sábado, março 15, 2008

Fiódor Dostoiévsky

Confesso: desta vez li mesmo!

Confesso que nunca tinha lido Dostoiévsky. Não por que o nome seja complicado de dizer; nem muito menos por alguma das conotações político-ideológicas que lhe queiramos colar ou atribuir, se é que isso, ao que já li, seja possível.

Depois de Gorki (A Mãe), Tolstoi (Guerra e Paz), e de outros (de entre tantos e de tantas nacionalidades que nem quero desarquivar a minha memória), as características da personalidade deste autor russo que agora destaco foram, talvez, as mais fortes razões para o ler até ao fim, e em várias obras.

Deixo aqui e agora, assim, estas duas referências bibliográficas, que passam a fazer parte do nosso Politilendo:

"Cadernos do Subterrâneo
Fiódor Dostoiévski

tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra
ISBN:978-972-37-1265-X
192 pp.


Pelo tom agreste, pelas cores sombrias até à repulsa, pela tensão quase raivosa das situações e da linguagem (aliás despojada dos floreios elegantes com que muitas traduções insistem em ornamentar os textos do autor) este Cadernos do Subterrâneo é «puro» Dostoiévski. Publicado em 1864 numa revista, este livro já prefigura as obras ditas do autor, sendo por isso considerado um texto fundamental para a compreensão da obra de Dostoiévski. O livro tem duas partes: a primeira é um longo e violento monólogo (os «Cadernos»), em que o autor humilhado se humilha ainda mais, até à degradação; a segunda põe o herói em acção, ilustrando o confronto do seu ego degradado com as franjas da sociedade que vai encontrando. O «guincho ignóbil» (como disse Gorki) a que desceu este herói do nosso tempo é também a voz - embora guinchada e repulsiva - que passa por toda a obra de Dostoiévski: a da afirmação do direito à liberdade do indivíduo, seja quais forem os contornos que assuma.
Fiódor Dostoiévski nasceu em 1821 em Moscovo de uma família modesta. Esteve preso e cumpriu trabalhos forçados na Sibéria. Viajou pela Europa, tendo residido na Alemanha até 1871, ano em que regressou à Rússia onde morreu dez anos depois. Escreveu algumas das mais conhecidas obras da literatura mundial, como Crime e Castigo (1866), O Jogador (1867), O Idiota (1868), Demónios (1872), Os Irmãos Karamázov (1880)."

(Sinopse dos editores)


DEMÓNIOS

tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra
ISBN: 978-972-23-3882-0
Nº de Páginas: 656

"Demónios, publicado em 1872, é uma das grandes obras-primas de Dostoiévski e um clássico da literatura universal. Com uma temática dolorosamente actual, conta a história de jovens revolucionários que pretendem derrubar a ordem estabelecida, pondo em ficção romanesca os principais actores políticos e sociais do último quartel do século XIX: o poder autocrático e as suas ramificações e incidências, o socialismo ateu, o niilismo revolucionário e o problema religioso. Porém, não se reduz à ficção de um conflito político e social datado, mas ergue-se como uma crítica a todas as ideologias, considerando que elas pretendem ultrapassar a condição humana. Através das reflexões e das acções das personagens é mostrado ao leitor o caldo de cultura filosófico, psicológico e social onde é gerado o terrorismo. Stavróguin, um aristocrata que fascina todas as pessoas que encontra, é o fio condutor desta trama emotiva e maquiavélica que prende o leitor do princípio ao fim."

(Sinopse dos editores)