quinta-feira, julho 06, 2006

Fiat Lux (Do Observatório Social)

A fachadocracia do fado português cantado pelo estado a que chegámos!
Há quem lhe chame 'marketing político', mas eu pefiro a designação folquelórica de fachadocracia, nesta sociedade definida no calão futebolês dos lusos poderes erráticos de um regime senhorial cujos domínios se espraiam, como na medieva outrora, pelos feudos sucessores de um Império que não conseguiu suster a barbárie caciqueira!
Viva o sultanato da Madeira!? Viva!
Viva o protectorado do Algarve!? Viva!
Viva o condado do binho fino!? Viva!
Viva o a república islâmica do deserto interior!? Viva!
Viva o movimento de libertação socialista?! Viva!
Viva a liga gay internacionalista?! Viva!
Viva a república dos mouros?! Viva!
Viva a bimbalhada!? Viva!
Viva tudo o que é "pimba"!? Com certeza, é uma casa portuguesa! Não é?!!!
E tudo isto pelo complemento que "O Jumento" trouxe às minhas cogitadelas! Ora ...! Hã, falam, falam, falam ... e ... deixo-vos com mais um "coice":
"2006-07-06
AFINAL NÃO ERA SIMPLEX
Na primeira avaliação da execução do SIMPLEX o governo reconhece que um quarto das medidas está atrasado. Se considerarmos que uma boa parte delas são simbólicas, que algumas já estavam a ser desenvolvidas ainda antes de Sócrates imaginar que conseguiria chegar a secretário-geral do PS, e que outras tantas constavam nos planos de actividade dos serviços que Sócrates decidiu converter em programa pós eleitoral, podemos concluir que é muito atraso. Mesmo que sejamos optimistas e sigamos a sugestão de Vital Moreira e consideremos que o governo alcançou três quartos dos seus objectivos não deixa de ser significativo.E resta saber quais os custos do SIMPLEX pois com recursos escassos a subserviência de muitos dirigentes leva-os a fazerem de tudo para conseguira simpatia do poder, levando-os a desviar recursos para os projectos do SIMPLEX, porque mais importante do que modernizar os serviços é conquistar o coração do primeiro-ministro. Pouco importa a qualidade do que se faz (como sucedeu com a desastrosa cobrança do imposto municipal sobre os veículos), o que interessa é agradar e para isso a solução mais prática é recorrer às consultoras externas e pagar-lhes o trabalho a peso de ouro.O Estado português é um prédio velho e que solução encontrou Sócrates para o modernizar? Reduzir os residentes com a mobilidades, limpar e pintar a fachada com o SIMPLEX e alterar o interior derrubando umas paredes. E quem lá mora passou a viver com o receio de que lhe caia uma parede ou mesmo o tecto em cima.Reformar o Estado não é simples e muito menos SIMPLEX."

Opinião ... de Outros sítios

Volto a sentir a necessidade de nos acharmos orgulhosamente sós, com a vergonha hipócrita dos meandros da nomenclatura futeboleira internacional e os maus ventos de Espanha, e gritar: PORTUGAL!
Como este Jornal de Negócios tem gente que ... escreve!

Sérgio Figueiredo

sf@mediafin.pt
"O perplexo Mibel

O Mibel é complexo, o Mibel é um mistério, o Mibel é uma construção política, o Mibel é um projecto sucessivas vezes adiado, o Mibel é a sigla que significa Mercado Ibérico de Electricidade.
O Mibel é tudo isto, mas ainda lhe faltam duas coisas: ser um mercado e ser ibérico. Ou seja, o essencial. Não tem, portanto, significado algum.
O Mibel é assunto de especialistas, mas a razão da sua existência sempre foi fácil de compreender: abolir a fronteira energética entre Portugal e Espanha era o primeiro passo para destruir o monopólio português e o oligopólio espanhol.
Criando, em alternativa, um sistema de mercado efectivo, em que fornecedores e compradores de electricidade se encontravam no local mais transparente possíveis – uma bolsa de transacções. Aliás, duas: a OMIP, em Portugal, para o mercado a prazo; a OMEL, em Espanha, para as transacções diárias.
Portanto, mesmo para o mais ignorante dos leigos, não havia dúvidas de que os preços da electricidade iriam baixar para as famílias e industriais portugueses, porque a uniformização tenderia a normalizar os níveis das tarifas, incomparavelmente mais altas, em qualquer tipo de consumidor no nosso caso.
Várias declarações ministeriais podem, aliás, ser recuperadas, das várias cimeiras luso-espanholas que assinalaram o arranque do Mibel, os vários arranques que o Mibel teve, que colocavam esse desiderato de forma peremptória e inequívoca.
Pois bem, esta semana o pólo português do Mibel finalmente arrancou. Por cá, sem pompa e circunstância. Arrancou, com uma média de duas transacções diárias, mas não é nesse pífio arranque que reside o maior dos dilemas. O Mibel nasceu fraco, mas honrado. O problema é que alguém se esqueceu de avisar os espanhóis que o mercado ibérico.
Na sexta-feira, e na sequência de uma enxurrada legislativa autónoma, ditada exclusivamente por preocupações e objectivos de natureza interna, o Governo espanhol decidiu comemorar o nascimento da bolsa portuguesa de electricidade à sua maneira. E anunciou a fixação de limites aos preços dos contratos que lá são negociados. O «lá» é, bem entendido, «cá».
Na verdade, num mercado que se chama ibérico, não deveria haver «lá» nem «cá». E é um facto que, em Madrid, já ninguém faz essa distinção, porque tudo é definido lá. A Espanha tem os seus problemas e está a resolvê-los da forma que entende.
E, pela reacção do regulador nacional, está a fazê-lo ignorando olimpicamente os pacóvios que, do lado de cá, continuam a acreditar que o Mibel existe. Jorge Vasconcelos, o presidente da ERSE, revelava ao jornal «Público» a sua «maior perplexidade» pela atitude unilateral do Governo espanhol.
A declaração é obviamente diplomática. O eng. Vasconcelos será o último a ser surpreendido pelo comportamento, que não é possível adjectivar por uma questão de pudor, de «nuestros hermanos». O regulador português podia não estar prevenido para um tão flagrante descaramento. Mas a atitude não é nova.
A ERSE esteve entre os que anunciaram a morte do Mibel, em Fevereiro deste ano, quando Zapatero publicou em decreto real a mais descarada intervenção administrativa nos preços da electricidade que se transaccionava na bolsa espanhola.
Cada um tem os governos que merece e os espanhóis é que devem avaliar o seu. Da parte que nos toca, continuaremos a exigir do nosso aquilo que lhe compete fazer: uma explicação convincente. Ou muitas. Ou nenhuma, para o caso de não a ter. E, sendo esse o caso, provar que as soberanias ainda servem para alguma coisa: desejar aos espanhóis o maior dos sucessos na resolução da sua agenda, decretar o fim de uma fantasia e tratar do nosso mercado a sério. Enquanto 90% da produção nacional estiver no regime regulado, nem a brincar se deve falar de mercado."