quarta-feira, janeiro 21, 2009

Novas 'roupas' de uma elite circulante?

Sobre o discurso da reformulação do Poder da elite dominante!

Será que estamos, finalmente, perante o virar da página do "white man's burden"? Será que esta presidência constituirá o precedente originário da superação das diferenciações raciais? Terá o desempenho desta Administração o reflexo exemplar que constituirá o modelo com que poderemos visualisar a próxima etapa da consciencialização cívica dos cidadãos do Mundo?

Assisti, mais uma vez, em directo e em diferido, a um ritual de investidura do Poder, actualmente a mais mediatizada do Planeta! Afinal, trata-se da imagem pública do representante da nação mais influente na cena internacional dos nossos dias.

Mas subscrevo, pelo menos quase na íntegra, esta nota (bicada) Sobre o Tempo Que Passa, de meu mui citado mestre JA Maltez.

sábado, janeiro 10, 2009

Mais umas buscas, possíveis surpresas, na mediocracia ... banal

Mais um balde de água fria, desta feita ... "à moda do Porto"!

Leio com alguma atenção mais esta  notícia "de cartaz", cujo conteúdo nos traz mensagem de alguma esperança. Mais uma! Para quê? No final de 'contas', todas feitas com a ética, a estética e dentro da actual oportunidade política, apenas nos resta a consolação de ficarmos, nós os pobres de carteira, a conhecer esta realização de tão prestimoso evento, iniciativa ainda levada a efeito por uma Fundação com alusiva e emblemática denominação encíclica. Cristo, creio (sem qualquer pretensão ou pejoração), ter-se-ia revoltado e derrubado as cadeiras e mesas de tão plutocrático empreendimento!

"O alicerce das coisas

Ética e política

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A saída da crise actual exige profunda reflexão ética, requer discernimento, sensibilidade, percepção espiritual, autocrítica, análise descodificada da realidade, abertura estética.

 Para analisar a actualidade importa convocar valores intemporais, escapar à idolatria da acção, do pragmatismo sem princípios. Aos seguidores de Jesus falta muito uma contestação e uma indignação proféticas, porque a espiritualidade cristã encarna no ser humano, na cultura, na estrutura, na conjuntura... As bem-aventuranças do Evangelho constituem apelo à transformação radical da sociedade para que não impeça os irmãos de serem irmãos. Homens e mulheres contemplativos do Deus de Jesus levam a solidariedade até às últimas consequências, necessariamente políticas. Jesus não teve apenas compaixão, viveu a paixão e deu a vida na cruz. Aproximou-se com a lucidez de Filho de Deus, caminhou com os pobres, experimentou a cruz da privação, da renúncia, do risco e até da conflitualidade, se necessário.

Ajudar as pessoas a não entrar em desespero, a não ficar na pura indignação sem sentido, requer grande capacidade de esperança com base ética e mesmo profética e utópica.

Com o tema ‘Ética e Política’, tem início, no próximo dia 12, em Lisboa, e no dia 13, no Porto, um curso livre em doze sessões, organizado pela Fundação Spes (www.fspes.pt). Esta Fundação foi criada pelo bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes (1906-1989), exemplo claro da força das incidências éticas na vida cívica. Não é apenas o contexto dos cinquenta anos da sua ‘Carta a Salazar’ a conduzir o evento, mas a escolha da temática tem particular acuidade e será abordada por especialistas de diversos quadrantes, em ambiente de debate.

A oportunidade da iniciativa, no actual contexto mundial e nacional, merece especial atenção. A valorização da ética na política, na economia e na educação é caminho essencial, evidenciado no presente momento histórico. Mas o percurso tem pouco a ver com moralismos retóricos e tem tudo a ganhar com estilos inovadores de viver e de organizar a economia, a política e a educação. Seria fundamental que o ano de 2009 fosse de Inovação, nestes domínios e não apenas nas novas tecnologias.

É para contribuir neste sentido e preocupada em formar uma nova geração, capaz de romper com oligarquias de mais do mesmo, que a Fundação Spes promove o referido Curso de Ética e Política. Conto participar nas sessões de Lisboa, disposto a analisar as perspectivas lançadas pelos professores convidados. Aqui farei eco, quando oportuno.

D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa"

Agora, olhando para os encargos  por quem quiser participar  nesta tão nobre e enriquecedora iniciativa (apenas os da inscrição, não contando com outras despesas adicionais, sobretudo as inerentes a quem tem de deslocar-se do seu local de residência), como se presume , mesmos para os mais baixos, ficamos a perceber quem nela poderá tomar parte!

Haja Deus!!!

Amen

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Marxismo de casino e maoismo 'high tech'!

Depois da 'tempestade' do annus horribilis (leia-se a na futurologia para 2009), vem a hipócrita bonança do "Bom Ano Novo"! "... e o Tejo, está sempre novo"!!!

Vejo que do nevoeiro continua a não sair D. Sebastião algum, nem do Tejo nem do mar ...! Apenas reparo que D. José Policarpo descobriu que a pobreza também é uma consequência dos sistemas económicos, e que em tempos de crise há que ser mais exigente (...)?!!! Ainda me resta alguma memória do que se sabe que a Igreja é capaz, em tempos de solidariedade necessária, apesar da Companhia de Jesus (e eventualmente outras entidades de merecido destaque) ter outros reparos a fazer a tão sacra organização ...!

Também me recordo dos tempos em que, segundo o que me contavam os da minha geração mas nascidos e criados em Lisboa, se tomava banho nas docas de Alcântara, que eu apenas conheci já com a primeira Ponte sobre o Tejo, então dita de Salazar, onde alguns dos dejectos avistados nas correntes do rio eram os primeiros cúmplices dos sinais da emancipação da mulher ...! O que eu ainda não posso explicar aos meus filhos, acabados de fazer a Comunhão Solene!


Porquê? Porque também me lembro de ter alinhado (já aqui o disse), muito convictamente, no movimento estudantil de então (MAEESL), que contestava muito do que por esses tempos se vivia - sobretudo o capitalismo (leia-se holigárquico-financeiro e não, ainda na altura, selvático-devoreiro, que é como quem diz, da institucionalização da plutocracia banco-burocratizada dos comunistas reciclados q.b. e dos maoistas do voyeurismo repressivo 'high tech', outrora vozes afinadas da pretendida oclocracia) e o absurdo sócio-económico da política que sustentava a guerra colonial ...!!!

Assim, se o que de então contado aos jovens de hoje pode parecer surrealista, ou cómico-trágico, já os presentes factos que temos a obrigação histórica e social de registar serão os melhores recursos pedagógicos para a sua aprendizagem sócio-cultural! Isto é, a realidade presente afigura-se-nos como a melhor das evidências empíricas para que os futuros adultos não tenham de embarcar tanto em sonhos como nós tivemos, pois pelo menos muitos de nós passaram a travessia do deserto, navegaram na utopia, alimentaram alguma (pouca ou muita) fantasia, mesmo que, depois, tenham regressado pelo Tejo (...!?).

E deste modo chegados ao presente, que temos para comprovar o mérito dos sacrifícios então assumidos?
- Que mais vale continuar a sonhar com a realidade talvez possível de, um dia, se atingir, por ora ainda pura fantasia!
- Que a nova geração tem de recuperar alguma da aprendizagem da contestação socialmente imprescindível, se ainda quiserem ter, um qualquer dia, condições de dignidade sócio-humana mais condizentes com as expectativas que os seus progenitores lhes projectaram nos afectos dos respectivos lares!
- Que, por tudo isso, lutar é preciso, erguendo a voz contra aqueles que, dizendo que fazem, apenas dizem aquilo que qualquer um de nós pode dizer melhor! Porque o sabe melhor!

Por isso, volto a repetir mais uma das 'oh pinadelas' do articulista do J Notícias, para quem, estou certo (como em muitos outros ...) Marx não era marxista (embora não jogasse às cartas em casinos, nem andava de táxi) e Mao não exportava revoluções culturais (por si, seria só para consumo interno)! De Cuba, só os 'havanos' se fumavam!

Depois de Ché ... bebi um chá!

Precisamos de um grande grito de Ipiranga!

Há dias vi, uma vez mais, num dos canais encabelados, o resumo dos dias revolucionários de nuestro comandante Ché Guevara! De como a realidade pode manchar e desmanchar os mais puros desígnios sentidos no mais profundo dos nossos corações (...)!
E, depois de umas quantas evocações que das últimas cogitadelas se têm aqui transcrito, dou de caras com mais esta 'oh pinadela':

"Cuba en el corazón"

Não sei se acontece o mesmo com toda a gente: o meu coração vai sempre uns metros à frente da minha razão; quando a razão chega, já o coração - ou lá o que é - partiu de novo.

Daí que tenha às vezes a impressão de que a minha razão (e no entanto sou, até em excesso, comummente racional) preside a uma ausência.

Na vida, só em raros momentos felizes razão e coração batem unanimemente, sem ressentimentos, pois se a razão é complacente, poucas vezes o coração se submete às considerações da razão.

A Revolução Cubana, que faz 50 anos, é um difícil conflito que tenho comigo mesmo. Ao longo dos anos, o meu coração, transbordante de jovens rebeldes descendo da Sierra Madre de rifles na mão e corações limpos, sangrou com Padilla preso e humilhado ("Diz a verdade,/ diz, ao menos, a tua verdade./ Depois, deixa que qualquer coisa aconteça"), com Arrufat, Reynaldo Arenas, Raul Rivero… "La sangre, no quería verla", e fechava os olhos.

Mas se o coração explica tudo, mesmo o inexplicável, a razão não. Cuba é hoje a recordação de algo íntegro e novo que, se calhar, nunca aconteceu senão dentro do meu coração.

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Trago Novas da Província: "Vive Nôtre Président"

Agora eu já sei que eles sabem que eu sei porque tenho de me ir embora! E Deus queira, também, um "Bom Ano Novo" para todos!


Acabo de ouvir as notícias deste "maior fogo de artifício de sempre em Lisboa", à meia-noite, e que a imagem que colhi, enquanto o dito deflagrava, pode não desmentir (?)! Mas, a culpa parece ser do ... nevoeiro, a acreditar que, para nossa dona salvação, ainda possa aparecer o tal desejado, lá para altas horas da madrugada! E que o desminta, categoricamente(!?).

Pois! Isto de tornar realidade aquilo que se ouve dizer tem muito que se lhe diga: e ai de quem diga o contrário, que pode aparecer por aí o tal ... quer dizer, o masculino de Maria! Sim, porque isto de dizer que não há D. Sebastião, que não se faz fogo de artifício a condizer com a nossa dignidade societal, que não há um sistema de Justiça, que não há Democracia, que há corrupção e, até (por isso mesmo), que não se ensina no Ensino (e por isso se devem submeter todos os seus responsáveis a uma adequada avaliação), que não há Pai Natal, é ou poderá vir a ser (a muito curto prazo, neste tempo de relativização do absoluto) crime de ofensa pública!(?) E, nalguns caos, crime de lesa-pátria! Ponto final! Parágrafo! E que ninguém se dê ares de ... quer dizer, transpirares!

Assim, já é tempo de dizer, em tempo de renovação de esperanças concretas numa imanente realização de Justiça:

- Sim, há uma tomada "escalonada" do poder, por parte de pseudo-democratas maosinhos q.b., na Administração Global, com raízes na Província profunda! Desse modo, os urbanos cuja consciência social e correspondente civilidade o não admitiriam, não sabem que nesse "portugalório dos pequeninos" se conjuga o verbo dizer com queimar, e contradizer com processar!

- Sim, não se pode ser professor honesto, íntegro, e muito menos contra-sistema localmente estabelecido, que é como quem diz, não há margem de tolerância para os que, sobretudo se não tiverem "las espaldas bien guardadas", denunciem o tão famoso contra-poder da Administração!

- Sim, esta gente é capaz de tudo! Linche-se quem tiver de ser linchado! Sem escrúpulos nem tréguas, porque o que está em jogo é extremamente grave, pessoalmente muito abrangente (leia-se qualitativa e quantitativamente), politicamente promissor (e por isso apelativo, envolvente), estrategicamente impreterível!

- Sim, eles (os portadores do "livro vermelho do nosso querido presidente" (mas aonde é que eu já ouvi esta?) estão conclusivamente a dominar, dentro das mais variadas camuflagens políticas, os aparelhos do Poder! Do campo para a cidade!!!

Por isso, vem, D. Sebastião, vem! Nem o "maior português de todos os tempos" nos vale! Vem, quer tragas nevoeiro, chuva, tempestade, frio, calor, ...! Vem, e ... não tapes os olhos com a mão! Não temas, não te envergonhes, pois muitos te reconhecerão, clamando por um pouco de paz! Por um pouco de pão! Por muita da razão que começa a faltar-nos! Vem, e traz-nos, também, um pouco de alegria para viver! Mas, por favor, vem!!!

Portugal não pode esperar maos!