quinta-feira, agosto 17, 2006

Horizontes da Academia

Educação para a saúde, Psicologia, Ciência Política ... Cidadania! Eu cá tinha as minhas razões ...
Há já uns anos que tenho tentado demonstrar, por diferentes modos e vias, possíveis de viabilizar na actividade escolar, questões tão basilares para a educação como as que a entrevistada na peça seguinte da Educare nos parece apontar. Sobretudo, ao nível do que, também agora através do novo elemento curricular que é a "Área de Projecto", é possível realizar nas aprendizagens para uma verdadeira e sã consciência para a cidadania. Bem haja!
""Tornar os professores os coitados do sistema não ajuda"
Entrevista com Margarida Gaspar Matos, psicóloga e investigadora na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, que se dedica há três décadas à educação para a saúde.
Psicóloga de formação, o perfil de Margarida Gaspar Matos não se encaixa no tradicional espartilho de investigadora e académica. Desde a infância que os pais lhe estimularam o gosto pelas viagens, pelas línguas e pelas artes. Num país amorfanhado pelo cinzentismo do Estado Novo, Margarida Gaspar Matos, actualmente com 50 anos, admite ter sido uma priveligiada. Fez ballet, praticou música, passou longas temporadas um pouco por todo o Mundo, teve uma infância que se estendeu para lá dos limites de Coimbra. Tudo isso deixou, claramente, marcas no percurso pessoal e profissional.
Desde cedo sentiu-se desperta para o trabalho comunitário. Resultado: juntou saberes da psicologia e da saúde ao bem-estar social e à aprendizagem de diferentes culturas para criar o projecto Aventura Social.~
Recusa-se a colocar em prateleiras distintas temas aparentemente tão díspares como a sida, a violência na escola, a arte, a exclusão social ou a educação sexual. Porque acredita que todas elas têm por base a cidadania.
EDUCARE.PT: Há quanto tempo trabalha na área da saúde?
Margarida Gaspar Matos
: Há 30 anos. Enquanto finalista do liceu, apresentava uma grande inclinação para as ciências. Durante a adolescência, confrontei-me com o carácter aparentemente errático dos comportamentos individuais e dos grupos. Das várias possibilidades que se abriam à minha frente na entrada para a faculdade, decidi-me pela Psicologia, deixando para trás as outras duas opções possíveis - Medicina ou Biologia. Durante o curso, tive a oportunidade de fazer trabalho clínico em psiquiatria no Hospital Santa Maria e, a partir daí, desenvolvi uma enorme apetência pelo trabalho na comunidade, pela intervenção precoce e preventiva no desajustamento, incluindo cenários e actores relevantes da vida dos indivíduos.
E.: Quando se alia a saúde à cidadania e à educação, isso significa o quê, concretamente?
M. G. M.: Significa uma nova abordagem da saúde, perspectivada enquanto bem estar e não ausência de doença. A visão da saúde como participação social começou no fim da II Guerra Mundial e cada vez mais tem tomado força como ideia e como praxis.
E.: Esta é uma área de desenvolvimento recente em Portugal?
M. G. M.: Sim, em Portugal e no estrangeiro. Nós tivemos aqueles anos do Estado Novo, em que estas preocupações nem se punham a nivel da população, embora já se fizessem sentir pelo menos a partir do fim dos anos 60 numa elite intelectual e científica.
E.: E no resto do Mundo?
M. G. M.: A Organização Mundial de Saúde (OMS) é acérrima defensora desta perspectiva, bem patente em todas as conferências mundiais que tem promovido.
E.: O projecto Aventura Social, da Faculdade de Motricidade Humana, surgiu há quanto tempo e com que objectivos?
M. G. M.: Desde 1987, dando uma abrangência ecológica e não clínica ao que antes chamávamos "Núcleo de Estudos do Comportamento Social", que se destinava sobretudo a estudar, formar técnicos e intervir na área da violência e problemas de comportamento na sala de aula. Daí passámos a uma abordagem preventiva universal e a uma intervenção mais holística da saúde, bem-estar e cidadania. O projecto inicial Aventura Social e Risco foi um trabalho de elaboração e avaliação de programas de promoção de competências de relacionamento interpessoal em instituições fechadas (estabelecimentos tutelares de menores, hospitais psiquiátricos, etc.) e na prevenção de base comunitária e autárquica.
E.: Uma das vertentes do Aventura Social tem precisamente a ver com a saúde...
M. G. M.: O projecto está integrado numa rede Europeia, a Health Behaviour in School Aged Children. Trata-se de um estudo de investigação e monitorização, que pretende ter impacto nas políticas de promoção e educação para a saúde. Iniciado em 1996, e realizado de quatro em quatro anos, incluiu já mais de 18 000 adolescentes portugueses. Mas o projecto genérico Aventura Social também tem evoluído para outras áreas, como a prevenção rodoviária, a comunidade, a inserção sócio-laboral e a família.

E.: Uma das áreas temáticas do projecto é a violência na escola. Este é um tema que tem vindo a ter uma atenção mediática crescente. Acha que a abordagem dos média tem contribuído para o fortalecimento de uma discussão que promova a cidadania?
M. G. M.: Não, é um tema sempre muito mal tratado. A reportagem emitida recentemente pela RTP, que consistia na observação de crianças em sala de aula com recurso a câmaras escondidas, encheu-me de tristeza e desalento... Não há nesta peça análises, não há propostas... só mesmo uma devastadora confusão. Os professores não vão querer ser o reality show do mês, pois não?
E.: O que é necessário fazer para inverter as situações de violência?
M. G. M.: O encontro de professores e alunos no espaço escolar, é um encontro de duas "carreiras" num contexto específico. Ambos têm um passado onde a escola teve um papel, e um presente e um futuro onde há diferentes expectativas em relação à escola. O problema tem de ser visto neste enquadramento. Diabolizar os miúdos ou tornar os professores os coitados do sistema, passivos e inoperantes, não ajuda. Os alunos devem ver no professor um modelo social e a considerar a escola como um espaço de aprendizagem. O professor não deve ser visto como um animador de tempos livres, nem a escola como um espaço de lazer. Isso têm eles noutros lados…
E.: Recentemente esteve na Macedónia a participar no projecto Visão, que envolvia crianças vítimas da guerra. Que tipo de trabalho foi realizado com essas crianças?
M. G. M.: Foi um trabalho de promoção de competências pessoais e sociais para a promoção da saúde, cidadania e paz.
E.: Nesse trabalho foi utilizada a arte como método. As artes funcionam como um exercício catártico para essas crianças ou são uma forma de explorar outros sentidos e estimular abordagens mais positivas perante a vida?
M. G. M.: O movimento e a arte funcionam em educação de três modos: como um fim, quando há professores que ensinam e alunos que aprendem arte e movimento; como estratégia de ocupação e divertimento; e como competências pessoais e sociais, de comunicação e cooperação interpessoal, participação social e autonomia. É neste último ponto que nos situamos no âmbito do trabalho no Aventura Social.
E.: Esteve também em Angola, onde deu formação na área da prevenção da sida e do VIH. Que impressões reteve do nível de informação acerca da doença no país?
M. G. M.: Estive em Angola em Junho deste ano a fazer formação de pares, a líderes comunitários, na área da promoção da saúde, em especial na prevenção do VIH. Comigo estiveram um médico e um sociólogo do Instituto Pasteur um tratou dos aspectos biomédicos e epidemiologicos da infecção e o outro tratou da organização dos serviços de saúde. O meu papel foi justamente trabalhar competências de escuta activa, de dinâmica de grupos, de comunicação interpessoal e de aconselhamento de modo aos jovens pares poderem efectivar o seu trabalho na comunidade.
E.: Num país sem infra-estruturas básicas, de que forma é que se pode apelar a meios de prevenção tão banais como o uso do preservativo?
M. G. M.: Com muita dificuldade! Tem de ser feito um trabalho real de identificar as barreiras e enfrentá-las. Os obstáculos habituais ao uso do preservativo (como a crença de que tira o prazer, que é caro ou a vergonha em adquiri-lo, etc.) não são aqui os mais graves. É preciso que se diga que aparecem aqui mulheres para quem o medo de perder o parceiro (ser abandonada ou preterida) é mais forte do que o receio de contrair VIH. A vontade de engravidar nas mulheres e homens seropositivos, as barreiras culturais e as crenças de curas de carácter mágico são os principais entraves à prevenção. É um trabalho de uma enorme dificuldade, mas de uma imensa riqueza para todos nós.
E.: Tendo em conta que em Portugal as taxas de infecção de VIH são das mais altas da Europa e que a eficácia da informação junto dos jovens é muito baixa, que estratégias sugere, nomeadamente, ao nível educativo, para que a prevenção seja uma rotina e não uma excepção?
M. G. M.:
As taxas em Portugal são vergonhosas, em especial na camada jovem e em alguns distritos mais centrais. As coisas têm vindo a melhorar, apesar de tudo… temos agora esta forte aposta na educação sexual para a saúde, que é já obrigatória nas escolas. Faço parte do Grupo de Trabalho para a Educação Sexual, que é coordenado pelo Professor Daniel Sampaio, e que tem vindo a acompanhar 186 agrupamentos escolares. Há escolas já a desenvolver trabalho intenso a este nível, há a colaboração da Coordenação Nacional para a infecção do VIH… o desafio seguinte é que este processo não se perca com a sua injecção na rotina do sistema para o próximo ano lectivo, quando o grupo de trabalho finalizar a sua função em Dezembro de 2006."

Ainda a Cidadania, a Saúde e a ... escola!

Educação para a saúde, Psicologia, Ciência Política ... Cidadania! Eu cá tinha as minhas razões ...
Há já uns anos que tenho tentado demonstrar, por diferentes modos e vias, possíveis de viabilizar na actividade escolar, questões tão basilares para a educação como as que a entrevistada na peça seguinte da Educare nos parece apontar. Sobretudo, ao nível do que, também agora através do novo elemento curricular que é a "Área de Projecto", é possível realizar nas aprendizagens para uma verdadeira e sã consciência para a cidadania. Bem haja!
""Tornar os professores os coitados do sistema não ajuda"
Entrevista com Margarida Gaspar Matos, psicóloga e investigadora na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, que se dedica há três décadas à educação para a saúde.
Psicóloga de formação, o perfil de Margarida Gaspar Matos não se encaixa no tradicional espartilho de investigadora e académica. Desde a infância que os pais lhe estimularam o gosto pelas viagens, pelas línguas e pelas artes. Num país amorfanhado pelo cinzentismo do Estado Novo, Margarida Gaspar Matos, actualmente com 50 anos, admite ter sido uma priveligiada. Fez ballet, praticou música, passou longas temporadas um pouco por todo o Mundo, teve uma infância que se estendeu para lá dos limites de Coimbra. Tudo isso deixou, claramente, marcas no percurso pessoal e profissional.
Desde cedo sentiu-se desperta para o trabalho comunitário. Resultado: juntou saberes da psicologia e da saúde ao bem-estar social e à aprendizagem de diferentes culturas para criar o projecto Aventura Social.~
Recusa-se a colocar em prateleiras distintas temas aparentemente tão díspares como a sida, a violência na escola, a arte, a exclusão social ou a educação sexual. Porque acredita que todas elas têm por base a cidadania.
EDUCARE.PT: Há quanto tempo trabalha na área da saúde?
Margarida Gaspar Matos
: Há 30 anos. Enquanto finalista do liceu, apresentava uma grande inclinação para as ciências. Durante a adolescência, confrontei-me com o carácter aparentemente errático dos comportamentos individuais e dos grupos. Das várias possibilidades que se abriam à minha frente na entrada para a faculdade, decidi-me pela Psicologia, deixando para trás as outras duas opções possíveis - Medicina ou Biologia. Durante o curso, tive a oportunidade de fazer trabalho clínico em psiquiatria no Hospital Santa Maria e, a partir daí, desenvolvi uma enorme apetência pelo trabalho na comunidade, pela intervenção precoce e preventiva no desajustamento, incluindo cenários e actores relevantes da vida dos indivíduos.
E.: Quando se alia a saúde à cidadania e à educação, isso significa o quê, concretamente?
M. G. M.: Significa uma nova abordagem da saúde, perspectivada enquanto bem estar e não ausência de doença. A visão da saúde como participação social começou no fim da II Guerra Mundial e cada vez mais tem tomado força como ideia e como praxis.
E.: Esta é uma área de desenvolvimento recente em Portugal?
M. G. M.: Sim, em Portugal e no estrangeiro. Nós tivemos aqueles anos do Estado Novo, em que estas preocupações nem se punham a nivel da população, embora já se fizessem sentir pelo menos a partir do fim dos anos 60 numa elite intelectual e científica.
E.: E no resto do Mundo?
M. G. M.: A Organização Mundial de Saúde (OMS) é acérrima defensora desta perspectiva, bem patente em todas as conferências mundiais que tem promovido.
E.: O projecto Aventura Social, da Faculdade de Motricidade Humana, surgiu há quanto tempo e com que objectivos?
M. G. M.: Desde 1987, dando uma abrangência ecológica e não clínica ao que antes chamávamos "Núcleo de Estudos do Comportamento Social", que se destinava sobretudo a estudar, formar técnicos e intervir na área da violência e problemas de comportamento na sala de aula. Daí passámos a uma abordagem preventiva universal e a uma intervenção mais holística da saúde, bem-estar e cidadania. O projecto inicial Aventura Social e Risco foi um trabalho de elaboração e avaliação de programas de promoção de competências de relacionamento interpessoal em instituições fechadas (estabelecimentos tutelares de menores, hospitais psiquiátricos, etc.) e na prevenção de base comunitária e autárquica.
E.: Uma das vertentes do Aventura Social tem precisamente a ver com a saúde...
M. G. M.: O projecto está integrado numa rede Europeia, a Health Behaviour in School Aged Children. Trata-se de um estudo de investigação e monitorização, que pretende ter impacto nas políticas de promoção e educação para a saúde. Iniciado em 1996, e realizado de quatro em quatro anos, incluiu já mais de 18 000 adolescentes portugueses. Mas o projecto genérico Aventura Social também tem evoluído para outras áreas, como a prevenção rodoviária, a comunidade, a inserção sócio-laboral e a família.

E.: Uma das áreas temáticas do projecto é a violência na escola. Este é um tema que tem vindo a ter uma atenção mediática crescente. Acha que a abordagem dos média tem contribuído para o fortalecimento de uma discussão que promova a cidadania?
M. G. M.: Não, é um tema sempre muito mal tratado. A reportagem emitida recentemente pela RTP, que consistia na observação de crianças em sala de aula com recurso a câmaras escondidas, encheu-me de tristeza e desalento... Não há nesta peça análises, não há propostas... só mesmo uma devastadora confusão. Os professores não vão querer ser o reality show do mês, pois não?
E.: O que é necessário fazer para inverter as situações de violência?
M. G. M.: O encontro de professores e alunos no espaço escolar, é um encontro de duas "carreiras" num contexto específico. Ambos têm um passado onde a escola teve um papel, e um presente e um futuro onde há diferentes expectativas em relação à escola. O problema tem de ser visto neste enquadramento. Diabolizar os miúdos ou tornar os professores os coitados do sistema, passivos e inoperantes, não ajuda. Os alunos devem ver no professor um modelo social e a considerar a escola como um espaço de aprendizagem. O professor não deve ser visto como um animador de tempos livres, nem a escola como um espaço de lazer. Isso têm eles noutros lados…
E.: Recentemente esteve na Macedónia a participar no projecto Visão, que envolvia crianças vítimas da guerra. Que tipo de trabalho foi realizado com essas crianças?
M. G. M.: Foi um trabalho de promoção de competências pessoais e sociais para a promoção da saúde, cidadania e paz.
E.: Nesse trabalho foi utilizada a arte como método. As artes funcionam como um exercício catártico para essas crianças ou são uma forma de explorar outros sentidos e estimular abordagens mais positivas perante a vida?
M. G. M.: O movimento e a arte funcionam em educação de três modos: como um fim, quando há professores que ensinam e alunos que aprendem arte e movimento; como estratégia de ocupação e divertimento; e como competências pessoais e sociais, de comunicação e cooperação interpessoal, participação social e autonomia. É neste último ponto que nos situamos no âmbito do trabalho no Aventura Social.
E.: Esteve também em Angola, onde deu formação na área da prevenção da sida e do VIH. Que impressões reteve do nível de informação acerca da doença no país?
M. G. M.: Estive em Angola em Junho deste ano a fazer formação de pares, a líderes comunitários, na área da promoção da saúde, em especial na prevenção do VIH. Comigo estiveram um médico e um sociólogo do Instituto Pasteur um tratou dos aspectos biomédicos e epidemiologicos da infecção e o outro tratou da organização dos serviços de saúde. O meu papel foi justamente trabalhar competências de escuta activa, de dinâmica de grupos, de comunicação interpessoal e de aconselhamento de modo aos jovens pares poderem efectivar o seu trabalho na comunidade.
E.: Num país sem infra-estruturas básicas, de que forma é que se pode apelar a meios de prevenção tão banais como o uso do preservativo?
M. G. M.: Com muita dificuldade! Tem de ser feito um trabalho real de identificar as barreiras e enfrentá-las. Os obstáculos habituais ao uso do preservativo (como a crença de que tira o prazer, que é caro ou a vergonha em adquiri-lo, etc.) não são aqui os mais graves. É preciso que se diga que aparecem aqui mulheres para quem o medo de perder o parceiro (ser abandonada ou preterida) é mais forte do que o receio de contrair VIH. A vontade de engravidar nas mulheres e homens seropositivos, as barreiras culturais e as crenças de curas de carácter mágico são os principais entraves à prevenção. É um trabalho de uma enorme dificuldade, mas de uma imensa riqueza para todos nós.
E.: Tendo em conta que em Portugal as taxas de infecção de VIH são das mais altas da Europa e que a eficácia da informação junto dos jovens é muito baixa, que estratégias sugere, nomeadamente, ao nível educativo, para que a prevenção seja uma rotina e não uma excepção?
M. G. M.:
As taxas em Portugal são vergonhosas, em especial na camada jovem e em alguns distritos mais centrais. As coisas têm vindo a melhorar, apesar de tudo… temos agora esta forte aposta na educação sexual para a saúde, que é já obrigatória nas escolas. Faço parte do Grupo de Trabalho para a Educação Sexual, que é coordenado pelo Professor Daniel Sampaio, e que tem vindo a acompanhar 186 agrupamentos escolares. Há escolas já a desenvolver trabalho intenso a este nível, há a colaboração da Coordenação Nacional para a infecção do VIH… o desafio seguinte é que este processo não se perca com a sua injecção na rotina do sistema para o próximo ano lectivo, quando o grupo de trabalho finalizar a sua função em Dezembro de 2006."