quarta-feira, setembro 26, 2007

Ficções intercaladas

Ou quanto não valeria a pena ver este cenário realizar-se? [1]

«Bloco acusa Sócrates de ser "porteiro dos grandes interesses dos negócios".

O Bloco de Esquerda (BE) acusou o primeiro-ministro, José Sócrates, de ser o "porteiro dos grandes interesses, dos negócios" por alegadas pressões a favor da SECIL e da ampliação das pedreiras na Arrábida por mais 37 anos.

O Governo acusa bloco de ser “porteiro dos pequenos interesses dos negócios”, por alegados conluios, muito discretos, dentro dos meandros dos microautoritarismos subestatais que grassam, um pouco por toda a nossa função pública, neste portugalório pós-prequiano, seguindo aquelas modas que já passaram de moda … !(?)

A acusação foi feita por Francisco Louçã, coordenador da Comissão Política do BE, no encerramento de uma conferência sobre alterações climáticas, em Lisboa, organizada pelo agrupamento do Parlamento Europeu Esquerda Unida Europeia/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), a que pertencem os bloquistas.

A acusação foi feita por José Sócrates, secretário-geral do PS e PM de Portugal, na abertura das jornadas de reflexão sobre a modernização da função pública europeia, no Porto, organizadas pelo NUREIEVFP (Núcleo Reivindicativo de uma Europa sem Vínculos à Função Pública), com sede inaugurada em Washington, por ocasião da recente visita do nosso PM àquele país.

No final do encontro, Louçã mostrou imagens de Sócrates há dez anos na RTP, quando era ministro do Ambiente, em que admitia a intervenção do Estado nas pedreiras da Arrábida, "se os valores ambientais" assim o exigissem, por exemplo, através da expropriação de terras.

No final desta primeira sessão de trabalhos, Srª Ministra da Educação mostrou imagens de há poucos meses atrás, referentes ao movimento de constestação, desencadeado, também, pelos bloquistas[2], em que resolutamente se mostram contra nova figura do “professor titular”, pois os professores não aceitam um ECD que os “divide, sem sentido, em duas carreiras e que em termos de vencimento significa, para a maior parte dos professores, o regresso aos padrões de 1989”.

Com a música da banda sonora da série "Twin Peaks" em fundo, os participantes puderam ver um pequeno filme e ouvir José Sócrates dizer que defendia a limitação das pedreiras, o que motivou muitos sorrisos e alguns risos.

Com a música do concerto de Zeca Afonso no Coliseu em fundo, ouvindo-se, claramente, “O que faz falta é animar a malta, o que faz falta!” e “Os Vampiros”, os muito interessados participantes puderam ouvir a Srª Ministra apresentar números relativos à ‘vaga de assalto’ ao concuroso para professor titular por parte dos professores do B E e que, neste momento, já são, em grande número, professores titulares.

(…)

Francisco Louçã prometeu "luta" a esta decisão governamental, afirmando tratar-se de "uma questão de democracia".»

José Sócrates prometeu “luta acesa” contar esta mentalidade demagógica, afirmando tratar-se da defesa e preservação da situação democrática em que encontram, sócio-profissionalmente, todos os professores deste país. “Não podemos deixar-nos governar, de fora para dentro das estruturas governativas, por um bando de meninos mimados que pensam ter o monopólio da razão e da moral”, afirmou, com aquele sorriso a que já habituou os portugueses [3].



[1] Toda esta ficção partiu da notícia de que se apresenta, a caracteres negros, parte do texto, intercalada com as intervenções de nossa autoria, a castanho claro, em jeito de crítica ficcionada.

[2] Sobre este assunto podem ver-se alguns desenvolvimentos noticiados pela CS. A título de exemplo, aqui se deixam alguns desses links:

http://www.miguelportas.net/global/15/esquerda15.pdf

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1282060&idCanal=undefined

http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=7752

http://www.rtp.pt/index.php?article=260092&visual=16

[3] Ver, sobre este aspecto crítico, esta sugestão do PM:

http://mocho.weblog.com.pt/arquivo/116090.html (quem são esses meninos do BE).