Eu também sei escrever. Assim penso, sobretudo a partir dos ecos que me dão os que me escutam e/ ou me lêem e me compreendem.
Não gosto da morfosintaxe complexa, nem de estilos enigmáticos, para dizer em linearidade compreensiva aquilo que é directamene apreensível das situações realmente vivenciadas.
Por isso, apenas aqueles que pensam que conseguem atribuir importância às coisas (quer a tenham ou não) pelo facto de, sobre elas, construírem complicadas construções discursivas, apenas esses, repito-o, o fazem para encobrir a falta do resto da realidade que não conseguem compreender.
É desta forma que julgo justificar o recurso às palavras escritas de meu mui citado mestre JAM, pois com elas encontro a melhor forma de reproduzir muito do que sinto em relação àquilo que a todos os servidores da res publica pode importar. E diz assim:
“Tenho muito orgulho em ser funcionário público, ter um "ofício", ser "vicarium", estar integrado numa instituição e servir uma ideia. Começo a ter vergonha de estar na função pública deste Estado a que chegámos. E quase todos os dias me apetece ir ao meu aforro e publicar um grande anúncio num jornal de grande circulação, pedindo que me dêem emprego para aquilo que sei fazer, longe destas castas capitaleiras e partidocráticas que assaltaram o aparelho de Estado, onde o lastro inquisitorial e pidesco nos asfixia, especialmente com o recente regresso às denunciações de ouvida, com colegas e com chefezinhos a aceitarem as vilanias e a difundirem bufarias.