domingo, maio 14, 2006

Somos aquilo que temos

O que resta dos cantinhos do céu português! Quando já não se luta por um pedaço de pão, com ou sem militares, com ou sem maçons, com ou sem revolução!

Poderia ser mais um Mire On Local. Mas não chega a isso, pois apenas nos ficamos pela simples contemplação deste bocadinho de mare nostrum, já não tão nosso enquanto alguns continuarem a querer vendê-lo a troco das contínuas prebendas com que desenham o espraiar das suas evolutivas carreiras pseudo-democratistas, tão encastadas no vício da ganância rapineira quanto as mediáticas fantasias da sindicância do políticamente correcto em que tecem esta democratura.

Também poderia evocar este triste dia de 1915, marcado por "tumultos violentos em Lisboa com assalto a armazéns e a padarias de multidões à procura de comida" 1. Neste mesmo dia, republicanos com a participação de civis (enquadrados prela Maçonaria) e militares, levam a efeito um movimento revolucionário que custou centenas de mortos e feridos e levou à derrocada do Governo" 2. E proclama-se de novo a República.

O 1.º sargento Alexandre de Carvalho, com um grupode revolucionários à porta do Arsenal de Marinha.
Hoje, proclama-se ainda a democracia quando uns se fecham nos cofres em que encastam o espólio da rapina, e outros já nem tentam reclamar o que outrora não carecia!

ÓH, poeta de Coimbra, volta a cantar:

Gaivotas, que o vento norte não traz
Notícias, que tardam sem razão
Ficarei aqui à espera
Ainda que seja quimera
Teu regresso acontecer
Ficarei até morrer!
Ficarei até morrer!

E, olhando esta maré vazia, contemplando ... a razão me entoa na alma que:
La pensée du Jour: somos aquilo que temos!
(1) Portal da História.
(2) História de Portugal em Datas, Círculo de Leitores
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