quarta-feira, junho 14, 2006

Hoje ... de Outros Tempos

O cimento carbonário e maçónico em que se edificou a nossa 1ª República

14 de Junho

- de 1910. A Maçonaria decide nomear uma «comissão de resistência» encarregada de colaborar de forma mais activa com a Carbonária.

- de 1940. O exército alemão entra em Paris, previamente tornada cidade livre.
(Retirado do Portal da História)
(ver desenvolvimentos no Legitimamente)

Hoje ... de Outros Tempos

Revoluções maçónicas, carbonárias, republicanas, laicas, socialistas, elitistas, social-democráticas, ... e este Portugal eternamente adiado!
14 de Junho

- de 1910. A Maçonaria decide nomear uma «comissão de resistência» encarregada de colaborar de forma mais activa com a Carbonária.
“A Maçonaria decide, em assembleia geral, nomear uma «comissão de resistência» encarregada de colaborar de forma mais activa com a Carbonária (ver nota de desenvolvimento). Dessa comissão fariam parte, José de Castro, Miguel Bombarda, Machado Santos, Francisco Grandela entre outros. António José de Almeida e Cândido dos Reis são os representantes do Directório republicano, nesta comissão”
[1]
“Conspiração republicana – Juiz de instrução Almeida Azevedo em informação confidencial dirigida a d. Manuel II, reconhece que os republicanos preparam-se activamente para a revolução (9 de Junho). Machado Santos reúne cerca de mil carbonários, criando-se uma comissão de resistência para entrar em acção quando saísse a revolução para a rua, estrutura que não dependia do directório do PRP (14 de Junho). (…)” [2]
O que foi a Carbonária ?
“Como em quase toda a parte, também em Portugal a Carbonária foi muitas vezes uma associação paralela à Maçonaria (embora nem todos os maçons fossem carbonários). "Sociedade secreta essencialmente política", adversa do clericalismo e das congregações religiosas, tendo por objectivo as conquistas da liberdade e a perfectabilidade humana, impunha aos seus filiados "possuirem ocultamente uma arma com os competentes cartuchos". Contribuía directa e indirectamente para a educação popular e assistência aos desvalidos. "Tinha uma hierarquia própria, em certos aspectos semelhante à maçonaria, tratando os filiados por "primos". Os centros de reunião e aglomerações de associados chamavam-se, por ordem crescente de importância, "choças", "barracas" e "vendas". A Carbonária Portuguesa, à qual pertenceram pessoas da mais elevada categoria social, parece ter sido estabelecida em 1822 (ou 1823) "por oficiais italianos que procuravam, por meio de sociedades secretas, revolucionar toda a Europa Meridional". Até 1864 a sua intervenção fez-se sentir em muitos momentos críticos da vida nacional, pois todos os partidários políticos possuíam a sua carbonária. Depois de longo marasmo, desaparecem completamente. A indignação nacional suscitada pelo afrontoso ultimato da Inglaterra (1890) e as desastrosas consequências da revolta de 31 de Janeiro de 1891, com o seu cortejo de prisões, deportações e perseguições de toda a espécie, arrastaram a mocidade académica para as sociedades secretas. Mas foi em 1896 que surgiu a última Carbonária portuguesa, sendo completamente diferente das anteriores : diferente organização, ritual e até processos de combater. Foi seu fundador o grão-mestre Artur Duarte Luz de Almeida. A sua influência exerceu-se de maneira intensiva em quase todos os acontecimentos de carácter político e social ocorridos no País, nomeadamente naqueles que tinham em vista defender as liberdades públicas ameaçadas e combater o congreganismo e os abusos do clero. Tendo participado grandemente nos preparativos do movimento revolucionário de 28 de Janeiro de 1908, que abortou, a sua acção tornou-se depois decisiva para a queda da Mornaquia, mais acentuadamente a partir de 14 de Junho de 1910, quando, a propósito de apressar a revolução, em perigo pelo número crescente de civis presos e militares transferidos, a Maçonaria nomeou uma comissão de resistência encarregada de coadjuvar a implantação da República por uma colaboração mais activa com a Carbonária. A fragmentação do Partido Republicano, sobrevinda ao advento do novo regime político nacional, tornou inevitável a extinção da Carbonária portuguesa, tendo depois, até 1926, resultado infrutíferas todas as tentativas feitas para o seu ressurgimento.

(Dicionário de História de Portugal, 4 volumes, SERRÃO, Joel (ed. lit.), 1ªedição, Lisboa, Iniciativas Editoriais, volume I, 1963-1971, pp. 481-2 )” [3]

- de 1940. O exército alemão entra em Paris, previamente tornada cidade livre.

[1] História de Portugal em Datas, Círculo de Leitores, pág. 260
[2] MALTEZ, José A. E., Tradição e Revolução, Vol. 1, Tribuna da História, Lisboa, 2004, pág. 561.
[3] Retirado do Google.pt.