terça-feira, junho 06, 2006

Hoje ... de Outros Tempos

Dia D, ou o começo da concretização da invasão americana da Europa, ainda sem MacDonald's!

6 de Junho

- de 1714. Nasce D. José, filho de D. João V e de D. Maria Ana de Áustria, futuro rei de Portugal.

- de 1755. Lei que restitui aos Índios do estado do Grão-Pará e Maranhão a liberdade das suas pessoas e bens.

- de 1784. Bocage, oficial de marinha, é considerado desertor.

- de 1861. Cavour, ministro do rei da Sardenha, artífice da unidade italiana em torno da casa real de Sáboia, morre.

- de 1926. Gomes da Costa entra triunfalmente em Lisboa, afirmando a vitória militar da «Revolução Nacional».

“Uma vez concluída a concentração de tropas em Santarém, afirmando a vitória militar da «Revolução Nacional» ─ bem como a sua própria supremacia política ─, Gomes da Costa entra triunfalmente em Lisboa à frente de cerca de 15 000 homens provenientes de unidades militares do Norte, Centro e Centro-Sul do país.” [1]

- de 1944. Dia D. Desembarque das tropas aliadas na Normandia.


“Na alvorada de mais um dia 6 de Junho, o Dia D é relembrado na Normandia. Hoje, como então, a maré está baixa. Hoje, como então, a areia endurece debaixo dos pés. Toco com a mão numa viga ferrugenta enterrada na areia, um vestígio das barreiras que revestiam esta praia em 1944. Esta manhã, o céu está carregado. Hoje, como então, vai ser um dia cinzento.


Este é um excerto da reportagem que pode encontrar na edição impressa da NGM – Portugal.

Todos os anos, em Junho, chegam a esta praia grupos de homens silenciosos, que por aqui passeiam, acompanhados pelos familiares e pelas recordações. Um deles é Joseph Vaghi, um enérgico e caloroso oficial veterano da Marinha, responsável pela orientação das manobras de desembarque durante o Dia D num sector sangrento da praia de "Omaha" baptizado com o código de "Easy Red". "Era uma espécie de polícia de trânsito", recorda. Encontro-me com ele no alto das falésias ventosas que se debruçam sobre aquelas areias cinzentas, hoje tão vazias e serenas.
Ali perto fica o cemitério americano, com 9.387 sepulturas, 23 das quais pertencentes a membros da unidade de Joe, o Sexto Batalhão Naval das Praias. Cabia-lhes desactivar minas, marcar corredores no mar para os navios de desembarque, tratar dos feridos atingidos a tiro na posição adiantada da praia e carregá-los para os navios de evacuação através do mar ensanguentado. No dia em que nos encontramos, Vaghi participa na inauguração de um monumento tardio à memória dos camaradas caídos em combate. Segundo afirma, rindo-se, a unidade militar a que pertenciam era tão discreta que as forças armadas dos EUA - e até a própria Marinha - se esqueceram deles durante quase 60 anos. Foi para conhecer homens como Joe Vaghi e ouvir as suas histórias que viajei até à Normandia no Verão passado. Queria descobrir os pedaços fascinantes de história e de heroísmo que, durante décadas, ficaram em grande parte por contar. Muitas destas histórias perderam-se porque o mar se fechou sobre elas, selando bocas para sempre.

(Texto de Thomas B. Allen)
Leia a história completa nas páginas da National Geographic Magazine.”
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[1] História de Portugal em Datas, Círculo de Leitores, pág. 308.