Como na política há muitas montanhas a parir ratos!
Desta vez, ouvi. Acamado com esta gripe que anda por aí, virado para a côrte porque nesta minha janela de Lisboa o mar se estende à minha frente, lá ao longe, depois do Padrão dos Descobrimentos, de um lado, e da Trafaria, do outro, desta vez ouvi uma mensagem de um orgão político, em directo pela TV. Como já há uns anos o não fazia. Tenho tido razão para o não fazer, confirmou-o a estupefacção com que me colheu, em conclusão, a decisão tomada pelo nosso PR!
A julgar pelo tom com que o Prof. nosso PR começou a proferir toda a sua argumentação com que explicava aos portugueses a inaceitabilidade do texto legal aprovado em AR, e os perigos justificados de tal precedente (in)constitucional (plausivelmente a seu favor), eu já falava para dentro de casa: "Não me digas que, com isto tudo, não dissolve a AR"!!!
Se o anterior PR dissolveu a anterior AR, com aquilo a que eu chamei de "um autêntico golpe constitucional", em que não podiam encontrar-se fundamentos constitucionais para a decisão que tomou, sendo um acto essencialmente político, como pode, agora, assistir-se a um atentado destes à CRP, aos princípios mais basilares da estabilidade de qualquer democracia constitucional moderna, e o PR (ainda por cima o elemento mais visado neste atentado) não dissolver aquele órgão?!!!?
Ou há aqui algo que me escapa, ou a montanha pariu ... um "absurdo"!