domingo, julho 30, 2006

Kafka e Maquiavel nos Curriculos, já!(?)

Por que razões se deveria ensinar nas escolas Franz Kafka e Nicolau Maquiavel!
"Observatório admite que recrutamento de jovens nas escolas pela extrema-direita é preocupante

O presidente do Observatório da Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, Rui Pereira, admitiu hoje que o recrutamento de jovens nas escolas secundárias pela extrema-direita é preocupante, mas desdramatizou as consequências desta situação.

"Estas situações são sempre preocupantes, mas não atingem uma dimensão onde o Estado de Direito democrático está em perigo", afirmou.
"É preocupante no sentido que se tratam de jovens, pessoas que ainda estão a formar o seu conjunto de valores, mas não é dramático".
Segundo noticiou hoje o semanário “Expresso”, a extrema-direita tem vindo a recrutar, desde o início do ano, estudantes em escolas secundárias de todo o país.
A mesma notícia, que faz hoje manchete no jornal, refere que esta questão já foi objecto de um relatório da GNR, entregue na passada terça-feira ao Ministério da Administração Interna e da Educação.
"É meritório que a GNR e as forças de segurança estejam atentas a este tipo de situações", salientou Rui Pereira, defendendo uma actuação concertada e coerente entre a sociedade e as entidades de segurança de forma a travar a expansão de ideias de cariz xenófobo e racista.
"A sociedade no seu conjunto deve fazer, de uma forma muito persistente, a apologia de valores como o humanismo, solidariedade e igualdade".
Para Rui Pereira, esta situação também deve ser observada tendo em conta o actual panorama sociológico de Portugal. "Portugal passou de um país de emigração para um país de imigração. Atravessou um processo de desruralização e litorização. Os hábitos de consumo mudaram e a população está mais orientada para o consumo".
Rui Pereira fez ainda referência ao crescimento de uma criminalidade mais ligada ao tráfico e consumo de drogas. Um cenário que torna alguns jovens "mais vulneráveis" a determinadas mensagens e discursos, concluiu.
O Observatório foi constituído em Dezembro de 2004 com o objectivo de acompanhar, de forma sistemática, as questões da segurança, nomeadamente as relacionadas com o terrorismo e criminalidade organizada."
E eu pergunto-me se, nesta mesma perspectivação de preocupações (pelo menos ao nível institucional, a da relação entre a necessária disponibilidade para acompanhamento do Observatório neste domínio e as oficializadas informações que as instituições escolares disponibilizam para o efeito), não haverá história suficiente para dedução de uma inadmissível e escandalosa sectorização da esquerda radical na estigmatização personalista com que se administra a vida escolar (dá para evocar, muito ao jeito académico, a "luta escalonada pelo poder", in MOREIRA, Adriano, Ciència Política, Livraria Almedina, no tocante à linha estratégica com que, neste domínio do Sector Público, o contra-poder subterrâneo tomou de assalto os micro-poderes subestatais das decisões escolares).

quinta-feira, julho 20, 2006

Opinão ... de Outros Sítios

E ainda ... a propósito do "Sr. Silva",
Lembra-me aquela máxima do cinema português, de meados do século passado, pela boca do saudoso Vasco Santana (virado da rua para o também e não menos saudoso António Silva), quando acicatava, teimosamente, a paciência de quem queria, pacatamente, trabalhar: "Oh Evaristo, ... tens cá disto?"
Mais uma tirada da última do Jornal de Notícias, pela pena do:

Uma aventurana Madeira
A minha ideia de aventura alucinante seria entrar na cabeça de Alberto João Jardim e ver de lá de dentro o mundo durante uma hora. Se sobrevivesse a tão terrífica experiência, haveria de escrever de uma assentada a "Viagem à Lua", de Cirano de Bergerac, o "Tartarin de Tarascon", de Alphonse Daudet e os "Flinstones", de Hanna & Barbera, acrescentados com passagens selectas das"Lições de Finanças Públicas", do sargento Jean-Bedel Bokassa. A "Weltanschauung" de Jardim divide o Universo entre quem não lhe dá dinheiro para carnavais e futebóis (os "mafiosos", os "fariseus" e as "mulas da cooperativa", como era Guterres em 1997) e os "homens intelectualmente honestos" (como passou a ser o mesmo Guterres depois de, em 1999, ter pago 610 milhões de euros de dívidas da Região). Sócrates e o ministro das Finanças pertencem à primeira categoria, por pretenderem pôr cobro ao forrobodó orçamental da Madeira (1252 milhões sem tecto!), assim revelando "falta de patriotismo". Por isso Jardim já requereu ao ainda há pouco "Sr. Silva" que os demita e forme um "Governo de unidade nacional". Além disso, apanhando a boleia do Hezbollah, declarou, dizem os jornais, "guerra aberta" ao Orçamento de Estado. Todos para os abrigos, e cuidado com a carteira!

Opinião ... de Outros Sítios

De vez em quando ... convém dar um ar mais fresco à casa! ...
Ou como mais esta do Jumento pode ajudar a perceber muito melhor a verdadeira essência da necessidade de esclarecimento do fenómeno político-administrativo ( jurídico-constitucionalmente institucionaliozado) que é a descentralização, na complexidade de todas aquelas suas vertentes (e que a jusante terão, também, as suas implicações estritamente socilógicas ou, por outras palavras, as suas consequências em termos de justiça social).
"AS CONTAS QUE AINDA NÃO FORAM FEITAS
Agora que o Alberto anda para aí a mandar bananas para o ar porque deixou de ter o poder da chantagem na AR, uma das maiores vantagens da maioria absoluta de Sócrates, talvez seja a ocasião para que se façam algumas contas que ainda não foram feitas. Receio que ao longo de anos e graças a uma classe política que não dorme a pensar em votos e em poder se tenham criado distorções na distribuição dos investimentos do Estado, dando lugar a muitas injustiças que vão muito para além das habitualmente referidas, a insularidade dos Açores e do território libertado pelo Alberto e a dicotomia entre o litoral e o interior.

Gostaria, por exemplo, de comparar os investimentos públicos realizados na Madeira e os feitos em Trás-os-Montes, o Algarve ou o Baixo Alentejo. E mesmo nessas regiões gostaria de comparar o que se investe nas cidades e o que se investe longe das capitais de distrito.

Seria interessante compararmos os rendimentos de uma exploração do Minho com as dos agricultores que se têm vindo a manifestar em Lisboa, e qual a parte desses rendimentos que correspondem a subsídios estatais.

Saber quem, de uma forma directa ou indirecta, mais beneficia das scuts, para aferir se o pagamento destas auto-estradas beneficia todas as populações do interior ou apenas os mais privilegiados das regiões que beneficiam desse regime. Também faria sentido avaliar o impacto económico do investimento que se faz em scuts para o comparar com o que resultaria de outras soluções que visem o desenvolvimento das regiões.

Seria útil para a compreensão do nosso sistema político conhecer a geografia política dos investimentos públicos, para percebermos se existem regiões abandonadas pelo Estado só porque não estão representadas nos aparelhos dos partidos no poder.

Poderei estar muito enganado, mas se um dia se fizerem estas e outras contas vamos perceber melhor porque razão este país não passa da cepa torta."

Opinião ... De outros Sítios

Numa tirada que provém dos contrastes entre a sorte de uns e a desfortuna dos outros muitos, mesmo com tiques à americana!

Retirado do Jornal de Negócios de ontem
Luísa Bessa
As lições do «Senhor cinco por cento»
lbessa@mediafin.pt


A nova vaga de filantropos americanos foi há semanas tema de capa da «The Economist» que associava a foto do fundador da Microsoft ao sugestivo título de «Billantrophy».
A Fundação Gates, reforçada pela contribuição de Warren Buffett, tem um património de 65 mil milhões de dólares para prosseguir a sua acção no apoio aos países pobres no desenvolvimento de vacinas para doenças como a malária ou a luta contra a SIDA.

Na América dos primeiros anos do século XXI, onde o número de milionários se multiplica de forma nunca vista, não se esquece a mensagem de «devolver à sociedade» a riqueza acumulada ao longo da vida. Os dois casos referidos são de excepção, quer pela dimensão da dádiva, quer pelo facto de um milionário (Buffet) prescindir da ligação do legado à eternização do próprio nome, algo que aparece geralmente associado à contribuição caritativa ou mecenática.

Portugal não tem uma tradição filantrópica ao mesmo nível. Poder-se-á dizer que nunca criámos grandes fortunas e que as condições sociais e económicas são diferentes. Mas é sobretudo uma questão cultural, de assumir a responsabilidade individual perante a sociedade e de ruptura da lógica do legado familiar. Argumentos que podem explicar que nos fiquemos sobretudo pela caridadezinha.

A grande excepção nos nossos dias foi a criação da Fundação Champalimaud, com que António Champalimaud surpreendeu os seus contemporâneos.

Mas a verdadeira excepção não é obra de um português e aconteceu, como disse ontem António Barreto, pelo «mais extraordinário golpe de sorte» da história de Portugal.
A Fundação Gulbenkian instalou-se em Portugal pelas vicissitudes dos últimos anos de vida de um arménio, nascido turco, que ficou conhecido pelo cognome de «Senhor cinco por cento», em referência à forma como multiplicou a já vasta fortuna de família com os contratos petrolíferos da sua Iraq Petroelum Company.
Além de saber ganhar dinheiro, Gulbenkian tinha uma outra paixão: gostava do que era belo e tinha os meios para reunir as obras de arte que lhe estimulavam os sentidos e o conhecimento.
Foi a sua colecção que esteve na origem da Fundação. Pela sorte de que fala Barreto, a dádiva de Calouste Gulbenkian está em Portugal há 50 anos e há 50 anos a contribuir para a mudança e a modernização do país.
Foi durante anos o Ministério da Cultura que Portugal não tinha. Criou organismos residentes (a Orquestra e o Ballet, cuja extinção no ano passado foi por certo a decisão mais traumática da existência recente), apoiou os artistas, abriu museus. Levou os livros onde não havia bibliotecas nem dinheiro para os comprar. Apoiou os investigadores dentro e fora de portas, criou o Instituto Gulbenkian de Ciência.
Soube prosseguir os seus fins em prol da ciência, da educação, da arte e da caridade nos anos do Estado Novo e em democracia, adaptando-se à mudança dos tempos e ultrapassando períodos de maior imobilismo.
Talvez a grande lição da Gulbenkian seja o seu carácter de independência e de exigência. Num país onde impera a dependência do Estado e um entediante culto da mediania, é estimulante ouvir as palavras de Gulbenkian, citadas por Rui Vilar: «Only the best is enough for me».
O «Senhor cinco por cento», que deixou uma fundação que chegou a representar mais de 2,5% do PIB português, continua a dar-nos lições.

Opinião ... de Outros Sítios

Que esta maiêutica anti-socrática possa “dar à luz” …
É uma legiítima pretensão de cidadania, sobretudo quando esta questão, apresentada por este articulista do J Negócios, assume contornos jurídico-político-constitucionais que nos permitem classificá-la como mais um facto político que sirva, paradigmaticamente, a pedagogia da democracia participativa. Não nos devemos contentar com os maquiavelismos, expostos e denunciados pelas pobres e residuais explicações, típicas dos policy makers, mesmo quando se atenuam pelo facto de nos serem, formalmente ou não, prestadas por responsáveis governamentais de posições mais baixas na hierarquia do Poder do Estado.
E, por isso, prezo sempre estas “tiradas” de informação/ reflexão, eu que também tenho um capital de queixas engendradas pelo défice democrático com que muitas das situações, por mim protagonizadas ou não, acabaram por me prejudicar, física, mental e, acima de tudo, profissionalmente, quando agi em conformidade com a minha consciência de cidadão e de funcionário da República.
Então, força rapazes! Mas cuidado, que “dar à luz” é, mais que uma “arte”, certamente um acto violento e, por isso, acarreta sempre alguns perigos, sobretudo quando a democracia se torna, eventualmente, numa miragem (!?...).
As contas que o Governo não presta
Pedro S. Guerreiro
psg@mediafin.pt

A manchete de ontem do Jornal de Negócios deu que falar. É natural: uma redução de 23% na reforma dos que hoje têm cerca de 35 a 40 anos não é coisa pouca. O Governo desmentiu. O Jornal de Negócios mantém.

E como a coisa se passa no campo da matemática é sempre mais fácil berrar do que explicar para conseguir convencer.

O Jornal de Negócios prefere explicar. É o que faz de novo, hoje ainda com mais detalhe, para que o leitor tenha a informação que necessita para decidir. É, também, aquilo que o Governo não faz: não dá todos os dados aos jornalistas, aos deputados, aos parceiros sociais – aos portugueses. É uma opção. Mas não é a melhor opção. E dizer que é impossível prever dados para as próximas décadas é atenuante mas não é desculpa.

A reforma da Segurança Social ainda nem iniciou o processo legislativo mas o Governo já dá o figurino como quase definitivo. Por isso, é nesta altura já uma obrigação (política e moral) prestar toda a informação para que qualquer português possa perceber o que lhe vai suceder. Há uma razão para que o Jornal de Negócios simule o que acontece a quem se reforme em 2030 e não o faça para quem se reforme em 2033 ou em 2027: é que a parca informação que foi revelada só permite fazer o cálculo para 2030...

O secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, apressou-se a ir à RTP dizer que o Jornal de Negócios estava errado. E preferiu afirmar que as pensões de quem se reformar em 2030 vão é aumentar 35%. Com a verdade me enganas. Estes 35% são a comparação entre o que um pensionista médio recebe hoje e o que vai receber no futuro. Mas com mais anos de contribuições e outras expectativas salariais. A comparação que o Jornal de Negócios entende como pertinente é também outra: é entre o que um pensionista receberá em 2030, perante as novas regras, e o que receberia se as regras se mantivessem como estão agora (e portanto sem compensar com mais anos de trabalho): menos 23%.

A diferença entre os +35% e os -23% não é matemática. É de pressupostos. É de seriedade. Se é verdade que as pensões aumentam 35% com as novas regras, elas aumentariam quase o dobro se nada mudasse.

O Governo fez uma proposta para reformar a Segurança Social corajosa, até engenhosa, competente e que tem o mérito de produzir efeitos para além dos ciclos de vida políticos. Pela primeira vez, este ano as despesas vão ser superiores às receitas e é neste contexto que esta reforma se assume como inadiável. Mas não há como negar: ou se trabalha mais tempo ou se recebe menos na reforma. E não havia outro caminho - excepto pagar mais impostos.

Mas o mesmo Governo que quer ficar com os louros da grande reforma não deve esconder o custo que ela comporta. Este é um assunto delicadíssimo na vida das pessoas. Elas têm o direito de perceber o seu caso pessoal. E isso o Governo não dá. Quando muito, dá exemplos. Desmente pressupostos sem explicar os seus. Liberta informação parcelar, incompleta, insuficiente. E assim dificulta a discussão esclarecida. Mas o assunto é demasiadamente importante para que não coloquemos questões e façamos o nosso trabalho de casa.

O que interessa não é o desmentido do secretário de Estado ou o brio profissional deste jornal. É a informação esclarecida a que todos os pensionistas, actuais e futuros, têm direito. As contas do Jornal de Negócios prestam. As contas do Governo, Pedro Marques não presta.”

quarta-feira, julho 19, 2006

Opinião ... de Outros Sítios

Dentro desta sinfonia, lembro-me da lei de ... Wagner, Adolfo (!?...), o que comprova que na Economia também há ... música!
Se o digo é porque o enredo desta "peça" social tem um vínculo muito particular, na economia da nossa sociedade paternalizada, com o inevitável comportamento que um Estado 'pai de familias' assume, como em qualquer outra situação sócio-política equivalente, pela quota parte que lhes cabe nos respectivos processos de desenvolvimento (o que acontece entre "os povos progressivos").
Desta forma, talvez esta seja "a vez" em que o nosso Estado vai tomar medidas que visem a racional e adequada "intensividade" da expansão das suas actividades, recuando sistematicamente na sua extensividade, como caminho para a redução da elasticidade-rendimento das despesas públicas (que se crê terá de ser inferior a 1).
Enquanto tal não acontecer, a 'sinfonia' será sempre a mesma, mesmo com 'melodias' evolutivas ...
Em mais uma tirada do Jornal de Negócios (esta com direito a maestria)
Sérgio Figueiredo
Vem aí a retoma!
sf@mediafin.pt
"Luís Afonso, que, sem uma única falha, nos faz companhia na página ao lado do editorial deste jornal há exactamente 798 dias, já podia publicar um livro com os diálogos das personagens SA, única e exclusivamente sobre a retoma.
Não falta imaginação ao melhor cartoonista da nossa imprensa, por estar sempre a bater no tema. Disse Alan Greenspan que é muito fácil «captar» a inversão do ciclo económico, visto que a última dos EUA foi anunciada por quatro vezes. A nossa também. A diferença é que, ao passo que a fase alta de crescimento americano já veio e está quase a ir embora, a nossa não.
Foi anunciada uma, duas, três, quatro vezes. Por um, dois, três governos diferentes. Mas não aconteceu. A recuperação nunca chegou de forma consistente, saudável e, menos ainda, vigorosa.
Por isso, o tema continua a dar largas à criatividade.
De cartoonistas. De analistas. De editorialistas. E de economistas que não têm como escapar ao exercício das previsões.
Volta a ser hoje o caso do cartoon de Luís Afonso. Porque foi o caso dos técnicos do departamento de estudos do Banco de Portugal, ontem. E é o caso deste texto, que, não obstante este calor abrasador, não deitará água fria sobre o anúncio que se repete: a retoma está a dar sinais de vida.
Parece que sim. Esperamos que sim. Queremos que seja efectivamente assim. Portugal está a pagar erros cometidos pelos seus agentes económicos, com o Estado à cabeça. Portugal está há demasiado tempo a perder o jogo da globalização, sofrendo efeitos rápidos e drásticos no sector mais exposto à concorrência.
Temos a esperança que esta vez seja de vez, que o cenário do banco central se confirme, que os nossos exportadores iniciem a recuperação dos mercados que andam há cinco anos a perder, que os investidores deixem de puxar isto para baixo e que o Estado permaneça fora da retoma. É esse o perfil que salta das novas projecções.
As exportações ganham quota este ano e conservam-na no próximo. É pouco? É óptimo, porque os nossos bens e serviços já acumulavam uma perda de 16% desde o ano 2000, sobretudo na Alemanha e outros mercados «invadidos» pelo Leste.
O investimento cai menos este ano e, para o ano, deixará de dar um contributo negativo ao PIB. Frustrante? É bom, porque prenuncia o fim de um desinvestimento que anda, desde 2001, a puxar isto para baixo.
E o Estado, ao contrário da saída da recessão de 1993, não é desta vez protagonista, pois modera o seu consumo e trava o investimento público. Que assim continue, para que a retoma não seja um novo «embustex».
Em outros momentos, parecia que a economia já havia batido no fundo. Chegou-se a celebrar outros sinais animadores do sector exportador. E muitos julgámos que, a partir daí, só podia ser a subir. O facto é que a economia voltou ao charco.
Não em 2004, ano do Euro, em que fizemos uma festa com algum PIB e muitas bandeirinhas na rua. Sabendo de antemão que a festança teria de ser paga. Nada de original. A Grécia também paga com menos crescimento os seus Jogos Olímpicos.
Vítor Constâncio tem uma frase marcante, «não há dúvida que a situação está a melhorar». E sublinha mudanças importantes na estrutura: mais tecnologia exportada, menor peso dos sectores tradicionais. É mais encorajador que dez estádios e dezenas de voos de turistas ocasionais.
Há sempre duas formas de olhar para um crescimento médio anual de 1,4%, projectado até 2007: é um dos piores da Europa; é o nosso melhor desta década. Prefiro dizer que o Banco de Portugal está errado. E, na próxima, volta a rever previsões em alta."

terça-feira, julho 18, 2006

Opinião ... de Outros Sítios

Mais uma composição musical deste Jornal de Negócios, de mais este autor a juntar à nossa lista branca!
Certamente que o vulgo cidadão, como qualquer um de nós em princípio o é, não tem de fazer ideia, nem lhe serão, talvez, dadas as condições que lhe permitam fazê-la, acerca do que, realmente, tratam os líderes das principais potências mundiais. Isso seria bom demais. O que nenhum homem ou mulher, que se julgue cidadão de qualquer sociedade, deve permitir a quem os governe, seja dentro da sua jurisdição nacional, seja no concerto das respectivas competências transnacionais, é que os actos de governo sejam de uma incompetência e irresponsabilidade que ultrapassam os limites da tolerância política e ofendem as próprias instituições que os designaram. Seja em que domínio orgânico for: na permanência dos 5, na segurança dos 15, na grandeza dos 8, etc., etc.!

Sérgio Figueiredo
"Ópera em S. Petersburgo
São Petersburgo está a comemorar o ano do centenário de Dmitri Shostakovich, que ali nasceu ainda no czarismo e consagrou-se um dos clássicos mais famosos do século XX.
Não foi, seguramente, a cimeira do G8 um acontecimento à altura das sinfonias, operas e outras obras do compositor russo. Ou soviético, porque foi, durante quase toda a sua vida, um ícone da revolução bolchevique.
A cimeira do G8 foi aliás um clássico, mas sem música. Um encontro de menores denominadores comuns. Uma simulação de entendimentos que não existem. Um encontro de parceiros que não emparceiram. Um ritual que acaba sempre numa declaração final. Que não declara nada. E que podia ser final, se nos fizesse o favor de ser a última.
Enfim, a Rússia recebeu ontem os EUA, o Japão, o Canadá e mais Barroso a liderar uma comitiva de quatro líderes europeus, para escrever algo que Shostakovich nunca fez: uma ópera bufa.
Não é que faltem problemas para resolver. Não é que grande parte desses problemas lhes passe à margem. Não é que estejam eles isentos de responsabilidades nos assuntos em agenda.
Nada disso, há problemas graves, parte desses problemas está a por em causa o modo de vida das sociedades que supostamente representam. E, o que é pior, são eles, presidentes e primeiro-ministros das nações mais ricas, o motivo que leva ao adiamento das soluções.
Vejamos a agenda inicialmente prevista para a Cimeira de S. Petersburgo: energia e comércio. Não é coisa pouca. E muito menos matéria para ficar apenas no plano da retórica.
Pois bem, pressionados pelos acontecimentos do Líbano (ou, mais concretamente, pelos media internacionais, que estão naturalmente concentrados naquele cenário de pré-guerra), três presidentes e cinco primeiro-ministros tomaram duas decisões: produzir uma lenga-lenga sem conteúdo em matéria de segurança de abastecimentos energéticos; reduzir as negociações sobre liberalização do comércio mundial a coisa alguma.
Exceptuando a Rússia, nenhum dos países do G8 pode dormir em tranquilidade perante a radical transformação que está a ocorrer no plano energético à escala global. E todos os outros países, sobretudo os europeus, têm pesadelos com as reais intenções de Moscovo em matéria energética.
Aliás, não foi Chirac ou até Berlusconi que, há poucos meses, foi ao «antigo império», numa capital do Báltico, avisar Putin que não podia continuar a utilizar os seus recursos de energia para «fazer chantagem» com o resto da Europa. Foi Cheney, o homem que os americanos insistem eleger para a vice-Presidência.
A declaração final sobre segurança energética prefere evidenciar uma divergência sobre o nuclear. Assunto para jornalista ver. Porque é assunto menor. O único que eles pensam que nos deixam ver. É certo que não escondem o acesso aos mercados. E que, em uníssono, voltam a declarar o «apoio aos princípios da Carta de Energia».
A renovação de uma hipocrisia chamada de Tratado há doze anos e que a Rússia, a anfitriã, nunca ratificou nem pensa vir a ratificar. Mas ninguém ousa sequer lembrar a crise Rússia-Ucrânia, em que dois dias bastaram (dois dias!...) para metade da UE sofrer, em pleno Inverno, rupturas de abastecimento de gás.
Sobre comércio internacional, sobre a OMC, sai um ultimato para os negociadores negociarem. Um auto-ultimato. Shostakovich, que foi Primeiro Secretário da União dos Compositores Soviéticos e recebeu o Prémio Lenine, a medalha do herói trabalhador socialista, deveria estar vivo para compor uma sinfonia para este regime. Pelo menos, a música ouvia-se..."

domingo, julho 16, 2006

Horizontes da Academia

Quanta falta não me faz o estilo crítico do meu douto Prof JAM!? sobretudo para comentar estes meandros culinários à volta da "bolonhesa"!
Realmente, há já umas décadas que, também em Portugal, se fala de desenvolvimento sustentável. O que ainda não está, sequer, nos horizontes das realizações político-governativas são as condições para, em Portugal, se falar de um verdadeiro (autêntico) desenvolvimento (que, por definição, só pode ser sustentável). Há um 'oceano' de bibliografia a corroborar as teses desenvolvimentistas desta linha, explícita ou implicitamente analisada.
Mas este tema, que será merecedor de um artigo neste "Horizontes da Academia" (e para o qual estão convidados todos aqueles que, ao lerem este post, queiram nele participar), veio agora à ribalta pela mão de mais um dos artigos da FERSAP, a quem uma vez mais agradeço este intercâmbio:

Escolas com desenvolvimento sustentável nos currículos
Enviado por Terça, Julho 04 @ 16:38:26 WEST por Amaral

Um Pai escreveu: "As autarquias e as escolas são os principais alvos da estratégia de desenvolvimento sustentável traçada pelo grupo de trabalho português instituído pela Unesco, no âmbito da "Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014)".
Em 2007, 10% das escolas de todos os níveis de ensino de Portugal têm que integrar nos seus currículos estratégias de desenvolvimento sustentável, em 2014, a maioria das unidades de ensino deverão ter a promoção do Desenvolvimento Sustentável como uma rotina. O documento "Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014) - Contributos para a sua dinamização em Portugal" é hoje apresentado, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e posto à discussão pública.
As autarquias e as escolas são as grandes áreas de intervenção prioritária do grupo de trabalho instituído pela Unesco para coordenar a Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável em Portugal. O grupo, coordenado por Luísa Schmidt, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, é composto por especialistas de vários quadrantes sociais, todos concentrados nas estratégias para o desenvolvimento do país na próxima década.
O documento "Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável" foi planeado em 2002, para se iniciar em 2005 e prolongar até 2014. Em Portugal, o grupo de trabalho lançou mãos à obra em Junho do ano passado. Passado um ano, a divulgação deste documento é a primeira de uma série de iniciativas previstas para mobilizar os media, as organizações não-governamentais e a sociedade em geral na promoção do desenvolvimento.
Sendo este um projecto internacional, cada país tem as suas especificidades. No caso de Portugal, segundo foi diagnosticado no documento agora em discussão, o país "saltou abruptamente de uma sociedade rural depauperada, mas sem graves afectações ambientais, para uma sociedade 'pseudo-modernizada', que actualmente não tem nem os benefícios suficientes do processo de modernização adoptado, nem a condição ambiental do arcaísmo de onde saiu". Os resultados mais evidentes deste contexto são o desordenamento do território, os maus resultados no sector educativo e a ausência de protecção ambiental.
Para a próxima década, o grupo definiu como objectivo o lançamento de uma estratégia nacional de educação para o Desenvolvimento Sustentável, que terá como alvos as autarquias e as escolas. Nos próximos anos serão elaborados e actualizados permanentemente indicadores de desenvolvimento, os quais serão postos à disposição do público num repositório de informação online.
Assim, pretende-se tranformar a escola "num agente de intervenção e num motor de mobilização da sociedade através dos alunos, das suas famílias e da restante comunidade educativa" e "estimular as autarquias a adoptar práticas transparentes de recolha, validação e difusão de informação local".
As metas definidas para a próxima década estão claramente quantificadas. A ideia é lançar a semente através de projectos-tipo em escolas específicas, para que, em 2007, 10% das escolas abordem no seu currículo, em todos os níveis de ensino, o desenvolvimento sustentável. Este número deverá aumentar para os 25% em 2010 e para a maioria das unidades de ensino em 2014, quando terminar a "Década das Nações Unidas".
O documento encontra-se disponível para consulta em
in EDUCARE.PT
03-07-2006
Comentários dos leitores
“Inovadérrimos, visionérrimos, sustentabilitérrimos mas infelizm/, ignorantérrimos
"As ÚLTIMAS, pelo menos duas, REFORMAS JÁ CONTEMPLAVAM/contemplam nos CURRÍCULOS de GEOGRAFIA (e de IDES) – quer do 3º ciclo quer do Secundário - as questões ambientais e de desenvolvimento sustentável (consoante as idades ao nível da: conceptualização, instrumentos e níveis de gestão do território, de avaliação de questões técnicas , exemplificação – análise de situações nacionais (e não só), problemas – causas e consequências, medidas a implementar/ordenamento do território – a diferentes escalas de análise, blá, blá,... pelo que, tudo isto, é no mínimo é irritante!!!!! As alterações deverão, antes de mais, passar por:
1º-efectiva, integração destas questões nas definição das diferentes políticas sectoriais (e não, apenas, no Ambiente e Ordenam/ do Território);
2º-pela articulação entre as diferentes polít. sectoriais (mas o trabalho de equipa já se sabe não é, também, o forte dos nossos governantes- só o previsto no calendário e os seus objectivos não são trabalhar para o BEM PÚBLICO.
3º- pela definição clara e objectiva das competências de actuação dos “variadérrimos” organismos públicos (centrais/”regionais” e locais) que decidem sobre as mesmas matérias/espaços;
4º- por efectivas políticas de fiscalização/inspecção , controle e, evidentemente, responsabilização (que não passará, apenas e como até aqui, pela demissão dos presentes cargos);
5º- por um enquadramento legal menos profuso, menos filosófico, menos incongruente, menos revogável/alterável consoante as marés logo, mais sólido, mais simples mas mais eficaz (daqueles cujos textos não deixam em aberto espaços para o “chico-espertismo” português;
6º- ocupação de cargos por competência técnica/científica e não por nomeação política/conhecimento/favorecimento – independentemente do nível de decisão central ou local (já agora, convém sempre que possível, a eliminação das engraçadíssimas entrevistas...alguém que leu não percebeu???);
7º- Cumprimento dos normativos legais (que se requerem “objectivos”), dos planos de ordenamento/directores municipais/ urbanização/ pormenor /zonamento... por parte das autarquias, fiscalização das admissões nos quadros das autarquias(isto da autonomia significa em Portugal: pagar do bolso de todos, as vantagens de alguns) acabar com o peso da construção nas receitas autárquicas, acabar com as infinitas (???Alguém sabe, exactamente quantas??) empresas municipais;
8º- criar condições efectivas de controle/fiscalização/ combate e punição da corrupção (venham as escutas telefónicas, acabe-se com as imunidades, com princípio da “boa-fé” dos políticos por oposição, aparentemente, à “aparente má-fé” do resto dos cidadãos deste país; coloque-se sob investigação e em igualdade de circunstâncias o Zé da esquina e o sr dr Zé do “bom-nome, do bom-cargo e da boa-bolsa”; apetreche-se o ministério público com investigadores/ advogados/juízes/... bons conhecedores da Lei e seus meandros, sabedores e seleccionados de entre os melhores... e, como já estou saturada - na realidade este assunto é interminável,... lembrem-se os senhores iluminados e doutos decisores que o desenvolvimento sustentável passa (entre muitos aspectos) por uma mais justa e equitativa “distribuição da riqueza” e ACESSO da POPULAÇÃO a BENS e SERVIÇOS FUNDAMENTAIS,... alguém se preocupou com as estatísticas sobre a pobreza extrema em Portugal e o aumento do fosso entre os mais ricos e os mais pobres???? Certamente esta questão lembrará muitas outras e mais recentes....
J. F. , Lisboa
in EDUCARE.PT
03-07-2006"

Desenvolvimento Sustentável ... para quando?!

Quanta falta não me faz o estilo crítico do meu douto Prof JAM!? sobretudo para comentar estes meandros culinários à volta da "bolonhesa"!
Realmente, há já umas décadas que, também em Portugal, se fala de desenvolvimento sustentável. O que ainda não está, sequer, nos horizontes das realizações político-governativas são as condições para, em Portugal, se falar de um verdadeiro (autêntico) desenvolvimento (que, por definição, só pode ser sustentável). Há um 'oceano' de bibliografia a corroborar as teses desenvolvimentistas desta linha, explícita ou implicitamente analisada.
Mas este tema, que será merecedor de um artigo neste "Horizontes da Academia" (e para o qual estão convidados todos aqueles que, ao lerem este post, queiram nele participar), veio agora à ribalta pela mão de mais um dos artigos da FERSAP, a quem uma vez mais agradeço este intercâmbio:

Escolas com desenvolvimento sustentável nos currículos
Enviado por Terça, Julho 04 @ 16:38:26 WEST por Amaral

Um Pai escreveu: "As autarquias e as escolas são os principais alvos da estratégia de desenvolvimento sustentável traçada pelo grupo de trabalho português instituído pela Unesco, no âmbito da "Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014)".
Em 2007, 10% das escolas de todos os níveis de ensino de Portugal têm que integrar nos seus currículos estratégias de desenvolvimento sustentável, em 2014, a maioria das unidades de ensino deverão ter a promoção do Desenvolvimento Sustentável como uma rotina. O documento "Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014) - Contributos para a sua dinamização em Portugal" é hoje apresentado, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e posto à discussão pública.
As autarquias e as escolas são as grandes áreas de intervenção prioritária do grupo de trabalho instituído pela Unesco para coordenar a Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável em Portugal. O grupo, coordenado por Luísa Schmidt, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, é composto por especialistas de vários quadrantes sociais, todos concentrados nas estratégias para o desenvolvimento do país na próxima década.
O documento "Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável" foi planeado em 2002, para se iniciar em 2005 e prolongar até 2014. Em Portugal, o grupo de trabalho lançou mãos à obra em Junho do ano passado. Passado um ano, a divulgação deste documento é a primeira de uma série de iniciativas previstas para mobilizar os media, as organizações não-governamentais e a sociedade em geral na promoção do desenvolvimento.
Sendo este um projecto internacional, cada país tem as suas especificidades. No caso de Portugal, segundo foi diagnosticado no documento agora em discussão, o país "saltou abruptamente de uma sociedade rural depauperada, mas sem graves afectações ambientais, para uma sociedade 'pseudo-modernizada', que actualmente não tem nem os benefícios suficientes do processo de modernização adoptado, nem a condição ambiental do arcaísmo de onde saiu". Os resultados mais evidentes deste contexto são o desordenamento do território, os maus resultados no sector educativo e a ausência de protecção ambiental.
Para a próxima década, o grupo definiu como objectivo o lançamento de uma estratégia nacional de educação para o Desenvolvimento Sustentável, que terá como alvos as autarquias e as escolas. Nos próximos anos serão elaborados e actualizados permanentemente indicadores de desenvolvimento, os quais serão postos à disposição do público num repositório de informação online.
Assim, pretende-se tranformar a escola "num agente de intervenção e num motor de mobilização da sociedade através dos alunos, das suas famílias e da restante comunidade educativa" e "estimular as autarquias a adoptar práticas transparentes de recolha, validação e difusão de informação local".
As metas definidas para a próxima década estão claramente quantificadas. A ideia é lançar a semente através de projectos-tipo em escolas específicas, para que, em 2007, 10% das escolas abordem no seu currículo, em todos os níveis de ensino, o desenvolvimento sustentável. Este número deverá aumentar para os 25% em 2010 e para a maioria das unidades de ensino em 2014, quando terminar a "Década das Nações Unidas".
O documento encontra-se disponível para consulta em
in EDUCARE.PT
03-07-2006
Comentários dos leitores
“Inovadérrimos, visionérrimos, sustentabilitérrimos mas infelizm/, ignorantérrimos
"As ÚLTIMAS, pelo menos duas, REFORMAS JÁ CONTEMPLAVAM/contemplam nos CURRÍCULOS de GEOGRAFIA (e de IDES) – quer do 3º ciclo quer do Secundário - as questões ambientais e de desenvolvimento sustentável (consoante as idades ao nível da: conceptualização, instrumentos e níveis de gestão do território, de avaliação de questões técnicas , exemplificação – análise de situações nacionais (e não só), problemas – causas e consequências, medidas a implementar/ordenamento do território – a diferentes escalas de análise, blá, blá,... pelo que, tudo isto, é no mínimo é irritante!!!!! As alterações deverão, antes de mais, passar por:
1º-efectiva, integração destas questões nas definição das diferentes políticas sectoriais (e não, apenas, no Ambiente e Ordenam/ do Território);
2º-pela articulação entre as diferentes polít. sectoriais (mas o trabalho de equipa já se sabe não é, também, o forte dos nossos governantes- só o previsto no calendário e os seus objectivos não são trabalhar para o BEM PÚBLICO.
3º- pela definição clara e objectiva das competências de actuação dos “variadérrimos” organismos públicos (centrais/”regionais” e locais) que decidem sobre as mesmas matérias/espaços;
4º- por efectivas políticas de fiscalização/inspecção , controle e, evidentemente, responsabilização (que não passará, apenas e como até aqui, pela demissão dos presentes cargos);
5º- por um enquadramento legal menos profuso, menos filosófico, menos incongruente, menos revogável/alterável consoante as marés logo, mais sólido, mais simples mas mais eficaz (daqueles cujos textos não deixam em aberto espaços para o “chico-espertismo” português;
6º- ocupação de cargos por competência técnica/científica e não por nomeação política/conhecimento/favorecimento – independentemente do nível de decisão central ou local (já agora, convém sempre que possível, a eliminação das engraçadíssimas entrevistas...alguém que leu não percebeu???);
7º- Cumprimento dos normativos legais (que se requerem “objectivos”), dos planos de ordenamento/directores municipais/ urbanização/ pormenor /zonamento... por parte das autarquias, fiscalização das admissões nos quadros das autarquias(isto da autonomia significa em Portugal: pagar do bolso de todos, as vantagens de alguns) acabar com o peso da construção nas receitas autárquicas, acabar com as infinitas (???Alguém sabe, exactamente quantas??) empresas municipais;
8º- criar condições efectivas de controle/fiscalização/ combate e punição da corrupção (venham as escutas telefónicas, acabe-se com as imunidades, com princípio da “boa-fé” dos políticos por oposição, aparentemente, à “aparente má-fé” do resto dos cidadãos deste país; coloque-se sob investigação e em igualdade de circunstâncias o Zé da esquina e o sr dr Zé do “bom-nome, do bom-cargo e da boa-bolsa”; apetreche-se o ministério público com investigadores/ advogados/juízes/... bons conhecedores da Lei e seus meandros, sabedores e seleccionados de entre os melhores... e, como já estou saturada - na realidade este assunto é interminável,... lembrem-se os senhores iluminados e doutos decisores que o desenvolvimento sustentável passa (entre muitos aspectos) por uma mais justa e equitativa “distribuição da riqueza” e ACESSO da POPULAÇÃO a BENS e SERVIÇOS FUNDAMENTAIS,... alguém se preocupou com as estatísticas sobre a pobreza extrema em Portugal e o aumento do fosso entre os mais ricos e os mais pobres???? Certamente esta questão lembrará muitas outras e mais recentes....
J. F. , Lisboa
in EDUCARE.PT
03-07-2006"

quinta-feira, julho 13, 2006

Opinião ... de Outros Sítios

Esta também subscrevo, pelo menos no espírito do seu conteúdo!
Em mais esta tirada do Jornal de Negócios, de mais um autor a juntar à nossa lista branca.
(A "danação" não é minha, mas do autor deste artigo)

Pedro S. Guerreiro

"O Estado danação
psg@mediafin.pt

Uma vez por ano, é assim: os deputados despedem-se para férias com um debate sobre o Estado da Nação. Oportunidade para sublimar feitos e atacar defeitos. Oportunidade perdida, talvez.
O que interessa não é o desempenho do Governo e da Oposição, é a discussão do País. Importa o futuro dos nossos filhos, não o de Sócrates e Marques Mendes.
É na Justiça e na Educação que melhor se está a avançar. Porque os ministros começaram bem: evitando o vício de implodir primeiro para construir de novo, estão a gerir sistemas doentes mudando as regras do jogo. Um mais placidamente que a outra, Alberto Costa e Maria de Lurdes Rodrigues estão a recuperar o poder que foi capturado pelas corporações profissionais. Na Justiça, em vez de rasgar códigos jurídicos, Alberto Costa faz um trabalho de formiguinha que introduz eficiência (e gestão!) no mapa judiciário. Na Educação, em vez de rasgar os programas curriculares, Maria de Lurdes Rodrigues faz a gestão dos recursos humanos.
O paradoxo é que nem Alberto Costa nem Maria de Lurdes Rodrigues se apresentam como visionários ou missionários. Eles não começaram por contra-reformas nem anunciaram revoluções magníficas. Estão a desatar nós górdios com soluções simples. Mas incómodas. Em troca recebem a contestação de classes profissionais inteiras. Não podia ser de outra forma.
Veja-se o contraponto na Saúde. Aí temos um ministro competentíssimo mas refém das grandes medidas. Começou por fazer tábua rasa das políticas anteriores, cancelando os Hospitais SA, quando devia tê-los mantido mas corrigido o desarrumo em que estavam. E a afronta aos poderes desmesurados das farmácias são uma evolução fantástica para o País, mas não chega para que melhorar a Saúde. Portugal não precisa de soluções incrementais, mas de assumir rupturas; não deve contentar-se com um passo de cada vez na Segurança Social ou na reforma administrativa, mas encarar as dores de parto necessárias para mudar de vida.
O que é decisivo para o País não é a discussão do encerramento das maternidades, quantos dias de férias tem um juiz ou se é bom os professores terem de deixar de dar explicações porque agora têm de estar nas escolas mesmo no período fora de aulas. A questão essencial é se estamos a mudar a natureza do Estado, as suas funções, a maneira como ele se relaciona lá dentro e para fora. E a nossa disponibilidade para aceitar a mudança e fazer parte dela, sermos tão exigentes connosco como com quem nos governa: Sócrates tem o mérito da coragem e Marques Mendes o mérito de aceitar o melhor dessa coragem (o PSD tem «deixado» fazer muitas reformas e evitado muitas demagogias – é notável como não embandeirou na última greve geral da função pública). Mas e nós?
Nós devemos começar por ser exigentes no que valorizamos. Um exemplo: há dois dias, este jornal fez manchete com a notícia de que a Federação Portuguesa de Futebol quer que os prémios dos jogadores no Mundial sejam isentos de tributação. As reacções multiplicaram-se, o debate foi intenso e até o Presidente da República falou. Henrique Medina Carreira não quis comentar, porque disse que era um assunto de chacha. A verdade é quando este mesmo jornal, poucos dias antes, fez uma outra manchete com a proposta de alteração da política de benefícios fiscais, aí ouviu-se silêncio, «no comments». Mas para o futuro do País, é a política fiscal que interessa, não a chachada do futebol. Senão não estamos a debater o Estado da Nação, mas o estádio, o estábulo ou outra danação qualquer."

Opinião ... de Outros Sítios

Como este colunista já não me espanta, em artigo de que também estou em (in) digestão!
Em mais uma das "última" do JN de ontem
"Festa"estragada

"Exactamente no dia em que o ministro das Finanças avisava os portugueses de que "o apertar do cinto vai continuar", Gilberto Madail, presidente da FPF, anunciou que iria pedir ao Governo que jogadores e técnicos da selecção fossem isentos de IRS sobre os prémios de participação no "Mundial" 50 mil euros cada um. Pudor (para não falar de bom senso) não é, pelos vistos, o forte de Madail. Mas pretender que profissionais milionários não paguem os mesmos impostos que pagam todos os outros portugueses só não é um insulto, como afirmou o fiscalista Saldanha Sanches, por vir de quem vem. Quantos portugueses ganham em 10 anos os mesmos 50 mil euros que cada jogador da selecção vai receber de "prémio"? OK, meteram golos e defenderam "penáltis"; e os médicos, que salvam vidas (as dos jogadores de futebol e a de Madail incluídas)?, e os professores, que formam gerações?, e os cientistas, os artistas, os empresários, os operários, todos os profissionais competentes, como os jogadores da selecção, na profissão que têm?, não são, também eles, "heróis", não prestigiam, também eles, o país, não o carregam todos os dias penosamente às costas? Madail deveria ter vergonha, mas a vergonha, no dirigismo do futebol, não tem lugar nem no banco."

quarta-feira, julho 12, 2006

Opinião ... de Outros Sítios

Que pode muito bem vir de qualquer sessão da Assembleia da República, onde se vê que a blogosfera já faz doutrina ...
Como de costume, arranco o carro com a TSF ligada (por defeito). E ... Pires de Lima para cá, Nuno Melo para lá, Ana Drago para cá (até gostei de ouvir todas estas intervenções), e ... sai-se Jerónimo de Sousa com esta, a meu ver com pertinência, relativamente ao 'affaire' Opel e 'dossier' governamental GM: "... deixamos que esses investidores estrangeiros se comportem como autènticos beduínos, que, quando já não têm o que querem nos seus horizontes, levantam a tenda e vão-se embora ..." - embora entre aspas, a citação é do conteúdo e não literal.
Bom ... chegado a casa vim ver, na blogosfera, algo sobre beduínos (sim, que esta coisa de falarmos de comportamentos ou padrões culturais diferentes dos nossos tem de ser tratada, sempre, com as devidas ressalvas, a bem do respeito pelas diferenças). E que encontrei? Esta, tirada do "Semiramis", num post de 25 de Janeiro deste ano:
janeiro 25, 2006
"OS BEDUÍNOS E OS CAMELOS
Os beduínos têm uma característica interessante. Vagueiam pelo deserto na companhia de cáfilas de camelos remoendo cardos, de beiços descaídos e baba pendente, bamboleando as suas corcovas ao ritmo das suas melopeias. Quando arribam a algum oásis prometedor, esticam as suas tendas sobre estacas de madeira, num acampamento fácil de montar e desmontar. Lá dentro estendem um tapete grosso no chão, onde ficam as selas de camelo, as cordas e as gamelas com água. E depois, recolhidos nas tendas, à luz bruxuleante de lamparinas, fazem os seus negócios com os íncolas, que os haviam acolhido com promessas de fartas transacções. Quando vêem que a colheita das tâmaras não é suficiente, que as cabras estão a ficar escanzeladas, sem dar leite nem carne, e que os poços estão em vias de secar, arrancam as estacas, dobram as tendas, enfileiram os camelos e voltam a internar-se no deserto em busca de outro oásis.
O Governo tem vindo a tentar empolgar a opinião pública com anúncios repetidos de novos investimentos estrangeiros. O frenesim comunicativo do Governo não encontra paralelo no carácter estruturante desses investimentos. A parte que se refere a investimento industrial é muito reduzida. São mais as vozes que as nozes. O Governo tem conseguido esses investimentos mercê dos incentivos, principalmente fiscais, que oferece ao investimento directo estrangeiro. Todavia, não faz o restante trabalho de casa: liquidar a burocracia paralisante da administração pública, pôr a justiça a funcionar e criar um sistema fiscal que não exija uma dualidade de critérios: ónus pesados para os íncolas, facilidades para os beduínos recém chegados.
Ao não fazer esse trabalho de casa o Governo verá (este ou um qualquer no futuro), quando a colheita das tâmaras escassear, as cabras ficarem escanzeladas, sem leite nem carne, e os poços estiverem em vias de secar, que os beduínos arrancarão as estacas, dobrarão as tendas, porão a cáfila em ordem de marcha e voltarão a internar-se no deserto em busca de outro oásis mais prometedor, entoando versículos corânicos.
Das multinacionais dos têxteis e do calçado que se instalaram entre nós no último quarto de século, quantas ainda não desmontaram a tenda? Quantas novenas Sócrates, Pinho e mais ministros não dirigiram à padroeira do país suplicando que a questão da Autoeuropa se resolvesse sem a debandada dos beduínos? Quanto sufoco vive o país sempre que se levanta a hipótese de mais uma deslocalização de alguma empresa relevante para a nossa economia?
Portugal precisa de investimento directo estrangeiro, mas também precisa de o manter cá. E para o manter cá precisa de criar uma ambiente económico favorável ao funcionamento das empresas, portuguesas ou estrangeiras.
Se não o fizer, acontece-lhe o mesmo que aos oásis perdidos na imensidão do deserto – assiste à debandada dos beduínos. Com uma pequena diferença: com tantas idas e vindas de beduínos, os camelos acabaram por ficar cá – somos nós!"

Opinião ... de Outros Sítios

Embora ficando a cogitar nos ganhos, talvez ao povo não interesse saber quanto nem como se calcula - apenas interessa perceber se é demais ou não!
Como estas novas do Jornal de Negócios continuam a cativar a minha atenção!?
Mais uma tirada de lá:
Sérgio Figueiredo
"Lucros de papel
sf@mediafin.pt

Os lucros da banca são, depois do futebol, dos temas em que qualquer português consegue ter uma opinião. E é uma opinião mesmo, porque ela é praticamente unânime: são obscenos, os resultados que os bancos apresentam constituem uma verdadeira roubalheira institucionalmente consagrada.
Como é possível, numa economia virtualmente estagnada, com sectores produtivos em depressão profunda, com falências e desemprego, ver ao mesmo tempo um sistema financeiro a respirar saúde com um crescimento de lucros da ordem dos 70%?! Não, de facto, não é possível.
Não é por ser inaceitável. É por não existirem. Pode perfeitamente continuar a indignar-se contra os lucros da banca, mas é bom que saiba que eles não cresceram 70%, como a maioria estupidamente divulgou, mas 29% como o Banco de Portugal já tinha anunciado no Relatório de Estabilidade Financeira de 2005 e a APB vem agora confirmar.
Pois é, antes de questionar sobre o «segredo» que explica aquela enorme diferença, haverá muito boa gente que continua a pensar que 30% ainda é uma taxa suficientemente grande para criar perplexidades. E, ainda assim, perguntar «onde está, afinal, a economia que alimenta tanta prosperidade neste sector e não nos outros?».
A pergunta é razoável, mas a resposta não deixa ninguém sossegado. Ela já foi dada há dois meses pelo governador Vítor Constâncio no Parlamento: se retirar os resultados obtidos pelos nossos bancos no exterior, isto é, tomando apenas em consideração a actividade doméstica da banca, os lucros de 2005 já não crescem à taxa de 71%, sequer de 29%, mas de 8,6%.
É um número que começa a aproximar-se da realidade que conhecemos. Nenhum banqueiro será insultado por apresentar aumentos destes, digamos «normais», dos seus lucros. Mas há uns quantos que, omitindo deliberadamente as mudanças profundas das regras contabilísticas provocadas pelo IAS, andaram a divulgar resultados obscenos. Não por serem demasiado altos, mas por serem virtuais.
As honrosas excepções devem servir de exemplo e, por isso, é de realçar que o Santander Totta e a CGD foram as únicas das grandes instituições que apresentaram resultados numa base comparável. Todos os outros, para impressionar jornalistas e investidores incautos, exibiram lucros de papel e deram um grandessíssimo tiro no pé.
Por três ordens de razão: lançaram combustível para os fóruns populares onde já são insultados; deixaram a opinião pública mais indisposta para aumentos futuros de taxas e comissões; e terão agora dificuldades em explicar os resultados de 2006.
A populaça trata os banqueiros como salteadores do regime. Os mais informados já tinham razões para confrontar o seu banco «se lucras tanto, porque tenho eu de pagar mais». Depois, há um terceiro grupo de pessoas, que sabe que:
a) as bolsas estão a produzir um efeito-IAS ao contrário;b) o crédito dificilmente continuará expandir-se ao ritmo de 10%;c) o rácio de eficiência tem um impacto cada vez mais reduzido;d) a subida dos juros tende a melhorar as margens financeiras, mas também, com desemprego em alta, provoca mais crédito malparado.
E não ficarão admirados se, pela primeira vez em muitos anos, a maioria dos bancos divulgar resultados que não crescem, nem muito, nem pouco, mas que caem em 2006. Problema deles? Não. Problema nosso.
O nosso modo de vida é um edifício que assenta em dívida. A maioria é financiada no exterior. Da qual 60% é assumida pela banca. Os bancos são, portanto, os intermediários entre o que gastamos e aqueles que nos emprestam.
Se a banca é rentável e isso o deixa irritado, se pensa que a crise do país já é grave, nem queira saber o que sentirá no dia em que, do exterior, desconfiarem da solidez do sistema financeiro nacional."

terça-feira, julho 11, 2006

Frescas e Boas

Se fosse no "Euronews" eu diria: "No coments". Assim, apenas me vem à memória o "deixem passar esta linda brincadeira ... o bailinho da Madeira"!
(Retirado das "Notícias Frescas" - ver rodapé)
Estela Silva/Lusa (arquivo)
João Jardim alega perda de competitividade para justificar dificuldades
"Líder madeirense pediu solidariedade de Lisboa
Teixeira dos Santos desafia João Jardim a explicar défice na Madeira
10.07.2006 - 21h46 Lusa, PÚBLICO

O ministro das Finanças considera que o presidente do governo regional da Madeira deve “dar explicações” pelo défice crescente na região autónoma, que levaram Alberto João Jardim a pedir a solidariedade de Lisboa
"Penso que quem tem de explicar o défice crescente e a perda de competitividade dessa região devem ser os responsáveis pela política e pelos sucessivos governos dessa região, não é o Governo da República", declarou Teixeira dos Santos à entrada de uma reunião dos ministros das Finanças, em Bruxelas.De acordo com a edição de hoje do PÚBLICO, Alberto João Jardim escreveu ao primeiro-ministro, José Sócrates, a “a pedir o apoio da República para a resolução da grave situação financeira que a região atravessa”. Contrariando o tom separatista usado em recentes declarações públicas, o líder madeirense apela à solidariedade nacional, invocando a perda de competitividade da região, confirmada por um estudo recente do Observatório do III Quadro Comunitário."Não comento correspondência privada entre o presidente do governo regional da Madeira e o primeiro-ministro", afirmou o ministro das Finanças quando confrontado com a notícia.No entanto, Teixeira dos Santos acabou por dizer que "em termos de legitimidade, a Madeira não tem mais legitimidade do que outras regiões do país em situações semelhantes" para reclamar um aumento das transferências do Orçamento do Estado."Se se queixam, se acham que têm problemas são eles que têm de dar as explicações. Não é o Governo da República que tem de dar essas explicações", concluiu.O Produto Interno Bruto (PIB) da Região Autónoma da Madeira ultrapassou os 75 por cento da média da União Europeia, deixando de integrar o Objectivo 1 (regiões pobres), o que a impede de aceder a partir de 2007 aos fundos de Bruxelas destinadas a estas zonas."

segunda-feira, julho 10, 2006

Opinião ... de Outros Sítios

E, sobre o impacto deste Mundial futebolês na sociedade, eu estou, ainda, a redigir ("digerir") a minha ...

Mais uma vez, o futebol e a sociedade (em sentido amplo)! Claro, que isto de mexer onde há poder, que é o mesmo que dizer onde há o poder de fazer o dinheiro dar poder, ... para fazer dinheiro ... eh pá, isto nunca mais acaba!!!(?)
Em todo o caso, por agora fico-me por mais uma que, pelo menos parcialmente, também subscrevo, vindo desta autora (recebido de Jornal de Negócios)

Luísa Bessa
Selecção internacional
lbessa@mediafin.pt

"Ninguém duvida que a carreira da selecção neste mundial merece ser celebrada. Num campeonato onde o que verdadeiramente interessa é quem ganha o título - e há algum onde seja diferente? - há sempre lugar a prémios de consolação.
Não foi a selecção de Angola recebida em delírio ao regressar a casa sem ter passado da primeira fase, pois o verdadeiro feito estava em ter conseguido a qualificação e por pouco ter passado aos oitavos de final?
Os portugueses têm legítimas razões para festejar que a sua selecção de futebol seja a quarta melhor do Mundo, mesmo que, visto de fora, tanto entusiasmo pareça estranho no dia seguinte à mais pesada derrota de todo o percurso. É tudo uma questão de objectivos. E também a demonstração de que oscilamos entre um espírito de permanente inferioridade face aos grandes e poderosos do Mundo e um orgulho patriótico, que pode assumir traços delirantes.
Serve a introdução futebolística para celebrar outro acontecimento: a ascensão de António Horta Osório a CEO de um grande banco inglês, que faz parte do grupo Santander Central Hispano. A sua chegada a presidente executivo do Abbey National aos 42 anos, além de coroar uma já brilhante carreira no sector financeiro, que por certo não acabará aqui, representa um significativo reforço da presença nacional em cargos de relevo no estrangeiro.
Desde há décadas que os portugueses têm a imagem de trabalhadores sérios e esforçados mas em funções pouco qualificadas, de que os estereótipos mais conhecidos são as porteiras em Paris e os padeiros no Brasil. É uma imagem que não se muda de um dia para o outro. Mas a verdade é que começa a mudar.
No centro dessa mudança estão as segundas e terceiras gerações de luso-descendentes, onde emergem profissionais com elevados níveis de qualificação, alguns dos quais em posições de destaque nos seus países, e a chegada de portugueses aos mais elevados cargos de instituições e empresas internacionais.
Há 13 anos António Borges foi notícia quando assumiu o cargo de deão do Insead, já então uma das mais prestigiadas escolas de negócios internacionais. Mas enquanto na altura Borges estava praticamente sozinho, agora está bem acompanhado. Como vice-chairman da Goldman Sachs, continua em lugar de destaque na nossa selecção internacional, onde avultam, entre outros, mais dois Antónios (Viana Baptista, na administração da Telefónica, e Horta Osório), cientistas e académicos como António Damásio e Sérgio Rebelo ou artistas como Paula Rego. Se a estes somarmos os políticos, cujos expoentes são Durão Barroso e António Guterres, ou os homens do desporto, com o quase lendário José Mourinho à frente, temos constituída uma verdadeira selecção internacional de luxo.
E o que é que nós ganhamos com isso?, é a pergunta tradicional dos cínicos. Prefiro correr o risco de ser ingénua e considerar que a presença de portugueses em lugares internacionais de topo não é apenas uma boa notícia para os próprios. Além de constituírem uma rede de verdadeiros «embaixadores» a nível mundial, mesmo quando as suas funções os obrigam a actuar de forma supranacional, com eles também se muda a imagem de Portugal."

domingo, julho 09, 2006

Frescas e Boas

"Dividir para reinar..."! Mas onde é que eu já vi disto ...?
Mais esta tirada das "Notícias Frescas" (ver em pé de página), relativamente ao que se está a passar em Timor-Leste. Mas mais há-de vir, com certeza, esperando também que seja para melhor! E se Xanana tiver de pedir a reforma ... que seja! Ou, pelo contrário, se for esse o caso de outros, que o façam!
Então e ... não se ouve nada do meu ex-colega Vicente Guterres? Vá lá, Vicente, eu lembro-me do que falámos por cá, relativmente ao que, na altura, se passava por aí, e a ideia que passei foi a de que ... lembras-te? Diz qualquer coisa, OK? O que é isto que eu estou, agora, a ver?:
"Timor-Leste: Oposição rejeita solução enunciada por PR Xanana Gusmão

Díli, 09 Jul (Lusa) - Os maiores partidos da oposição de Timor- Leste rejeitam a solução enunciada pelo Presidente Xanana Gusmão, a formação de um governo constitucional, defendendo em alternativa a dissolução do Parlamento e a realização de eleições antecipadas.
Fernando Araújo "Lasama", líder do segundo partido mais votado, o Partido Democrático (PD, sete deputados eleitos) disse à agência Lusa que a decisão do Presidente "não corresponde aos anseios do povo, que se manifestou durante mais de uma semana em Díli, a exigir a dissolução do Parlamento e eleições antecipadas".
"O Presidente não foi consequente com as suas palavras, quando disse que não estabeleceria qualquer compromisso com ninguém. Somente com o povo", afirmou.
"O Presidente disse que a direcção [eleita no recente congresso de Maio] da FRETILIN era ilegítima, mas afinal aceitou negociar com ela", acentuou.
O líder do PD garante que a oposição "não estava à espera disto".
"Estávamos à espera de eleições antecipadas. A solução justa era a dissolução do Parlamento e realizar eleições antecipadas, assim não há solução imediata para a crise em Timor-Leste", vincou.
Para Mário Carrascalão, presidente do Partido Social Democrata (PSD), o Presidente Xanana "fez exactamente o contrário do que anunciou que iria fazer"."
EL.
Lusa/Fim

Opinião ... de Outros Sítios

Este Jornal de Negócios vai buscar cada uma!?
Desta vez é com um nosso ex-ministro, aquele do Plano ..., penso que relacionado, também, com o totonegócio ... ? Enfim, neste país há coisas que se nos escapam da memória com uma facilidade?! ... ou então sou eu que já começo a ter brancas, também, nos meus registos mnemónicos! Mas sempre vale bem a pena ouvi-lo, quando nos diz:
"«O plano tecnológico não existe, é um powerpoint»
Augusto Mateus
Augusto Mateus afirma que «o plano tecnológico não existe». O que há «uma aposta genérica e um conjunto de acontecimentos», afirma o ex-ministro da Economia de um Governo PS ao «Semanário Económico».

Jornal de Negócios Online

negocios@mediafin.pt
Augusto Mateus

«O único plano tecnológico que Portugal teve até hoje foi o PEDIP»
Augusto Mateus afirma que «o plano tecnológico não existe». O que há «uma aposta genérica e um conjunto de acontecimentos», afirma o ex-ministro da Economia de um Governo PS, então liderado por António Guterres.
As declarações são extraídas de uma entrevista de Augusto Mateus publicada hoje no «Semanário Económico».
«O plano tecnológico não existe. Não vale a pena. Pela ideia tenho todo o apreço mas o plano tecnológico não existe. É um powepoint. Não estou a desvalorizar o trabalho das pessoas. Não estou a desvalorizar o trabalho de Carlos Zorrinho. Muitas das pessoas que trabalham no Plano tecnológico, a começar por ele, são pessoas que eu prezo e são meus amigos. Nós temos uma aposta genérica e um conjunto de acontecimentos.»
Augusto Mateus defende, aliás, que a aposta a fazer não é tanto em tecnologia mas sim conhecimento e inovação.
«É agarrar em conhecimento para produzir inovação no mercado. Não é tecnologia. Isso foi o que se fez nos primeiros quadros comunitários de apoio, em que as empresas compraram equipamentos», afirma ao «Semanário Económico»."

Opinião ... de Outros Sítios

Óh ... Senhor General! Vá lá, tire mais um cravo à "revolução"!
Para ver se a malta, de uma vez por todas, "abre mais os olhos"! OK? Seria um grande contributo para a cidadania, se desse umas "bicadas" destas, pelo menos de vez em quando!
Eu também já tenho tido processos disciplinares por bem menos do que isso, e que é preciso ter cuidado com algumas "vacas sagradas" da nossa praça pública, lá isso também subscrevo, porque também por aí já tenho "comido no corpo", que é como quem diz, temos de ter cuidado com quem usamos a nossa liberdade de expressão, produto de consumo de, apenas, alguns estratos sócio-económico mais elevados, pois a democracia que temos só se serve em pratos de "boas mesas" ...!
Mais uma tirada, da "última" do JN de Sábado, por
Paulo Martins
(eh pá, há por aí tantos Paulos Martins jornalistas!? Eu, por exemplo, tive um, colega do ISCSP ..., o "Jó-Jó"...)
"Foi uma asneira acabar com a JAE"
Garcia dos Santos General, antigo presidente da JAE
Outubro de 1998. O general Garcia dos Santos, ex-presidente da Junta Autónoma de Estradas, denuncia ao Expresso a existência de corrupção no organismo. "Quase de certeza absoluta que o Governo sabe quem são as pessoas corruptas", afirma, levantando suspeitas de financiamento partidário ilícito. Cai o Carmo e a Trindade. O ministro João Cravinho, que o nomeara para o cargo, chega a chamar-lhe "inconsequente mental". Uma sindicância posterior viria a confirmar ilegalidades. Porém, quem pagou foi Garcia dos Santos. Pagou mesmo - uma multa de 675 euros por se recusar a revelar, perante a comissão parlamentar, nomes de empreiteiros envolvidos em corrupção. O general não voltou a dirigir a palavra a Cravinho. "Reconheço que sou uma pessoa impulsiva. Não sei fingir o que não penso", diz. Do episódio, retém a convicção de que "foi uma tremenda asneira acabar com a JAE", decisão que o antigo governante socialista viria a tomar, por se perder património um valioso histórico e técnico. "Não duvido da honestidade e da competência do engenheiro Cravinho. Mas ele não teve coragem para levar em frente o que queria".Garcia dos Santos, que aos 71 anos continua a trabalhar como engenheiro civil, é co-gerente de uma empresa de geotecnia e topografia. Militar de Abril - "dos mais velhos entre os conspiradores", porque em 74 já era tenente-coronel - foi o responsável pelas transmissões, componente decisiva para o êxito do golpe. Secretário de Estado das Obras Públicas nos 2º, 3º e 4º governos provisórios, liderados por Vasco Gonçalves, voltaria ao cargo no 6º. A "diabólica" actividade - "não éramos ajudantes de ministros", ironiza, aludindo ao "estatuto" que Cavaco conferiu aos secretários de Estado - afastou-o do fervilhar político do PREC. Ainda assim, subscreveu o "Documento dos 9" e participou no 25 de Novembro.O conflito com Cravinho não foi o primeiro que travou com políticos. Em 1982, o primeiro-ministro, Mário Soares, recusou ratificar o seu nome como chefe de Estado-Maior do Exército, proposto por Eanes, com quem tinha contas a ajustar desde a exoneração do Governo PS-CDS. "Senti-me uma bola de pingue-pongue", recorda o general, que fora chefe da Casa Militar do presidente. O braço-de-ferro arrastou-se até Novembro de 1983. Por insistência sua - e para evitar uma crise política - Eanes acabou por demiti-lo.Garcia dos Santos é que não esqueceu. Mais tarde, deixou Soares de mão estendida na sessão de cumprimentos de uma cerimónia em Belém. Chegou a discutir-se se deveria ser preso, por desrespeitar o chefe de Estado.Nada que o preocupasse "Quem mas faz, paga-mas".
Paulo Martins