segunda-feira, maio 28, 2007

Neste andar de saudade cansado!

Vejo-me, neste dia que começou a terminar mal com a derrota do meu "Os Belenenses", em pleno C. C. Colombo. Parei, um pouco ao de leve entre vistas curtas (que a depresão é medonha, parece que nos lança o diabo atás da alma), e dei de caras com uma imagem que, neste colombano cair de tarde, me fez recordar viagens que a mente nunca cansa, para reposição das energias que, com tudo o que nos envolve, as "mãos invisíveis" nos vão filhando!



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Por isso, nada melhor que recordar, uma vez mais, esse ecos do mais além pessoano, que neste caso rimou, bem colombano, numa imagem que reti. E que aqui partilho, com evocação daquele poema:


Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.


Os Colombos

Outros haverão de ter
O que houvermos de perder.
Outros poderão achar
O que, no nosso encontrar,
Foi achado, ou não achado,
Segundo o destino dado.
Mas o que a eles não toca
É a Magia que evoca
O Longe e faz dele história.
E por isso a sua glória
É justa auréola dada
Por uma luz emprestada.


Fernando Pessoa, in Mensagem