sexta-feira, julho 07, 2006

Frescas e Boas

E porque também sou Professor ...
Fui a este novo espaço de consultas noticiosas ("Notícias Frescas") que esta blogosfera produz (e que podem ver no 'rodapé' deste blogue) e dei com mais esta, referente à susceptibilidade diferencial dos cidadãos de uma polis educacionalmente muito conturbada:
"Opinião do Sindicato dos Jornalistas
Reportagem da RTP1 "Quando a violência vai à escola" respeita código deontólogico
07.07.2006 - 17h36 PUBLICO.PT

O Conselho Deontológico (CD) do Sindicato dos Jornalistas considera que a reportagem da RTP intitulada "Quando a violência vai à escola" não pode ser acusada de má-fé, de instrumentalização de menores, de violação dos preceitos deontológicos e de motivações ou induções de natureza xenófoba e racista.
Um parecer emitido hoje, em resposta a uma queixa apresentada pela Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL), considera ainda que a referida reportagem, "de manifesto interesse público", constitui "um documento oportuno sobre uma situação social perigosa que atinge numerosas escolas", pelo que classifica de "louvável" o trabalho do serviço público de televisão.A reportagem foi emitida na RTP1 em 30 de Maio e no dia 2 de Junho a DREL solicitou o parecer do Conselho Deontológico do sindicato, por considerar que enfermava de "desvios deontológicos, designadamente pela divulgação de imagens captadas por câmara oculta numa escola pública do ensino secundário".Os procedimentos adoptados pelos jornalistas eram acusados de "eventualmente desrespeitar a privacidade dos alunos protagonistas de actos de violência e indisciplina, além de manifestarem tratamento discriminatório em desfavor daqueles jovens, incorrendo no risco de incitamento ao ódio, ao racismo e à xenofobia", lê-se no comunicado.O CD considera no entanto que a produção da reportagem "rodeou-se dos cuidados necessários" para recolher o material-testemunho, "recorrendo à autorização do Conselho Directivo da escola e ao consentimento de professores e outros funcionários".Este cuidado"fica patente na ocultação das fisionomias dos intervenientes, no desfocado das imagens filmadas e até na recusa de identificar a escola em questão". Além disso, o CD concorda com a explicação fornecida pelos responsáveis editoriais: eles sentiam-se no dever de tornar pública a situação, mas não lhes competia denunciar os delinquentes."
Mas já há dias que tinha recebido, ainda sobre esta realidade mui susceptible, este mail do Portal da FERSAP:
"Diogo P. Aurélio escreveu: "Existe um certo pudor em pronunciar a palavra autoridade, mas ela vem irresistivelmente à memória de cada vez que se fala na situação actual das escolas. Existe um certo pudor em pronunciar a palavra autoridade, mas ela vem irresistivelmente à memória de cada vez que se fala na situação actual das escolas. Perante os exemplos de barbárie que toda gente já deve ter ouvido contar aos professores, ou a forma desabrida como as salas de aula são tomadas de assalto por pequenos delinquentes e que as televisões, ainda há bem pouco tempo, voltaram a mostrar, não há ninguém de bom senso que não reclame uma lei, uma inspecção, uma esquadra ou um ministério que ponha cobro a isto. No entanto, apesar desse consenso mais ou menos tácito, a questão da disciplina nas escolas continua a ser uma espécie de dama que toda a gente corteja mas em que ninguém toca, a não ser, eventualmente, com a costumeira flor de estilo.A autoridade tem má fama. Vulgarmente confundida com o poder autocrático, só por um acaso improvável ela permaneceria intacta em sociedades onde qualquer ordem é suspeita, enquanto não for previamente negociada e aceite por todos e cada um. A cultura em que estamos mergulhados e o que se aprende, inclusive, nas escolas já não reconhecem a autoridade como um valor. Levada ao limite das interpretações corriqueiras, a pulsão democrática ocasionaria mesmo o seu contrário, isto é, o não reconhecimento de nenhuma obrigação, a menos que haja força para a impor. Ruiu, por isso, a autoridade dos mais velhos, ruiu a autoridade da família. Imaginar que a escola poderá permanecer um oásis, no meio dessa devastação geral que assola o exercício da autoridade, é puro devaneio.Acontece que a escola não funciona sem uma réstia, mínima que seja, de autoridade. O mestre precisa de possuir a autoridade que vem do saber, da experiência e da maturidade, razão pela qual convém que ele seja regularmente avaliado. Mas, só por si, isso não basta, se a lei e os costumes não lhe oferecerem os meios para fazer vingar tal autoridade, sempre que ela seja posta em causa. Não se pode exigir uma escola tranquila e rejeitar os seus custos.De pouco adianta, a este propósito, aplaudir a coragem de alguns professores, que conseguem desenvencilhar-se, por mais hostil que o meio se apresente. É até perverso julgar que o problema se resolve com actos isolados de heroísmo, poupando os alunos e as suas famílias à evidência de que a escola, para ensinar o que quer que seja, tem de ter autoridade e dar-se ao respeito.
Diogo Pires Aurélio Professor universitárioDN 27.06.06"
No PUBLICO podemos consultar, na íntegra, o Parecer do Sindicato dos Jornalistas

Opinião ... de Outros Sítios

Fiquei a perceber, ainda mais conscientemente, o que significa terrorismo!
Dado que, ao receber um post do nosso companheiro "O Jumento",
"QUAL A DEFINIÇÃO DE TERRORISMO?
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Nestes tempos conturbados em que tanto se fala de terrorismo umas das maiores dúvidas que tenho é precisamente saber o que é terrorismo, e por aquilo que se lê parece que ser terrorista é não usar uma farda de um exército. Se uma bomba rebenta depois de ter sido colocada ou transportada por alguém que traja à civil estamos perante um caso de terrorismo, mas se um obus foi disparado por um exército caindo no mesmo local e fazendo o mesmo número de vítima, é um dano colateral ou, na melhor das hipóteses, um erro que vai ser investigado.
Para mim terrorismo é toda a forma de fazer uma guerra ou combater um exército inimigo recorrendo a técnicas que visam criar terror e vítimas entre civis, para dessa forma obter vantagens militares.
É evidente que quem matou ou feriu a criança que se vê na imagem vai ser cínico ao ponto de nem falar de erro ou dano colateral, vai dizer que a criança foi mandada por terroristas, muito provavelmente o pai, para ser usada pela comunicação social. Eu não sei o que chamar a isto, mas se fosse meu filho é muito provável que também eu viesse a ser um terrorista."

me cumpre participar no debate sobre o tema com a remissão para um dos livros do noso "Politilendo", em que o meu ex-mestre na Ciência Política Prof. Doutor Adriano J A Moreira é co-autor e coordenador:
"(...) Tem interesse averiguar porque é que uma sociedade internacional submetida durante meio século a um equilíbrio pelo terror, anunciado pelas armas estratégicas à disposição dos Pactos Militares, foi abalada ao ponto de geralmente se entender que se iniciou uma nova época em 11 de Setembro de 2001, a partir de uma agressáo que horrorizou o povo americano e o mundo ocidental, mas que não tem a dimensão de Hiroshima ou Nagasaki.
(...) Aquilo que parece resultar da análise não é a diferença de efeitos procurados, é sim apenas a diferença de titulares da acção, e de diferentes objectivos, mas sempre a submissão ao temor.(...)"
[1]

[1] MOREIRA, A J Alves (Coordenador), et al., Terrorismo, Almedina, Coimbra, 2004, pág. 124.

Fiat Lux (Do Observatório Social)

Ainda a propósito de "Simplex"ficações, cá vai mais um indicador de um dos nossos três D's (o do desenvolvimento !???!):
(Retirado do PUBLICO.PT)
"Tecnologia
Portugal em 14º lugar nas oportunidades digitais entre os Quinze da UE antes do alargamento
06.07.2006 - 21h42 Lusa

Portugal está 14º lugar entre os Quinze da União Europeia (UE) anteriores ao alargamento, apenas à frente da Grécia no índice de oportunidades digitais, que pretende medir a facilidade de acesso dos cidadãos às tecnologias de informação e comunicações (TIC), tanto em disponibilidade como em preço. E fica em 25º lugar entre 40 países europeus (média de 0,55).
O índice, desenvolvido pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), uma agência das Nações Unidas, varia entre 0 e 1, significando o nível zero que não há nenhum acesso à sociedade de informação e o 1 que as TIC são totalmente acessíveis aos cidadãos.Entre os 180 países do índice, fica em 41º lugar. O índice para Portugal é de 0,52, o que coloca o país com um razoável acesso às tecnologias da informação e comunicações.À frente de Portugal ficam também países do alargamento da UE, como a Estónia, Eslovénia, Malta, Lituânia, Hungria, Chipre, Eslováquia e Polónia (esta com um índice semelhante ao português), o que coloca Portugal em 22º lugar na UE.O índice tem um valor médio de 0,37 a nível mundial, ocupando os primeiros lugares a Coreia do Sul (0,79), Japão e Dinamarca (0,71) e Islândia, Suécia e Hong Kong (0,69). O índice para os Estados Unidos é de 0,62, o que lhe confere o 21º lugar no ranking mundial.O ranking europeu tem quatro países nórdicos entre os cinco primeiros: Dinamarca (0,71), Islândia e Suécia (0,69) e Reino Unido e Noruega (0,67).A Guiné-Bissau surge com o quarto pior lugar, com um índice 0,04. Entre os países de língua portuguesa, o segundo pior é Moçambique, no 169º lugar (índice 0,09), imediatamente abaixo de Timor-Leste (0,10), enquanto o Brasil ocupa o 71º lugar (índice 0,42), Cabo Verde 107º (0,33) e Angola 135ª posição (0,21)."