domingo, julho 16, 2006

Horizontes da Academia

Quanta falta não me faz o estilo crítico do meu douto Prof JAM!? sobretudo para comentar estes meandros culinários à volta da "bolonhesa"!
Realmente, há já umas décadas que, também em Portugal, se fala de desenvolvimento sustentável. O que ainda não está, sequer, nos horizontes das realizações político-governativas são as condições para, em Portugal, se falar de um verdadeiro (autêntico) desenvolvimento (que, por definição, só pode ser sustentável). Há um 'oceano' de bibliografia a corroborar as teses desenvolvimentistas desta linha, explícita ou implicitamente analisada.
Mas este tema, que será merecedor de um artigo neste "Horizontes da Academia" (e para o qual estão convidados todos aqueles que, ao lerem este post, queiram nele participar), veio agora à ribalta pela mão de mais um dos artigos da FERSAP, a quem uma vez mais agradeço este intercâmbio:

Escolas com desenvolvimento sustentável nos currículos
Enviado por Terça, Julho 04 @ 16:38:26 WEST por Amaral

Um Pai escreveu: "As autarquias e as escolas são os principais alvos da estratégia de desenvolvimento sustentável traçada pelo grupo de trabalho português instituído pela Unesco, no âmbito da "Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014)".
Em 2007, 10% das escolas de todos os níveis de ensino de Portugal têm que integrar nos seus currículos estratégias de desenvolvimento sustentável, em 2014, a maioria das unidades de ensino deverão ter a promoção do Desenvolvimento Sustentável como uma rotina. O documento "Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014) - Contributos para a sua dinamização em Portugal" é hoje apresentado, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e posto à discussão pública.
As autarquias e as escolas são as grandes áreas de intervenção prioritária do grupo de trabalho instituído pela Unesco para coordenar a Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável em Portugal. O grupo, coordenado por Luísa Schmidt, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, é composto por especialistas de vários quadrantes sociais, todos concentrados nas estratégias para o desenvolvimento do país na próxima década.
O documento "Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável" foi planeado em 2002, para se iniciar em 2005 e prolongar até 2014. Em Portugal, o grupo de trabalho lançou mãos à obra em Junho do ano passado. Passado um ano, a divulgação deste documento é a primeira de uma série de iniciativas previstas para mobilizar os media, as organizações não-governamentais e a sociedade em geral na promoção do desenvolvimento.
Sendo este um projecto internacional, cada país tem as suas especificidades. No caso de Portugal, segundo foi diagnosticado no documento agora em discussão, o país "saltou abruptamente de uma sociedade rural depauperada, mas sem graves afectações ambientais, para uma sociedade 'pseudo-modernizada', que actualmente não tem nem os benefícios suficientes do processo de modernização adoptado, nem a condição ambiental do arcaísmo de onde saiu". Os resultados mais evidentes deste contexto são o desordenamento do território, os maus resultados no sector educativo e a ausência de protecção ambiental.
Para a próxima década, o grupo definiu como objectivo o lançamento de uma estratégia nacional de educação para o Desenvolvimento Sustentável, que terá como alvos as autarquias e as escolas. Nos próximos anos serão elaborados e actualizados permanentemente indicadores de desenvolvimento, os quais serão postos à disposição do público num repositório de informação online.
Assim, pretende-se tranformar a escola "num agente de intervenção e num motor de mobilização da sociedade através dos alunos, das suas famílias e da restante comunidade educativa" e "estimular as autarquias a adoptar práticas transparentes de recolha, validação e difusão de informação local".
As metas definidas para a próxima década estão claramente quantificadas. A ideia é lançar a semente através de projectos-tipo em escolas específicas, para que, em 2007, 10% das escolas abordem no seu currículo, em todos os níveis de ensino, o desenvolvimento sustentável. Este número deverá aumentar para os 25% em 2010 e para a maioria das unidades de ensino em 2014, quando terminar a "Década das Nações Unidas".
O documento encontra-se disponível para consulta em
in EDUCARE.PT
03-07-2006
Comentários dos leitores
“Inovadérrimos, visionérrimos, sustentabilitérrimos mas infelizm/, ignorantérrimos
"As ÚLTIMAS, pelo menos duas, REFORMAS JÁ CONTEMPLAVAM/contemplam nos CURRÍCULOS de GEOGRAFIA (e de IDES) – quer do 3º ciclo quer do Secundário - as questões ambientais e de desenvolvimento sustentável (consoante as idades ao nível da: conceptualização, instrumentos e níveis de gestão do território, de avaliação de questões técnicas , exemplificação – análise de situações nacionais (e não só), problemas – causas e consequências, medidas a implementar/ordenamento do território – a diferentes escalas de análise, blá, blá,... pelo que, tudo isto, é no mínimo é irritante!!!!! As alterações deverão, antes de mais, passar por:
1º-efectiva, integração destas questões nas definição das diferentes políticas sectoriais (e não, apenas, no Ambiente e Ordenam/ do Território);
2º-pela articulação entre as diferentes polít. sectoriais (mas o trabalho de equipa já se sabe não é, também, o forte dos nossos governantes- só o previsto no calendário e os seus objectivos não são trabalhar para o BEM PÚBLICO.
3º- pela definição clara e objectiva das competências de actuação dos “variadérrimos” organismos públicos (centrais/”regionais” e locais) que decidem sobre as mesmas matérias/espaços;
4º- por efectivas políticas de fiscalização/inspecção , controle e, evidentemente, responsabilização (que não passará, apenas e como até aqui, pela demissão dos presentes cargos);
5º- por um enquadramento legal menos profuso, menos filosófico, menos incongruente, menos revogável/alterável consoante as marés logo, mais sólido, mais simples mas mais eficaz (daqueles cujos textos não deixam em aberto espaços para o “chico-espertismo” português;
6º- ocupação de cargos por competência técnica/científica e não por nomeação política/conhecimento/favorecimento – independentemente do nível de decisão central ou local (já agora, convém sempre que possível, a eliminação das engraçadíssimas entrevistas...alguém que leu não percebeu???);
7º- Cumprimento dos normativos legais (que se requerem “objectivos”), dos planos de ordenamento/directores municipais/ urbanização/ pormenor /zonamento... por parte das autarquias, fiscalização das admissões nos quadros das autarquias(isto da autonomia significa em Portugal: pagar do bolso de todos, as vantagens de alguns) acabar com o peso da construção nas receitas autárquicas, acabar com as infinitas (???Alguém sabe, exactamente quantas??) empresas municipais;
8º- criar condições efectivas de controle/fiscalização/ combate e punição da corrupção (venham as escutas telefónicas, acabe-se com as imunidades, com princípio da “boa-fé” dos políticos por oposição, aparentemente, à “aparente má-fé” do resto dos cidadãos deste país; coloque-se sob investigação e em igualdade de circunstâncias o Zé da esquina e o sr dr Zé do “bom-nome, do bom-cargo e da boa-bolsa”; apetreche-se o ministério público com investigadores/ advogados/juízes/... bons conhecedores da Lei e seus meandros, sabedores e seleccionados de entre os melhores... e, como já estou saturada - na realidade este assunto é interminável,... lembrem-se os senhores iluminados e doutos decisores que o desenvolvimento sustentável passa (entre muitos aspectos) por uma mais justa e equitativa “distribuição da riqueza” e ACESSO da POPULAÇÃO a BENS e SERVIÇOS FUNDAMENTAIS,... alguém se preocupou com as estatísticas sobre a pobreza extrema em Portugal e o aumento do fosso entre os mais ricos e os mais pobres???? Certamente esta questão lembrará muitas outras e mais recentes....
J. F. , Lisboa
in EDUCARE.PT
03-07-2006"

Desenvolvimento Sustentável ... para quando?!

Quanta falta não me faz o estilo crítico do meu douto Prof JAM!? sobretudo para comentar estes meandros culinários à volta da "bolonhesa"!
Realmente, há já umas décadas que, também em Portugal, se fala de desenvolvimento sustentável. O que ainda não está, sequer, nos horizontes das realizações político-governativas são as condições para, em Portugal, se falar de um verdadeiro (autêntico) desenvolvimento (que, por definição, só pode ser sustentável). Há um 'oceano' de bibliografia a corroborar as teses desenvolvimentistas desta linha, explícita ou implicitamente analisada.
Mas este tema, que será merecedor de um artigo neste "Horizontes da Academia" (e para o qual estão convidados todos aqueles que, ao lerem este post, queiram nele participar), veio agora à ribalta pela mão de mais um dos artigos da FERSAP, a quem uma vez mais agradeço este intercâmbio:

Escolas com desenvolvimento sustentável nos currículos
Enviado por Terça, Julho 04 @ 16:38:26 WEST por Amaral

Um Pai escreveu: "As autarquias e as escolas são os principais alvos da estratégia de desenvolvimento sustentável traçada pelo grupo de trabalho português instituído pela Unesco, no âmbito da "Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014)".
Em 2007, 10% das escolas de todos os níveis de ensino de Portugal têm que integrar nos seus currículos estratégias de desenvolvimento sustentável, em 2014, a maioria das unidades de ensino deverão ter a promoção do Desenvolvimento Sustentável como uma rotina. O documento "Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014) - Contributos para a sua dinamização em Portugal" é hoje apresentado, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e posto à discussão pública.
As autarquias e as escolas são as grandes áreas de intervenção prioritária do grupo de trabalho instituído pela Unesco para coordenar a Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável em Portugal. O grupo, coordenado por Luísa Schmidt, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, é composto por especialistas de vários quadrantes sociais, todos concentrados nas estratégias para o desenvolvimento do país na próxima década.
O documento "Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável" foi planeado em 2002, para se iniciar em 2005 e prolongar até 2014. Em Portugal, o grupo de trabalho lançou mãos à obra em Junho do ano passado. Passado um ano, a divulgação deste documento é a primeira de uma série de iniciativas previstas para mobilizar os media, as organizações não-governamentais e a sociedade em geral na promoção do desenvolvimento.
Sendo este um projecto internacional, cada país tem as suas especificidades. No caso de Portugal, segundo foi diagnosticado no documento agora em discussão, o país "saltou abruptamente de uma sociedade rural depauperada, mas sem graves afectações ambientais, para uma sociedade 'pseudo-modernizada', que actualmente não tem nem os benefícios suficientes do processo de modernização adoptado, nem a condição ambiental do arcaísmo de onde saiu". Os resultados mais evidentes deste contexto são o desordenamento do território, os maus resultados no sector educativo e a ausência de protecção ambiental.
Para a próxima década, o grupo definiu como objectivo o lançamento de uma estratégia nacional de educação para o Desenvolvimento Sustentável, que terá como alvos as autarquias e as escolas. Nos próximos anos serão elaborados e actualizados permanentemente indicadores de desenvolvimento, os quais serão postos à disposição do público num repositório de informação online.
Assim, pretende-se tranformar a escola "num agente de intervenção e num motor de mobilização da sociedade através dos alunos, das suas famílias e da restante comunidade educativa" e "estimular as autarquias a adoptar práticas transparentes de recolha, validação e difusão de informação local".
As metas definidas para a próxima década estão claramente quantificadas. A ideia é lançar a semente através de projectos-tipo em escolas específicas, para que, em 2007, 10% das escolas abordem no seu currículo, em todos os níveis de ensino, o desenvolvimento sustentável. Este número deverá aumentar para os 25% em 2010 e para a maioria das unidades de ensino em 2014, quando terminar a "Década das Nações Unidas".
O documento encontra-se disponível para consulta em
in EDUCARE.PT
03-07-2006
Comentários dos leitores
“Inovadérrimos, visionérrimos, sustentabilitérrimos mas infelizm/, ignorantérrimos
"As ÚLTIMAS, pelo menos duas, REFORMAS JÁ CONTEMPLAVAM/contemplam nos CURRÍCULOS de GEOGRAFIA (e de IDES) – quer do 3º ciclo quer do Secundário - as questões ambientais e de desenvolvimento sustentável (consoante as idades ao nível da: conceptualização, instrumentos e níveis de gestão do território, de avaliação de questões técnicas , exemplificação – análise de situações nacionais (e não só), problemas – causas e consequências, medidas a implementar/ordenamento do território – a diferentes escalas de análise, blá, blá,... pelo que, tudo isto, é no mínimo é irritante!!!!! As alterações deverão, antes de mais, passar por:
1º-efectiva, integração destas questões nas definição das diferentes políticas sectoriais (e não, apenas, no Ambiente e Ordenam/ do Território);
2º-pela articulação entre as diferentes polít. sectoriais (mas o trabalho de equipa já se sabe não é, também, o forte dos nossos governantes- só o previsto no calendário e os seus objectivos não são trabalhar para o BEM PÚBLICO.
3º- pela definição clara e objectiva das competências de actuação dos “variadérrimos” organismos públicos (centrais/”regionais” e locais) que decidem sobre as mesmas matérias/espaços;
4º- por efectivas políticas de fiscalização/inspecção , controle e, evidentemente, responsabilização (que não passará, apenas e como até aqui, pela demissão dos presentes cargos);
5º- por um enquadramento legal menos profuso, menos filosófico, menos incongruente, menos revogável/alterável consoante as marés logo, mais sólido, mais simples mas mais eficaz (daqueles cujos textos não deixam em aberto espaços para o “chico-espertismo” português;
6º- ocupação de cargos por competência técnica/científica e não por nomeação política/conhecimento/favorecimento – independentemente do nível de decisão central ou local (já agora, convém sempre que possível, a eliminação das engraçadíssimas entrevistas...alguém que leu não percebeu???);
7º- Cumprimento dos normativos legais (que se requerem “objectivos”), dos planos de ordenamento/directores municipais/ urbanização/ pormenor /zonamento... por parte das autarquias, fiscalização das admissões nos quadros das autarquias(isto da autonomia significa em Portugal: pagar do bolso de todos, as vantagens de alguns) acabar com o peso da construção nas receitas autárquicas, acabar com as infinitas (???Alguém sabe, exactamente quantas??) empresas municipais;
8º- criar condições efectivas de controle/fiscalização/ combate e punição da corrupção (venham as escutas telefónicas, acabe-se com as imunidades, com princípio da “boa-fé” dos políticos por oposição, aparentemente, à “aparente má-fé” do resto dos cidadãos deste país; coloque-se sob investigação e em igualdade de circunstâncias o Zé da esquina e o sr dr Zé do “bom-nome, do bom-cargo e da boa-bolsa”; apetreche-se o ministério público com investigadores/ advogados/juízes/... bons conhecedores da Lei e seus meandros, sabedores e seleccionados de entre os melhores... e, como já estou saturada - na realidade este assunto é interminável,... lembrem-se os senhores iluminados e doutos decisores que o desenvolvimento sustentável passa (entre muitos aspectos) por uma mais justa e equitativa “distribuição da riqueza” e ACESSO da POPULAÇÃO a BENS e SERVIÇOS FUNDAMENTAIS,... alguém se preocupou com as estatísticas sobre a pobreza extrema em Portugal e o aumento do fosso entre os mais ricos e os mais pobres???? Certamente esta questão lembrará muitas outras e mais recentes....
J. F. , Lisboa
in EDUCARE.PT
03-07-2006"