domingo, novembro 11, 2007

Ainda ecos da semana que acabou

Continuamos "filhados" p´la subestatal razão não complexa!

Depois de agradecer a meu mui citado mestre JAM a nota solidária deixada no seu blog, onde referiu estar "sempre contra o estatismo e o soberanismo, filhos do terrorismo absolutista da razão não complexa”, ainda me mereceu destaque, nestas navegações pelo ciberespaço, sobretudo a nota de pesar por alguém, que eu não conheço, se ter "das leis da morte libertado". Da forma como li as referências a este (tristemente) inesperado golpe à vida daquele jornalista (Armando Rafael) e amigo de quantos leio (e, nem que seja só por isso, também por mim respeitado seria), aqui me solidarizo neste momento de luto, aos seus familiares e amigos! Muito sinceramente! Assim ... qualquer amigo chora ...!!!

Destaco também o fillamento que a tal razão leviatânica tem debitado à nossa cidadania! E porque já aqui tenho evocado a importância da dimensão educacional neste pilar principal da nossa pretensa democracia, aqui deixo um simples mas muito curioso trecho de mais um colunista (do Jornal de Notícias), para mim desconhecido, mas muito intuitivo nos apontamentos como o de que, agora, deixo testemunho:

" Bem-vindos à era do sucesso escolar!







Impertinências, António, Freitas Cruz, Jornalista

Foram esta semana franqueadas de par em par (faltando apenas, que se saiba, a passadeira vermelha) as portas de acesso à gloriosa era do sucesso escolar. Refiro-me, como é bom de ver, ao regime de faltas às aulas os estudantes que andarem na gandaia durante o ano lectivo terão, no final, uma prova dita de "recuperação", através da qual são absolvidos e aprovados, porventura com voto de louvor e registo de mérito. Está encontrado o sucesso estatístico para europeu ver. Espera-se agora (é só mais um pequeno esforço de facilitismo) que a prova venha a poder ser feita em casa e enviada à escola por fax ou por e-mail, assim se aproveitando os computadores vendidos pelo Governo (bem entendido, os que ainda não avariaram). Longe vão os tempos em que a ministra dizia recear a má sorte dos alunos que, faltando às aulas, se perdiam nos ócios deletérios dos cafés ou em sítios piores. Mais perto, e seguramente menos respeitáveis, estão também os tempos em que se cuidava dos interesses dos estudantes arrebatados pelos pais ao fiel cumprimento dos deveres em troca de férias na neve. E longíssimo ficam (ai de mim!) os tempos em que o velho e adorável professor Xavier me obrigava, e aos meus colegas, a papaguear a tabuada de trás para a frente e da frente para trás. Ah!, e a não dar erros na ortografia e na sintaxe, como agora até tem graça e confere estilo. Ominosos tempos, esses, da «escola risonha e franca», quando não nos passava pela cabeça a ideia de magoar um professor - quanto mais de o insultar e agredir!

António Freitas Cruz escreve no JN, semanalmente, aos domingos”