Revoluções maçónicas, carbonárias, republicanas, laicas, socialistas, elitistas, social-democráticas, ... e este Portugal eternamente adiado!
14 de Junho
- de 1910. A Maçonaria decide nomear uma «comissão de resistência» encarregada de colaborar de forma mais activa com a Carbonária.
“A Maçonaria decide, em assembleia geral, nomear uma «comissão de resistência» encarregada de colaborar de forma mais activa com a Carbonária (ver nota de desenvolvimento). Dessa comissão fariam parte, José de Castro, Miguel Bombarda, Machado Santos, Francisco Grandela entre outros. António José de Almeida e Cândido dos Reis são os representantes do Directório republicano, nesta comissão” [1]“Conspiração republicana – Juiz de instrução Almeida Azevedo em informação confidencial dirigida a d. Manuel II, reconhece que os republicanos preparam-se activamente para a revolução (9 de Junho). Machado Santos reúne cerca de mil carbonários, criando-se uma comissão de resistência para entrar em acção quando saísse a revolução para a rua, estrutura que não dependia do directório do PRP (14 de Junho). (…)” [2] “Como em quase toda a parte, também em Portugal a Carbonária foi muitas vezes uma associação paralela à Maçonaria (embora nem todos os maçons fossem carbonários). "Sociedade secreta essencialmente política", adversa do clericalismo e das congregações religiosas, tendo por objectivo as conquistas da liberdade e a perfectabilidade humana, impunha aos seus filiados "possuirem ocultamente uma arma com os competentes cartuchos". Contribuía directa e indirectamente para a educação popular e assistência aos desvalidos. "Tinha uma hierarquia própria, em certos aspectos semelhante à maçonaria, tratando os filiados por "primos". Os centros de reunião e aglomerações de associados chamavam-se, por ordem crescente de importância, "choças", "barracas" e "vendas". A Carbonária Portuguesa, à qual pertenceram pessoas da mais elevada categoria social, parece ter sido estabelecida em 1822 (ou 1823) "por oficiais italianos que procuravam, por meio de sociedades secretas, revolucionar toda a Europa Meridional". Até 1864 a sua intervenção fez-se sentir em muitos momentos críticos da vida nacional, pois todos os partidários políticos possuíam a sua carbonária. Depois de longo marasmo, desaparecem completamente. A indignação nacional suscitada pelo afrontoso ultimato da Inglaterra (1890) e as desastrosas consequências da revolta de 31 de Janeiro de 1891, com o seu cortejo de prisões, deportações e perseguições de toda a espécie, arrastaram a mocidade académica para as sociedades secretas. Mas foi em 1896 que surgiu a última Carbonária portuguesa, sendo completamente diferente das anteriores : diferente organização, ritual e até processos de combater. Foi seu fundador o grão-mestre Artur Duarte Luz de Almeida. A sua influência exerceu-se de maneira intensiva em quase todos os acontecimentos de carácter político e social ocorridos no País, nomeadamente naqueles que tinham em vista defender as liberdades públicas ameaçadas e combater o congreganismo e os abusos do clero. Tendo participado grandemente nos preparativos do movimento revolucionário de 28 de Janeiro de 1908, que abortou, a sua acção tornou-se depois decisiva para a queda da Mornaquia, mais acentuadamente a partir de 14 de Junho de 1910, quando, a propósito de apressar a revolução, em perigo pelo número crescente de civis presos e militares transferidos, a Maçonaria nomeou uma comissão de resistência encarregada de coadjuvar a implantação da República por uma colaboração mais activa com a Carbonária. A fragmentação do Partido Republicano, sobrevinda ao advento do novo regime político nacional, tornou inevitável a extinção da Carbonária portuguesa, tendo depois, até 1926, resultado infrutíferas todas as tentativas feitas para o seu ressurgimento.
(Dicionário de História de Portugal, 4 volumes, SERRÃO, Joel (ed. lit.), 1ªedição, Lisboa, Iniciativas Editoriais, volume I, 1963-1971, pp. 481-2 )” [3]- de
1940. O exército alemão entra em Paris, previamente tornada cidade livre.
[1] História de Portugal em Datas, Círculo de Leitores, pág. 260
[2] MALTEZ, José A. E., Tradição e Revolução, Vol. 1, Tribuna da História, Lisboa, 2004, pág. 561.
[3] Retirado do Google.pt.