. Em breve, nem Cristo (quanto mais nós) terá poderes para expulsar os vendilhões do Templo porque eles já terão comprado o Templo e já lhe terão dado ordem de expulsão a Ele."

Haja Deus! Sempre! Amen!

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Da Declaração UDH às democracias "de estimação", professor titular ...NÃO!

A quanto não teremos, ainda, de resistir e de "declarar", e ... de esperar!!???

Projecto-me, em sonhos misturados com a realidade, nesta convalescença provocada pelos ditos arautos supremos da democracia "de trazer por casa", nas últimas das novelas sócio-políticas, nesta polis cada vez mais "degradante" e degradada, como já o 'profetizavam' alguns de que, também hoje, nos aponta mais este post de mestre JA Maltez, lá da terra do crocodilo do sol nascente ...!

Apenas gostaria de lembrar, ao respeitoso Prof. Mário Nogueira, que dentro da sua organização pontificam muitos desses jacobinos amantes das democracias de estimação (para lembrar a fábula do piolho, o tal "Jimmy" de unhas pintadas, o animal de estimação de uma dessas personagens, psicopata pseudo-delinquente e lunática assumida), tanto que, agora que o prezado colega (e muito bem) vem defender mais uma vez a abolição da figura do "professor titular", deveria contar QUANTOS DESSES SEUS AFILIADOS NÃO SÃO JÁ PROFESSORES TITULARES? E se o são (desde o primeiro minuto em que se deu a abertura para tal concurso), será que o vão deixar de ser (ou já deixaram?)?!!!?

Fico-me pela remissão, a tão digníssima gente, para os artºs 1º, 5º, 6º, 9º, 12º, 19º, 23º (sobretudo nº 2) e 30º, da Declaração Universal dos Direitos do Homem, ainda e em muito por cumprir!!!

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Das minhas "Lamentações" eu rezo a história!

Sobre essa distância mal percorrida, daqui vou vendo, mestre, teus lamentos!

Mais um post dedicado a mestre JA Maltez, lá na terra onde tsunami é apenas um grito de Deus, ou um seu castigo, ou a expressão divina da raiva do Homem ...! Mas sempre a Natureza, por nós interpretada e vivida, encarnada no sentimento de pertença à sua Sorte ...!

Faço questão de dizer:
em mim outros não são!
Continuo,
persisto vivendo,
pensando no que vier
sem saber porquê
entendo!
Sempre como então,
olhando,
o que Deus quer!





Espelho de mim,
a ver,
outra vez o que serão
amanhãs que vão
sendo,
outros dias,
quem não quer
ter em si, vão tendo?
Apenas vêm, terão
o que Deus lhes der!
Não é fácil,
dizer: utopias o que são?!
O que vier, sendo!

(Lamentações, 6)

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Meditações do fundo da alma, para um futuro longínquo, deste Portugal sem Pátria!

Estatísticas democráticas, notícias democratizantes e meditação transdemocrática! 

Eis como se passou mais um dia, mais um espaço de tempo em que o folquelore do costume, desde as caricaturas radiofónicas do Bruno Nogueira (TSF) sobre o Congresso do PCP, a entremearem as notícias dos 60,1 % (versão W Lemos) contra os 94 % (versão da P sindical) com que sintetizam a greve dos profs; as "Oh, pinadelas" do Manel do JN sobre o socialismo de trazer na gaveta e as biscspicadas do Jó-Jó quanto aos limites da estatístico-democratura em Angola, apenas me deixa na saudade as notas soltas de desabafo deste amigo lá longe, bem longe, tão longe que, de tanto espreitar, fixo os olhos naqueles horizontes para além de todo este pseudo-neuro-democratismo, quando leio mais uma dessas notas em que também embarco, com que me solto e solidarizo, mas lamento, porque também navegar preciso ...!!!

"Quando descer sobre a luz que me faz falta, num ir além do poente, noite dentro, até sempre


(...) Confesso que não vim aqui procurar a pátria que já não há, a revolução que sempre foi perdida, quando apenas devia ter sido evitada, o falso homem do leme ou uma qualquer nau de fantasia que, envolta no mistério do exótico, seja capaz de me dar porto seguro ou refúgio face a ameaça dos piratas. Por mim, porque navegar é preciso, continuo sem contabilizar o ir não sei para onde, dos que apenas se submetem para o sobreviver e se esquecem que importa lutar, para que continuemos a viver. 

Parece que não conseguirei um conveniente heterónimo me dê refúgio e talvez  chegue mesmo à conclusão que tenho definitivamente de mudar para outra ilha qualquer, onde saiba mesmo que não haverá lugar, tanto do onde como do porquê.  Mas sempre era capaz de dizer que quando descer sobre a luz que me faz falta, quando estiver no regressar, poderei, talvez, continuar a viver assim, sem agenda, para poder ter sempre um intervalo que me dê tempo e me dê sítio. De um estar que seja ser e de um ser que não dependa do ter. Num aqui e agora,  que seja sempre acaso procurado, sem horários, sem relatórios, sem reuniões, avaliações, manual de procedimentos, num ir além do poente, até sempre, ao nascer de novo, de um dia mais dia que me  dê força, para que o amanhã seja o que Deus quer e o que homem sonha, para que volte a dizer pedra e a dizer praia, a praia de partida que o sonho todos os dias desenha no mapa da procura de quem continua a procurar."

terça-feira, dezembro 02, 2008

Sobre a "comunidade natural dos homens" e dos atentados que a ela a História já vai esquecendo ...(!?)

Revejo, agora em formato DVD (com as vantagens de se possuir um "making of" fantástico, valendo inequivocamene a pena observá-lo com toda a atenção e estudo dedicado), "A Missão", um filme que, depois de fazer aquele estudo de tudo quanto possa estar contido nas suas múltiplas mensagens sócio-humanas (numa vertente mais antropológica), históricas e políticas (aqui se extendendo a acepção do político ao jurídico), só pode ser considerado um dos marcos do cinema, e por tudo isso (e não só), em minha opinião, um dos maiores filmes da história cinematográfica.

Por isso, e depois de ler mais uma das mensagens que, talvez ainda implicitamente, se lêem no relato das 'viagens' de mestre JA Maltez pelas "terras do crocodilo":

"(...) ainda acredito que, no mundo afro-asiático, o direito pode ser expressão directa da consciência jurídica popular, uma produção instintiva e quase inconsciente, onde há um espírito particular, e o mesmo é gerador da poesia, dos costumes, da língua e de outros segregados da história. (...)
 
(neste post), posso prometer-lhe que gostaria, com toda a humildade, que passasse este filme, legendado em português, aos seus alunos e a todos os eventuais interessados na comunidade onde cumpre 'missão', e que, se assim o quiser, lho enviarei, para passar a fazer parte do espólio documental dessa Escola.




Vale a pena!!!

PS: esta é apenas uma das pequenas peças que encontrei para poderem transmitir apenas uma pequena ideia do que esta obra contém, no You Tube.